FÉ

          Aqui estou - respirando,
          trabalhando,
          vivendo.
          E escrevendo meus poemas
          (à minha maneira).
          A vida e eu lançamos chispas
          quando nos olhamos cara a cara.
          E luto com ela
          com tôdas as minhas fôrças.

          Lutamos eu e a vida.
          Mas não pensem qu e a odeio...
          Nãõ, muito ao contrário!
          Ainda que estivesse morendo
          eu a amria sempre mais,
          com suas brutais garras de aço.
          Eu a amaria mesmo assim!
          Ainda assim a amaria!

          Suponhamost que em meu
          pescoço atassem forte a corda
          e que me perguntassem:
          "Queres viver uma hora mais?"
          Sem vacilar eu gritaria:
          "Desatem!
          Desatem rápido esta corda,
          verdugos do demônio!"

          Por ela taria tudo
          que nunca ousara fazer.
          Voaria ao céu
          em um avi ãõ pionerio.
          Subiria em um foguete
          para explorar
          sòzinho,
          lá no alto,
          planêtas desconhecidos.

          E sentiria no entanto
          uma emoçãõ maravilhosa
          só em olhar o céu azul.
          Sentiria mesmo
          um alegre tremor de estar vivo,
          de poder ainda viver.

          Mas suponhamos
          que me deixassem
          apenas um grãõ
          desta
          minha fé.
          Entãõ
          me enfureceria
          e uivaria de dor
          como uma pantera ferida de morte.

          - Pois, que restaria de mim? -
          Consumada a pilhagem,
          estaria inerme.
          Falando claramente,
          com mais exatidãõ,
          após esta pilhagem
          eu nãõ seria mais ninguém.

          Talvez queiras
          apagar minha fé nos dias felizes...
          Minha fé no amanhã
          que fará a vida mais bela,
          mais cheia de sabedoria.

          Dize-me, porém,
          como poderãõ destrui-la?
          Com balas?
          Nãõ! Sãõ inúteis!
          Detém-te! Nãõ vale a pena!
          Minha fé tem uma poderosa armadura
          em meu peito rude.
          E balas que podem destruí-la
          nãõ existem!
          Por isso nunca a possuirãõ!
           


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        Nikola Vaptzarov foi carregado em 7 dezembro 1909 na cidade de Bansko.
        Disparado em 23 julho 1942 em Sófia.
        É um dos poetas proletários os mais proeminentes.

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      © 1998 Martin Mitov
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