VERAS

=====================================================================

 

 

  No alto - II  

 

 

 

Subi, de madrugada, a alta montanha,

que aos fundos do meu lar em frente fica.

Lá vi nas grutas, ninhos — que não banha

luz matinal que tanto vivifica.

Em todo o espaço vi, pulverizada,

imensa opala, então, desfeita em neve.

Errei sozinho além, pela escarpada,

a ouvir passar o vento, mui de leve,

na ramaria em florescência bela.

Grande palmeira solitária e altiva

descia as suas palmas docemente,

como possante e ativa sentinela.

 

 

 

 

Desciam lentas fachas de neblinas,

vagando lentamente pelos vales,

como brocado no leito das boninas,

que têm perfume e têm candor no cálix.

Nascia o sol. A estrela da alvorada

não se espelhava em pântanos e fontes.

Cantava alegremente a passarada,

espalhando a alegria pelos montes.

Pisando relvas verdes de veludo,

cantarolando umas canções fagueiras,

eu, encantado, olhava tudo, tudo,

do sol fulgente as plantas mais rasteiras.

E quando a luz os pinos já dourava

das palmeiras, dos montes, das igrejas,

ao afã do trabalho eu ia — entrava

na mais nobilitante das pelejas.

 

 

 

Go to the Poem in English

Ir para o primeiro Poema

Ir para o anterior Poema

Ir para o próximo Poema

Ir para o último Poema

Ir para a Página de Abertura

Ir para o Menu em Português

Ir para o Sumário em Português