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História de Avanca


Bandeira da Vila de Avanca

Dados relativos à Vila de Avanca

(Censos 1991)

Área 21.5Km2
População 6.426
Homens / Mulheres 3108 / 3318 ( 48.36% / 51.63% )
Disposição da População Está dispersa, com um certo ordenamento ao longo das vias principais, e em alguns locais com alguma aglomeração
Artesanato Cangas Pintadas
Gastronomia Caldeirada de Enguias, Queijo, Rojões, Vinho, Carne Assada e Regueifa Quente

Toponomia: (resumo)

Abanca, Ananqua, Vanca, Vanqua e Avanca, são diferentes grafias do vocabulário Avanca. A origem deste é obscuro, no entanto, "basta o topónimo para garantir a esta freguesia uma antiguidade pré-nacional (origem "Anco" - Pré-Romana). O resto da toponímia da freguesia é também de origem (pelo seu medievalismo) pré e pós nacional (ex. Água Levada, Arada, Gonde, etc...)

Avanca, tal como hoje é escrita, começou a usar-se no século XVII (17), mas apareceu escrita pela primeira vez no ano de 1046, numa carta de testamento "Avanca, tres villas que comparavimus".

Existem mais teorias como a de que antes terá existido uma vila com o nome de Banca, e outras como as que defendem que surge de uma corrupção de Avenca, uma planta medicinal.

Ou de um étimo céltico obscuro, talvez ligado a banc, 'encosta', 'ribanceira'.

 


História

 

Geográficamente, Avanca é cortada pelo caminho de ferro - Linha Norte - cujo troço, Aveiro-Porto foi inaugurado em 7 de Julho de 1865; e quase paralela a esta linha férrea, a estrada nacional n.º 109 (Porto-Aveiro-Figueira da Foz) que passa fronteira à Igreja Matriz, e seu Largo, distando do Porto, 42 Km, e de Aveiro 23 Km. Mais perto, fica entre Ovar (6 Km) e Estarreja (5 Km) a cujo concelho pertence. Segundo o dicionário geográfico do Padre Luís Cardoso (1747) e a informação do Reitor Fraião (1758), houve tempo em que Avanca, pertenceu a três concelhos; - Estarreja, Feira e Bemposta, sendo, neste mesmo tempo, da Província da Beira-Baixa e da Comarca de Esgueira.

Ficando na Região de Entre Douro e Vouga, faz parte das Terras de Santa Maria; pela última divisão regional ficou incluída na Beira Litoral.

Já foi Vila

Escreveu Pinho Leal; «é tradição que, antigamente, houve aqui uma Vila - do qual apenas resta memória».

O Reitor Fraião, na sua Informação Paroquial de 1758, diz «que até ao Reinado do dito Senhor (D. Afonso III) houve nesta freguesia Vida, e termo dela, nome de que se conserva a memória, nestes paroquianos...». O documento de doação que D. Afonso III fez, em 15 de Outubro de 1257, dos «Coutos de Antuã e Avanca» ao Mosteiro de Arouca e sua Abadessa, cita aquelas nossas terras como Vilas; - Ego affonsus, dei gratia Rex Portugalye Do et concedo Vabis Domme Maiori Martini Albatisse et Conventui Monasterie de Arouca, Eistereieusis Ordinis, et omnibus successori bus vertis, in praefacto Monesterio deo servientibus, Villas Meas de Anthoana et de de Arouca (por Avanca)... Mas já em 1220, segundo as Inquisições de D. Afonso II, era Vila.

Antiguidade

A grande Enciclopédia Luso-Brasileira elucida-nos: «Basta a toponímia para garantir, ao território desta freguesia, antiguidade pré-nacional de povoamento, o que pode ascender a épocas mais remotas, visto que se conserva até hoje o topónimo Avanca, pois parece ser de origem pré-Romana. Pode supor-se deste topónimo Avanca uma origem Semito-Fenícia, assim como Ovar, Válega, Vagos, etc..., povoações situadas na borda da Ria de Aveiro, tendo como origem a raíz Fenícia va ou Ba que significaria «águas». É curioso que se atribui aos Fenícios - à cerca de 2500 anos - a colonização da região do que é hoje a Ria de Aveiro.

Ovar e Ílhavo, teriam sido fundação Fenícia. (anoto que o Reito Fraião regista haver, talvez, cerca de 26 fontes e 30 casas de moínhos)

Avanca seria habitada mesmo antes dos Romanos dominarem a Península, pois registamos populações pré-Romanas na região, com referências a Avanca, como «Castro de Recarei» (S. Martinho da Gândara). Assim : - «et subtus mons castro recaredi discurrente vivolo Avanca» (ano de 1097).

Sobreviveram os domínios Suevo e Visigótico (séc. V e VI) e, mais tarde, os Árabes, invadindo a Lusitânia (séc. VIII). Depois «um vai-vem» de conquistas e reconquistas na região de Entre Douro e Vouga ( Terras de Santa Maria ) por Árabes e Cristãos.

Com a reconquista definitiva da cidade do Porto, feita em 860, pela «presuria» do Conde Vimara Peres - foi comemorado o acontecimento em 1968, com a inauguração da sua estátua, na rampa da Sé do Porto- o domínio cristão manteve-se nesta região.

Em 922, aparece um documento, extraído do Livro Preto da Sé do Coimbra, referindo-se a Avanca. Trata-se de uma doação que o Rei D. Ordonho II, de Leão, fez a D. Gomado, Bispo de Coimbra que se tinha recolhido ao Mosteiro de Crestuma, e depois resignou aquela Sé. ...«Et in ripa de Anthoana monasterio vocabulo Santa Marina, per suas terminos antiquos quonado ilham obtinuit dominus salomon»

Mons. Miguel de Oliveira considera este documento posterior ao séc. X, incluindo-se para a localização do Mosteiro de Santa Marinha de Avanca. Aqui encontramos realmente um valioso testemunho da antiguidade não só da paróquia, como também do seu velhíssimo Orago - Santa Marinha, pois nas proximidades do Rio Antuã não se conhece outro.

O dito Mosteiro poderia ser de Monges, com o referido D. Salomão por Abade ( Salomão - nome de sabor árabe! ) e teria sido destruída pelas invasões do feroz Almonçor, que após a tomada de Coimbra (987), tudo foi arrasando, com raiva de fera, por esta região além. Assim, este Mosteiro de Santa Marinha, da região de Antuã, teria sido destruído pelo famigerado mouro.

A reconquista definitiva das Terras de Santa Maria - em que se inclui Avanca, na região entre Douro e Vouga - operou-se nos fins do séc. X e princípios do séc. XI, com o Conde Mendo Gonçalvez, ainda em vida do Almonçor.

Em 933, aparece um documento referente a Macieira e à Vila de Tonce - lugares meeiros de Avanca e Loureiro, onde havia palácio habitado por pessoas nobres, e constituía «Honra».

Em 1046 - refere-se João Pedro Ribeiro, nas disserções cronológicas - regista-se uma Carta de Testamento (encontra-se no Cartório do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra) que fez - «Transtina Pinioliz, Famula Dei» - com uma certa Aduzinda, a favor de sua irmã Sancha Pinioliz a quem davam uma grande quantidade de Villas e Herdades entre as quais...«et in Avanca tres villas quae comporavimus per nostras cartas de ma fomade». Doado o Condado Portucalense - por 1095 - ao Conde D. Henrique e D. Teresa, por seu paí, D. Afonso VI, Rei de Leão, dois anos depois ( 1087 - governado este Conde D. Henrique ) aparece um documento de renda de propriedades «inter villa, laurário et abanca, et subtus mons castro recarelli, discorrente sinollo Avanca prope litore maris teritoria Portugalensis».

A 12 de Janeiro de 1140 surpreende-nos um documento importantíssimo: - é o testamento de Pedro Peladiniz - «presbiter sancte Marie (por Marinha) de Avanca», doando o seu Breviário aos cónegos do Mosteiro de S. Salvador de Grijó : - ...«eu Pedro Peladiniz, presbitero de Santa Maria (por Marinha) de Avanca ... que - rendo, desde já, preparar a minha celestial mansão junto do Pai... faço doação, em honra de S. Salvador, a Grijó e aos cónegos lá residentes, daquele meu Breviário...»

Importante: - É a primeira vez que aparece o nome de um Pároco de Avanca, o que pressupõe a existência de uma vida religiosa normal, com um templo-mosteiro dedicado a Santa Marinha, que estaria provávelmente no sítio da actual Igreja Matriz, construída esta no séc. XVIII (1727), sobre os alicerces da antiga, que tinha derruído pela violência dos tempos.

O estudo aturado deste documento foi feito por Mons. Miguel de Oliveira.

1185-1189; - O Bispo do Porto - D. Martinho Pires, fez a divisão de todas as rendas do Bispado, cabendo os Arcebispados da Terra de Santa maria à mesa Episcopal. À Igreja de Avanca coube esta contribuição :

Mons. Miguel de Oliveira deu-nos uma relação das propriedades de Mosteiros e Ordens, em vários julgados da diocese do Porto - relação que o mesmo considera como a mais antiga lista de Freguesias da Diocese - atribuída à mesma data das Inquisições Gerais, mandadas fazer por D. Afonso II (1220).

Nesta lista está Avanca, assim mencionada : - « 5) et in Villa de Avanca habet palacioo III cesalia» -, designa-se Avanca por Vila, onde D. Afonso tem 4 casais.

Em 1245, D. Sancho II, doa o Padroado de Avanca a D. Pedro, Bispo do Porto, e à sua Sé : - «Totum Jus Patronatus quad habea vel habere debeo in eclesia de Avanca» -, faço doação de todo o direito de Padroado que tenho, ou deverei ter, na Igreja de Avanca... e este documento é assim encabeçado : «Doação da Igreja de Santa Marinae (por Maria) de Avanqua»

Em 25 de Outubro de 1257, D. Afonso III faz doação à Abadessa e ao Mosteiro de Avanca do «Couto de Antuã e Avanca» : - «Villas de Anthoana et de Avanca». Mais tarde o mesmo doador - D. Afonso III - pretendeu reaver a sua dávida (1266) : a Abadessa apelou para o Papa Clemente IV, queixando-se do prejuízo que isso lhe causava, alegando que sem aquelas doações, não podia sustentar 110 religiosos que tinha no seu Mosteiro; e o Rei desistiu da demanda (1274). E assim, durante seis séculos, a Abadessa de Arouca foi usufruindo esta doação até 1834 - data em que a lei de Joaquim António de Aguiar extinguiu os conventos e confiscou-lhes todos os bens.

O terramoto de 1 de Novembro de 1755, que arrasou a cidade de Lisboa, ocorrido num sábado, fez-se também sentir em Avanca, das nove para as dez horas, causando pânico; o segundo tremor fez oscilar as casas, donde saíam as gentes assustadas e na capela de S. Bernardo «caíram as 4 bolas das pirâmides dos 4 cantos que todos vieram a terra»... e as árvores de souto da capela. E voltou a tremer a terra em 31 de Março de 1761 - 3.ª feira - com igual fragor, durante três noites caindo abaixo o capitel da cruz da mesma capela de S. Bernardo, da parte sul.

As invasões Francesas - 1820 - também aqui deixaram trágicos vestígios de roubos e violências; mas também ficaram nomes, talvez lendários, de coragem e audácia da nossa gente, enfrentando os invasores e derrubando-os. Assim : - «Cabedelo» - junto à Ria, no Mourão - diria : «demos cabo deles»!.; «Roçomil» - lugar a nascente da Igreja, expressaria : «Roço mil» Franceses.

População e Habitação ao longo dos tempos

Interessa acompanhar a evolução demográfica da Paróquia, embora a largos espaços de anos :

Anos Fogos População
1690 525 1.958
1758 937 2.894
1862 1.047 3.802
1890 930 3.380
1920 ---- 3.970
1940 1.086 4.400
1960 1.168 5.322
1970 1.205 5.895
1991   6.426

Fique também a saber que:

 


Avanca há 25 anos (1973)

Vista Geral do Centro da Freguesia de Avanca há 25 anos (1973)

 


 

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