Monumentos da região de Avanca
A) Igreja de Santa Marinha ( Igreja - Avanca ).
B) Estação dos Caminhos de Ferro.
C) Casa Museu Egas Moniz.
D) Quinta do Freixieiro (Fundação Benjamim Dias Costa).
E) Quintas, Solares e Brazões; incluindo as respectivas Famílias.
F) Capelas e Oratórios Domésticos.
G) Monumento ao Emigrante.
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A) Igreja de Santa Marinha
Igreja de Avanca - Vista dos Edíficios Santa-Marinha
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A sua Igreja. Já se referiu que consta de documentos a existência do Mosteiro de Santa - 922 - doação de D. Ordonho ao Bispo D. Gomado - nas margens do rio Antuã, e outro não consta condesignação tão precisa e original. O testamento do Reitor Pedro Peladiniz, no ano de 1140, expressa a existência do Templo, em Avanca, de que ele é Reitor. |
Vista geral de Avanca há muitos anos atrás
Por 1185-1189, apareceu referência clara à Igreja de Santa Marinha de Avanca : - «Eclesiae Sanctae Marinae de Avanqua».
Consta que , pela violência dos tempos, a Igreja padeceu ruína em 1724; mas já no ano de 1696, isto é, 28 anos antes, os decretos das visitações ordenavam a sua reedificação, por ameaçar ruína e por ser pequena para o numeroso povo de Avanca.
Vista geral da Igreja há muitos anos atrás
Em 15 de Outubro de 1727 se principiou a edificação da nova igreja - a actual - no mesmo lugar da que se desmoronou. A reconstrução foi demorada - 1727 a 1749. O corpo da Igreja esteve a cargo do povo, a capela-mor a expensas da Comenda da Ordem de Cristo, cujos celeiros ficavam a sul da igreja e rendiam 12 mil cruzados.
Em 12 de Janeiro de 1743, foi coberta com telha; e em 24 de Fevereiro de 1749 - um dia litúrgico de S. Matias - foi solenemente inaugurada, com uma soleníssima Procissão que trasladou o Santíssimo Sacramento da Capela de Santo António - situada no topo norte do Largo da Igreja e onde se realizavam os serviços religiosos durante os 22 anos da construção - com musica, nove andores e muito povo, vindo de todas as freguesias vizinhas. Na Igreja nova, houve missa solene, com sermão, demanha pelo Frei António de Braga e de tarde por Frei Bento do Espirito Santo (Capucho).
O padre Luiz Cardoso descreve-a assim : «...de uma só nave, ampla, e bem proporcionada ... e na estimação de quem tem visto a planta, e obra, fica a mais vistosa e melhor paróquia rural de todo o Bispado ( do Porto) em cuja restauração e forma tem maior parte o zelo e devoção que as forças e vontade dos paroquianos...».
A sua fronteira, voltada ao nascente, a marginar a estrada nacional, ladeada de duas esbeltas torres, é imponente e majestosa. As torres têm apenas 3 sinos e relógio.
Além do Altar-Mor, com trono solene e um painel representando a ceia do cenáculo - dignos de apreço - e ladeado pelas imagens da Padroeira e Santo António, tem mais quatro altares laterais, designados conforme as imagens que os titularam e não foram sempre as mesmas, confrontando-se hoje com a informação do Reitor O. Fraião - 1758.
![]() Stª Luzia (séc. XV) |
![]() Sr.ª do Rosário (séc. XVIII) |
![]() Santíssima Trindade (séc. XVIII) |
Ainda hoje conserva 5 imagens admiráveis pela escultura, como pela encarnação e estofo, bem como pela sua grandeza; obra de insignes escultores e pintores portugueses, a saber :
Santíssima Trindade - representando as imagens das Três Divinas Pessoas - no altar lateral à nossa esquerda;
2 e 3 - Nossa Senhora do Rosário e São Miguel Arcanjo - no altar fronteiro, também à nossa esquerda;
4 e 5 - Santa Marinha e Santo António - a ladearem o Altar-Mor, na tribuna;
6 e 7 - Nossa Senhora das Dores e S. João Evangelista - no altar lateral, à nossa direita;
Ao centro - uma formosa imagem do Divino Crucificado. O Reitor Fraião designa-a por «Santo Cristo Crucificado».
Arc. S. Miguel (séc. XVIII) |
![]() Cruz Processional (séc. XVIII) |
![]() Túmulo do Senhor na Reserva |
Ainda é para referir a imagem do Senhor Morto, no túmulo, dessa mesma época, desconhecida do povo, por apenas servir na Procissão de Sexta - Feira Santa, e não estar - como interessava - à veneração do fiéis. Além destes 5 altares, mais 2 se construíram, quase ao fundo da ampla Igreja, em substituição de armários embutidos na parede e que foram dedicados à Sagrada Família - lado esquerdo - e ao Senhor dos Passos - lado direito.
![]() Stª Marinha (séc. XVIII) |
Custódia (séc. XVII) |
outras Imagens ocupam nichos dos altares, preenchendo-os com comedimento e justas proporções. Todos estes altares eram dotados de lâmpadas de prata e ricas alfaias. Dignos de apreço «os dois púlpitos, em frontais de talha e em cima das portas, sonegos da mesma talha.». «As portas assim principal, como travessa, são de pau angelim da América, feitos na Corte de Lisboa, com boas ferragens e grandes fechaduras, lá também feitos, cujos mestres os vieram cá assentar. Por fora, ornados todos três de bons átrios e proporcionados cada um, em forma de meio sextavado que cercam sete degraus, ornados de seus dóceis...»
Era esta descrição feita em 1758, pelo Reitor Fraião. Em 1964-65, foi feita uma completa restauração a toda a Igreja, cujas despesas ultrapassaram 700 contos e cuja inauguração se realizou pela festa de Santa Marinha de 1965, com a presença das autoridades do distrito do concelho e da paróquia, com o Senhor Bispo de Aveiro, Clero da freguesia, e muito povo. O dinheiro angariado na freguesia em peditórios, contribuição do pessoal das fábricas e ofertas dos ausentes atingiu a importância de 773.157$90. Durante estas obras também serviu de paroquial a Capela de Santo António.
Vista geral de Igreja há muitos anos atrás
A privilegiada situação de Primazia que a Igreja de Avanca antigamente detinha, veio a acabar no 2.º quartel do séc. XIX, com as reformas, sob o regime liberal.
Ainda em 1840, foi nomeado, pelo Reitor de Avanca, o último Cura de Loureiro - Manuel José da Silva Soares.
E tinha esta Reitoria bons rendimentos.
Outros dados retirados da Diciopédia 99
No princípio do 2.º quartel do século XVIII iniciaram-se as obras da actual matriz de Avanca, de invocação a Santa Marinha. A primeira missa veio a celebrar-se a 24 de Fevereiro de 1749.
A fachada do templo é dominada pelas duas torres sineiras, marcadas por pilastras, portal e composição cimeira. As torres, de ventanas abertas em arco pleno, apresentam pilastras nos cunhais terminados por pináculos e cobertura em cúpula hemisférica. No pano central rasga-se a porta enquadrada por pilastras almofadadas e rematada por frontão ondeante, que ladeia um rótulo oval triplamente moldurado e tendo decoração de cartelas. Todo este conjunto arquitectónico é envolvido por molduras que se desenvolvem em movimento ondeado. A ele sobrepõe-se, separado por pequena arquitrave, um nicho enquadrado por pequenas pilastras, igualmente almofadadas, e frontão recto. Aqui encontra-se a imagem medieval da padroeira, de calcário, de oficina coimbrã, a mais antiga da matriz. Ladeando o nicho, abrem-se duas janelas de moldura mistilínea, também ornada por cartelas. A encimá-lo aparece-nos um óculo envolvido por composições de aletas e molduras ondeadas. A empena, vazada por arco pleno, é protegida por balaustrada e coroada por pináculos. Nos flancos abrem-se duas portas rectangulares, enquadradas por pilastras dóricas e rematadas por frontão curvo interrompido. Interiormente, o arco cruzeiro, tratado à maneira de um pórtico, liga-se aos retábulos colaterais no prolongamento da imposta, que nestes forma o entablamento do arco pleno. Os colaterais são coroados por cabeceiras com frontão curvo e o arco cruzeiro com frontão interrompido, enrolado em voluta, onde se inscreve um óculo quadrilobado. Na nave abrem-se vários vãos, onde encontramos os púlpitos sustentados por mísulas e os retábulos laterais - estes de talha dourada e branca, enquadrados por colunas salomónicas, datados dos meados de Setecentos. No lateral esquerdo, é merecedora de atenção a representação escultórica da Trindade. No lateral direito, são igualmente interessantes as imagens de Cristo crucificado, uma Senhora com o Menino e um S. Miguel.
O retábulo-mor do século XIX é enquadrado por dois pares de colunas, postas em diferentes níveis, e coroado por frontão interrompido. A tribuna é fechada por uma bonita tela religiosa, coroada pelo escudo nacional. Aqui podemos apreciar a escultura de meados do século XVIII, de Santa Marinha, uma produção de oficina regional. Outras esculturas igualmente interessantes, mas já retiradas ao culto, são uma Virgem com o Menino e um S. Sebastião, de pedra de Ançã do século XVII.
B) Estação do Caminhos de Ferro
A Estação de Caminhos de Ferro Já dissemos que na Linha do Norte (Lisboa - Porto) foi criado um Apeadeiro em Avanca, inaugurado em 1887; verificado o movimento de passageiros e mercadorias, passou a Estação em 1929, sendo necessário construir um Edifício correspondente. |
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Embora a expensas da C.P., a construção deste edifício teve a colaboração eficiente de um Grupo de Amigos de Avanca, que o decoraram com quadros e Azulejos que lhe deram elegância.
Além de paisagens locais e costumes regionais, e dos Barões das Quintas da Aldeia, Entre Levadas, Outeiro, Marinheiro, Mato, S. João de Loureiro e da figura típica de Marques Sardinha - o exímio Cantador popular, conhecido e apreciado - tomou lugar de primazia o retrato de D. Frei Caetano Brandão - Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas - 1740-1805 - natural de um lugar da freguesia de Loureiro, que ao tempo pertencia a Avanca, e também o retrato de João Pacheco G. Côrte Real, a cuja preponderância se deve o Apeadeiro de Avanca (1887).
Apeadeiro Antigo
C) Casa Museu Egas Moniz
Casa Museu Egas Moniz Por disposição testamentária, o eminente Prof. Dr. Egas Moniz quis que a sua Casa e Quinta do Marinheiro ( Avanca ),com todo o seu recheio, fosse destinada a uma Casa-Museu, e Escola de Artes e Ofícios. |
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Após as necessárias obras de adaptação para a instalação do Museu, a sua inauguração solene realizou-se no dia 14 de Julho de 1968, com a presença de personalidades ilustres na Arte e na Ciência, que usaram da palavra exaltando o Grande Mestre e Cientista que foi o Prof. Egas Moniz.
Esta Casa-Museu enriquece Avanca, e permite a visita à nossa terra de personalidades as mais distintas... O recheio deste Museu, constituído apenas por valiosas peças que em vida foi armazenando, bem merece uma visita, pois é grandemente apreciável.
D) Quinta do Freixieiro
(Fundação Benjamim Dias Costa)
Quinta do Freixieiro (Fundação Benjamim Dias Costa) Foi a 16 de Julho de 1967 - Vésperas da Santa Marinha - que o nosso Jornal «Notícias de Avanca» (n.º335-ano XVII) publicou na primeira página, preenchen- do-a, a sensacional novidade de que estava criada esta grande obra de assistência por alta e caridosa mercê dos seus nobres Fundadores Comendador Adelino Dias Costa e sua Exma. Esposa, D. Maria da Assunção Leite Costa. |
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A obra de assistência e amparo à criança perpetuará o nome e a memória do querido filho dos fundadores.
Foi dotada, inicialmente, com 5 mil e 200 contos; foi adquirida a histórica Quinta do Freixieiro, por escritura de 26 de Abril de 1968, para sua instalação.
Foi nomeada a sua Direcção tomando posse em 8 de Janeiro de 1968, e feitas as necessárias obras de adaptação; foram aprovados os Estatutos oficialmente em 11 de Dezembro de 1967. Foi garantida a presença das Religiosas Dominicanas para a sua movimentação, conforme as modalidades de assistência previstas: - a) Casa da Criança; b) Creche e Jardim de Infância; c) Amparo à criança na idade escolar; d) depois desta idade, concessão de Bolsas de Estudo, em vista a formação profissional.
Em Outubro de 1969, as Religiosas fixaram ali a sua residência, e iniciaram os trabalhos.
A inauguração solene foi a 25 de Janeiro de 1970.
O Comendador foi fundador da Adico.
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E) Quintas, Solares e Brazões
Para dar uma sucinta ideia da antiga nobreza avancanense, bastará referir as sua Quintas e Solares brazonados, bem como as respectivas Famílias :
Quinta | Observ. | Data | Família |
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Quinta do Mato | Brazonada | 1500 | «Os Valentes» |
Quinta de Nossa Senhora do Carmo | Brazonada e Vinculada | 1776 | «Valentes; Pereira; Resende» |
Quinta do Freixieiro | ------ | ----- | «Pereira»; e depois «Corte Real» |
Quinta de S. Bernado da Congôsta | Vinculada | 1683 | «Resendes»; «Lima e Lemos» |
Quinta da Arcâ | ------ | 1739 | «Pinhos; Valentes; Resendes» |
Quinta de S. Francisco de Paula do Sobreiro | Brazonada e Vinculada | 1764 | ------- |
Quinta da Zangarinheira | ----- | ----- | «Valentes; Resendes» |
Quinta de S. José do Outeiro de Paredes | ----- | ----- | «Abreu Freire»; «O Morgadio do Outeiro» |
Quinta do Marinheiro - Dr.Egas Moniz | ----- | ---- | «Resende de Abreu Freire» |
Quinta do Telhado | ---- | ----- | ramo dos «Resendes» |
Quinta da Aldeia | ---- | ---- | ----- |
Velha Casa da Aldeia | --- | --- | ----- |
Casa das Chousas | --- | --- | «Abreu Freire» |
Nova Casa das Chousinhas | --- | --- | ---- |
Quinta de Entre-Levadas | Brazonada | 1790 | «Silva Brandões» |
Solar e Quinta dos Bitos | --- | --- | «Bitos de Arcã» |
Quinta de S. Francisco de Assis do Rego da Arada | Vinculada | 1736 | «Soeiro-Cabrais» |
Quinta dos Pereiros - Valada | ---- | --- | «Franco da Silva» |
Avanca teve galeria esplendorosa de Guerreiros valorosos que nas Guerras da Restauração, como nas Invasões Francesas, como nas Campanhas de África, operaram feitos de valia, que lhes mereceram justas condecorações.
A virtude humana e cristã também é nobreza!...
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F) Capelas e Oratórios Domésticos
Capelas
Capela | Lugar |
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Santa Ana ( também de N.ª Senhora da Paz)- 1758 | Água Levada |
Santo André | Santo André |
São Salvador | Arada (tinha propriedades foreiras, até denominadas «Chão de Santo» |
São Francisco de Assis | Rêgo da Arada |
São José | Quinta do Outeiro |
Santa Luzia | Areia |
São Bernardo | Quinta de São Bernardo - Lugar da Congôsta |
São Francisco de Paula | Sobreiro |
N.ª Senhora do Carmo | Quinta do Mato |
Santos Mártires de Marrocos | Fronteira ao Largo de São Sebastião |
São Sebastião | São Sebastião - designado popularmente por «Lugar do Santo» |
Capela de Santo António (1626) | Largo da Igreja |
Capela de Santo António 1998 (Centro de Avanca) |
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N.ª Senhora de Fátima | Quinta da Aldeia |
Oratórios Domésticos
Lugar | Oratório |
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Valada | P.e A. Tavares Martins |
Estrada | Comendador Adelino Dias Costa |
Mato | Fundação «Benjamim Dias Costa» |
Ermidas
Ermida | Lugar |
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S. José | Estrada (Lombão) |
Santo António | Penêda |
Senhora da Saúde | Fontela |
S. Roque | Sardinha |
Senhora do Livramento | Sardinha |
Senhora do Socorro | Areia |
«Senhora dos Caminhos» | Valada |
Alminhas de «Santo António» | Valada |
Alminhas do Pinheiro |
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Alminhas (Sagrada Família) |
Água Levada |
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G) Monumento ao Emigrante.
Monumento ao Emigrante - Visto dos Edíficios Santa-Marinha
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