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NOTÍCIAS ANTERIORES 2000


MARÇO 2000


FUNDAÇÃO BENJAMIM DIAS COSTA AS OBRAS VÃO ARRANCAR

120 mil contos para Obras

No Verão do ano passado foi demolida a parte poente da Fundação, aproveitando a ida das crianças para férias. Era nesta parte que estava o pavilhão e a lavandaria. As obras que vão nasce neste espaço destinam-se à cozinha, lavandaria e armazém de produtos, bem como uma rampa de acesso ao primeiro andar e um pavilhão.

Já está definida a comparticipação da Segurança Social que ronda os 37 mil contos. Aguarda-se a participação do Ministério da Educação ligada ao pré-escolar. Vai chegar alguma ajuda da Câmara Municipal.

A Fundação tem já uma existência longa, tendo sido das primeiras casas do género no nosso concelho. Não custou nada ao Estado. Foi fruto da generosidade dum benfeitor, Adelino Dias Costa.

Hoje põem-se novas exigências: as paredes estão velhas, o pé direito do rés-do-chão é muito baixo, nalguns casos é preciso mais espaço. É necessário: também abrir mais as janelas que nalguns casos são pequenas friestas. A Fundação funcionava na antiga Casa do Freixieiro que já anteriormente sofreu adaptações tímidas para a nova situação. Mas a mudança é que as paredes são as mesmas, o pé direito não pode ser alterado, sobretudo do rés-do-chão.

Sendo uma casa antiga e com tradições nesta terra é nossa obrigação manter os elementos decorativos que são vários como a escadaria exterior para o primeiro andar que se vê na foto e que é de extrema beleza, as janelas em granito e mesmo os caixilhos em madeiras e imitar as antigas casas portuguesas.

Para aumentar o pé direito do rés-do-chão tem que se mexer em todas as janelas em granito e mesmo os caixilhos em madeira e imitar as antigas casas portuguesas.

Para aumentar o pé direito do rés-do-chão tem que se mexer em todas as janelas, dos dois pisos, A própria demolição das placas interiores torna-se muito mais difícil se quisermos conservar as paredes velhas que têm moura.

Medindo os prós e os contra de tudo isto chegou-se à conclusão que o melhor era demolir o edifício e na reconstrução colocar os elementos decorativos mais importantes que se transferiram o velho edifício. Por outro lado uma implantação nova do edifício principal permite que se possa recuar um pouco para colocar passeios junto à estrada. Quantos pais vêm buscar os filhos e passam pela estrada, sem ter qualquer protecção. Uma nova implantação do edifício permite ter isto também em conta.

Com as novas exigências que se põem ás estruturas de ensino com salas amplas bem arejadas e cheias de luz, não será fácil manter a traça de uma casa de habitação. 0 arejamento de compartimentos, duma casa para uma família de meia dúzia de pessoas terá que ser muitas vezes ampliado para poder servir uma instituição que entre crianças, bebés e pessoal de serviço, ultrapassa as 120 pessoas. É por isso que as casas particulares têm sempre algumas dificuldades de se adaptarem por exemplo a salas de aula.

Acreditamos que seja possível harmonizar as características da antiga Casa do Freixieiro, adaptando-a e criando condições para que a Fundação continue a funcionar nestas instalações que terão que sofrer obrigatoriamente algumas adaptações É para isto que há arquitectos.

A Direcção da Fundação está convicta que ficará mais barata implantar um novo edifício, colocando nele os elementos decorativos do edifício e conservando tanto quanto possível a traça da asa do Freixieiro, do que com as mesmas paredes mexer nas janelas, demolir e reconstruir o piso do primeiro andar, criar novos espaços quer para a cozinha, quer para as salas. Se é verdade que a cozinha não tem condições com espaço demasiado reduzido, por outro lado as salas da pré-primária hoje devem ter em média 2 metros por cada criança. Agora defenderemos intransigemente o estilo da Casa do Freixieiro que a foto tão bem documenta. E visto que a casa original está mais voltada para lado nascente é sempre possível fazer mais aberturas para o lado poente que é o lado do Sol.

Há, quanto a mim, uma última razão para se poder fazer uma nova implantação do edifício: poder este ser desviado mais para nascente para não ficar afrontado pelo nosso edifício que vai agora surgir na parte que já foi demolida. Depois deste edifício estar levantado é possível que crie alguma sombra no actual edifício da Fundação e para que isto não aconteça vai ser necessário desviá-lo mais para nascente. Será preciso prever tudo isto para a última da hora não se tenham de fazer mais adaptações.


Uma Fundação «Alexandre Valente de Matos»

Quando me encontrava de férias em 1999, várias pessoas me questionavam o porquê do Pe. Alexandre ter sido sepultado em Moçambique, mais concretamente na missão de Stª Teresinha em Mutuáli, e a maneira como o povo o tinha sepultado. Apesar da minha juventude e pouca experiência missionária, foi tentando responder de forma a entender as pessoas e ao mesmo tempo a dar uma resposta que satisfizesse as pessoas e não melindrasse quem quer que seja. Mas, desde o início, percebi nos olhos e rostos das pessoas que também me competia uma tarefa e uma responsabilidade especial neste assunto. Por isso, assumi que tudo faria para que a memória, vida e obra do Pe. Alexandre não fosse esquecida ou votada a alguma marginalização.

Assim que cheguei de férias de Portugal, programei uma viagem a Mutuáli para visitar a sepultura do Pe. Alexandre, para falar com os meus colegas que aí trabalham e conversar com os responsáveis cristãos que mais directamente conheceram e trabalharam com o Pe. Alexandre. Apesar de ter chagado em Agosto, só em Dezembro me foi possível deslocar a Mutuáli, sendo na altura acompanhado pelo nosso Superior regional, Pe. Valdemar, Desde a minha paróquia até Mutuáli são 740 km por estradas que mais lembram os nossos caminhos nos pinhais em tempos de Inverno.

Depois de ter lá chegado, dirigi-me imediatamente à sepultura do Pe. Alexandre. Em silêncio formamos um círculo. Rezámos, cantámos, conversámos e olhamos uns para os outros como se estivéssemos à espera de alguém ter coragem, para fazer o 1º comentário àquilo que víamos. Confesso que até fiquei um pouco desgostoso da forma como aquilo está. Porém, não criei em mim um espírito de incriminação em quem quer que seja. Tentei entender e, acima de tudo, ver e intuir maneira como poderia ajudar aquele povo e aqueles meus colegas. Provavelmente vós aos verdes esta fotografia ficareis um pouco revoltados com a situação. Mas, penso que não é este o sentimento que o Pe. Alexandre gostará de ver em nós. Tudo foi de acordo com a vontade do Pe. Alexandre, em especial o ser sepultado em Mutuáli. Aqui, o culto dos mortos, desde a sua veneração, respeito e cerimonias, são fulcrais na sua cultura. Sem afrontar este povo, penso que podemos melhorar o aspecto exterior da sepultura através da colocação de alguns mármores que confere mais dignidade. Neste sentido, o povo cristão de Mutuáli já começou a contribuir financeiramente para melhorar esta situação. Na reunião que tive com a equipa missionária, e sendo porta voz do sentimento do povo avancanense, disse-lhes que a paróquia de Stª Marinha estaria disposta a ajudá-los nesse trabalho. Eles aceitaram Alexandre visto que o nome de Avanca é bem conhecido por estes lados, dado que o Pe. Alexandre sempre se orgulhou por ser de Avanca.

Todos nós sabemos que uma das características do Pe. Alexandre era a sua vertente de investigador nas áreas antropológicas e etnológicas. Muitos são os títulos publicados pelo Pe. Alexandre e outros que ele preparou mas que ainda não foram publicados. 0 mundo da educação, da cultura e da investigação parecia ser o mundo amado por ele. Nesse sentido, penso que seria uma boa ideia conseguirmos criar pequenas bolsas ou outras modalidades que desta forma iriam preservar esta faceta visível do Pe. Alexandre. Além do mais, o âmbito de apoio a estudantes, a investigadores e a cursos, foi uma das áreas que o Pe. Alexandre deu muita atenção.

0 Pe. Alexandre faleceu em Nampula a 25 de Outubro de 19917, no mês do Rosário na festa de Nossa Senhora das Vitórias. Neste ano jubilar em que celebramos efusivamente o jubileu da encarnação de Jesus Cristo, será justo evocarmos de maneira activa, apostólica e celebrativa esta figura ímpar da história do povo de Avanca.

Parece que a figura institucional de fundação está novamente a surgir. Penso que, mais do que ninguém, o Pe. Alexandre deixou a todos nós um legado espiritual, missionário e académico que urge preservar.

Na minha viagem aos matos de Mutuáli ouvi que a voz do Pe. Alexandre continua a ouvir-se e a ler-se...

Pe. Albino dos Anjos


UMA RESIDENCIAL NA QUINTA DO GAMA

Alguns restaurantes tem um conjunto de quartos para alugar. São vários os casos na freguesia. Mas não existe qualquer equipamento hoteleiro com alguma dimensão.

A Quinta do Gama foi vendida em lotes e entre os lotes vendidos há um para equipamento. 0 proprietário pensa construir nele uma residencial. A melhoria progressiva das estradas permite que as pessoas hoje se desloquem com mais facilidade. No entanto uma residencial permite que alguns possam ficar entre nós em vez de procurarem outras paragens. Será equipamento de utilidade caso venha a ser feito era preferível que estivessem concluído antes de 2004. Poderá vir a ser até utilizado para o Euro 2004 com um campo para treinos e uma residencial e acessos fáceis e rápidos a Aveiro e Porto reconhecemos que estas estruturas podem vir a ser utilizadas no Euro 2004.

Vamos ver se os Avancanenses são capazes de fazer propaganda, para lançar no mercado uma residencial que viria criar postos de trabalhos, caso o empreendimento vá por diante.


CONTRIBUTO PENITENCIAL PARA UMA CASA DE DOENTES COM SIDA

0 problema da Sida no nosso pais não está resolvido. Muitos doentes não tem ninguém que os acolha.

Os cristãos estão a organizar-se para criar em Braga, num antigo Seminário dos Franciscanos um hospital para doentes com sida. Podemos dizer que hoje este tipo de doença não só por ser incurável, mas também porque muita gente não sabe como é que ela se propaga. Há um certo medo de lidar com estes doentes. Por outro lado porque se entende que a doença provém quer do uso da droga, quer de relações sexuais, coisas em ambos os casos condenáveis os doentes da sida são sempre olhados pela sociedade como pessoas de baixo nível moral. A transmissão da doença não é exclusivamente transmitida desta maneira e uma picadela com uma seringa infectada com o vírus da sida, ou uma transfusão de sangue pode transmitir a doença. Mas mesmo que a origem da doença fosse exclusivamente por meios condenáveis, mesmo assim não haveria razão para os excluir ou rejeitar. Uma pessoa doente precisa de atenção e carinho mais que as pessoas normais. Foi esta a atitude que Jesus teve para com todos os doentes. Deve ser esta a atitude dos cristãos para com os doentes da Sida. A Igreja Católica em Portugal está empenhada em montar uma casa para acolher doentes com sida. 0 Contributo Penitencial deste ano tem essa finalidade.


PASSAGENS DE DESNIVELADAS DA CP

Estão atrasadas as demarches para a execução das obras das passagens desniveladas sobre o Caminho de Ferro. A empresa "Refer" que representa o Estado vai tomando posse dos terrenos que vão ser expropriados para estas passagens desniveladas. A empresa já tomou posse dos terrenos da passagem desnivelada do Gonde. Está em negociações com os terrenos da passagem de Porto Brejo - 0 processo está um pouco atrasado pois não é possível ter comboios a andar a altíssimas velocidades com passagens de nível mesmo com guardas. Nós já temos esses comboios que não estão a ser aproveitados pois ainda falta melhorar a linha. Entre a maioria da linha está prevista a eliminação total das passagens de nível. De facto, haver passagens de nível nos comboios é o mesmo que haver cruzamentos na Auto estrada. Qualquer avaria no sistema pode ser fatal.

Há poucos dias representantes da REFER estiveram na passagem de nível do Gonde para tomar posse dos terrenos que são ocupados pela empresa sem mais, quer os proprietários concordem quer não concordem. Esta é a postura do Governo através da empresa que nomeou para esse fim. Estamos no entanto convictos , que as passagens desniveladas ainda vão demorar a fazer, apesar desta tomada de posse dos terrenos. No programa do Governo está a eliminação total de todas as passagens de nível.

Mas como o Refer diz que o programa está atrasado pode ser que agora queiram adiantar.

Terá muito interesse a realização das passagens desniveladas o que trará à freguesia mais desenvolvimento, pois o tempo que se perde nas passagens de nível corresponde a muito tempo.


ESCADAS DE ACESSO AO TRONO E BANCOS NA IGREJA

Já há muito tempo que as escadas que dão acesso ao trono da Igreja estavam completamente podres. Era até perigoso ir lá acima. Era urgente resolver-se o problema. Depois de muitas duvidas, optou-se por fazer umas escadas em ferro, que o F. Ramada forneceu, Fazê-las em madeira ficava mais caro e penso que tinha menos duração. Fazê-las em cimento também não ficava bem para além de ser complicado devido à altura que as escadas vão ter. Esta solução é por isso a melhor.

Para além das escadas compraram-se também umas estantes para colocar vários utensílios que estavam espalhados. Agora poderão ser guardados neste espaço que afinal é grande e com as estantes mais coisas se podem guardar. É altura de aparecerem os bancos já anunciados há tanto tempo e ainda não apareceram. Parece que depois de ultrapassados o litígio que surgiu na empresa vamos em breve ter os bancos. E na verdade já é tempo.

Esperamos que antes da Páscoa eles apareçam.


A ACADEMIA DE SHUDO E DEFESA PESSOAL

Encontram-se abertas as inscrições para aulas de Defesa Pessoal destinada a todas as pessoas, independentemente do seu sexo, idade ou estrutura física (aceitam-se menores, a partir dos cinco anos de idade). Estas aulas visam essencialmente a aprendizagem de técnicas simples e acessíveis que demonstram ser uma solução viável numa situação de confronto e/ou agressão física. A Academia de Shudo é uma Associação Desportiva que tem por empenho a divulgação e a prática da Arte Marcial Shudo. Esta arte é genuinamente nacional, tendo sido criada em 1993. Literalmente, Shudo significa "Caminho Fundamental". Na sua essência pretende-se que qualquer praticante, atinja o equilíbrio mental e físico do seu corpo, possibilitando uma segurança total e soluções viáveis em qualquer confronto e em qualquer situação numa ilimitação física e psicológica do ser humano. 0 seguimento desta Arte vem ao encontro, em parte, do aumento da violência na nossa sociedade, violência esta aos mais diversos níveis, desde a doméstica às questões de rua: (assaltos, violações, etc). 0 ser humano tem capacidades que necessitam de ser despertadas e para as quais o Shudo permite um sério contributo. Não se deduza que o Shudo é somente uma técnica de luta. E também, e acima de tudo, a procura pela paz de espírito, pela sanidade psicológica e bem estar físico, pelo equilíbrio e desenvolvimento de capacidades que todos têm, mas que nem todos aproveitam (humildade, respeito, honra). 0 dia à dia de uma sociedade é uma corrida contra o tempo, em que os valores que a identificam são de ordem material e de tremendo desgaste. É importante e decisivo que se combata este estado de calamidade em vias de se instalar e que cada um pode contribuir para o pacificar da nossa vivência em sociedade.

A Academia de Shudo desde já agradece a generosidade do Sr. Reitor José da Silva pela cedência de uma sala no Centro Paroquial para efectuarmos os treinos. Os interessados poderão se inscrever através dos seguintes números de telefone:

 

234880928 Cris Costa Ribeiro

917358819 Ângelo Miguel Ribeiro

919359473 Nuno Rocha

ou comparecerem no local de treino às terças-feiras, às 19:30, na sala de Balet.

0 Instrutor: Nuno Rocha


VAMOS PINTAR DE BRANCO A IGREJA NO ANO 2000

Depois que se pintou a Igreja com tinta plástica, apesar da tinta ser de boa qualidade, passado pouco tempo começaram a aparecer umas manchas na parede do lado norte. Ficamos um pouco surpreendidos. Antes a Igreja estava pintada com cal que se estragava muito, mas depois que se pintou com tinta plástica foi pior. Pintar a nossa igreja é sempre um pouco complicado devido à altura e por isso obrigava-nos a adoptar uma solução mais duradoura. De facto enganámos-nos. A tinta plástica ganha mais fungos e sobretudo a parte norte, por menos exposta ao sol, é pior. E verdade que as paredes estão já velhas mas se olharmos para o lado sul está muito melhor que no norte. Havendo pouco sol é mais possível haver fungos do lado norte. Voltarmos à cal torna-se difícil pois para tirarmos agora a tinta plástica é demorado e caro. Vamos experimentar colocar um fungicida para ver se os fungos desaparecem e depois voltarmos a pintar com tinta anti-fungo. Será uma solução. No tempo do Inverno ainda ficam mais escuras as paredes da parte norte da Igreja, devido ao aumento de fungos com a humidade do Inverno e com pouco sol.

0 cuidado que os cristãos vão tendo coma igreja - edifício deve manifestar o ainda maior cuidado em tratar da Igreja - Povo de Deus. Neste ano 2000 em que nós vamos animando o povo de Deus a viver mais a vida cristã, a renovar-se, poderá ser também expressão dessa renovação, a pintura da Igreja. Podemos até ligar o simbolismo de neste branco do baptismo com o simbolismo que poderá ter uma igreja renovada na fé, na presença de Jesus Cristo na sua Igreja. A igreja do ano 2000 deve ser a Igreja pura e sem mancha de que nos fala S. Paulo na carta aos Efésios.

Queremos uma igreja pintada de branco neste ano 2000. Mas queremos sobretudo que esta Igreja se vá purificando ou libertando dos seus males para poder deixar transparecer o verdadeiro rosto de Cristo. Este ano é ano de pintarmos a nossa igreja.

No ano 2000 queremos que a Igreja ovo de Deus se renove, se purifique ou liberte dos males e que esta  atitude tenha uma expressão visível na pintura de branco da igreja - edifício.


Do livro «0 AVIVAR DE UMA MEMÓRIA»

«A COOPERATIVA DE AVANCA, E AS SUAS ORIGENS»

Pelo Pe. Tavares Martins

«A constituição desta Sociedade constitui para Avanca um importante melhoramento»

Ao referir a situação política de 1914 a 1919 - período em que o Sr. Pe. António Maria de Pinho fez parte da Câmara de Estarreja, período de difícil governação para qualquer hábil estadista, período em que deflagraram sobre a Europa e sobre a nossa terra, os trágicos flagelos da fome, da peste e da guerra - mencionamos os meios de que se valeu o Sr. Re. Pinho para suster o alastramento da fome, nesta região,

Padre Pinho do Paço pondo cobro aos desmandos dos açambarcadores e à cobiça dos exploradores criminosos... e citamos o estabelecimento dos "Celeiros Municipais", criados pelo Decreto ng 4639, de 14-VII-1918, e instalados, neste concelho, em 4-IX-1918, como um correctivo para o açambarcamento, e um freio para a especulação descarada que vigorava infrene.

Neste ambiente dessorado, localizamos a implantação das "Cooperativas", particularizando os moldes dos "Celeiros".

Ainda para dissecar o ambiente que se instalara no país, alastrando a fome à sombra da guerra, parece-nos elucidativo referir uma atitude corajosa do governo de Sidónio Pais.

Em Julho de 1918, toda a polícia de Lisboa, e toda a G.N.R. saiu para a rua, a pé e a cavalo, espalhou-se por toda a cidade, para proceder a buscas em armazéns de géneros de 14 necessidade, em mercearias e outros estabelecimentos, averiguando quantidades de géneros açambarcados. 0 povo de Lisboa ficou radiante com este acto do Governo, cheio de coragem e de justiça, rompendo a muralha dos sonegadores pérfidos, sanguessugas do povo faminto.

Pois, v.g., numa carvoaria, sob urna pilha de carvão, depararam com 14 sacos de açúcar ... foram

presos 243 comerciantes, foram fechados muitos estabelecimentos que escondiam géneros, foi feita uma larga colheita de géneros indispensáveis à vida... e esta rede estava disseminada por todo o país. Já dissemos que o Presidente da Câmara - S. Pe. Pinho - mobilizou, em Avanca, três celeiros que exerciam a mesma traficância, e fez o arrolamento de todos os cereais neles arrecadados - o que mereceu o louvor de toda a vereação. Não nos é difícil, agora, compreender a necessidade de uma sociedade - ou agrupamento - capaz de impor as normas da justiça - tão atropelada! - e os princípios do direito - tão postergado! - forçando, por uma força comum, a consciência vilipendiada dos fraudulentos transgressores a entrar na linha do dever.

A força individual pode degenerar em violência e em actos criminosos; a força moral, para ser vigorosa e potente, precisa de ser organizada e disciplinada com a união de todos - pois a união faz a força - e esta união só se obterá através de associações.

Em tempos de crise, compreende-se facilmente a necessidade destas associações, corno defesa e auxílio mútuo contra um inimigo comum; compreende-se, e aceitam-se como remédio capaz de sarar feridas bem abertas no organismo social que sangra.

Numa Assembleia, em Avanca, realizada em Dezembro 1917 para lançar os fundamentos duma sociedade deste género - "A Cooperativa" - verificou-se o interesse com que todas as classes - ricos remediados e pobres - tomavam parte na elaboração pormenorizada dos seus Estatutos, confiados nas vantagens que a todos ela viria a proporcionar.

Um jornal que se referia a esta Assembleia registava: "nunca se realizou ali tão brilhante reunião, a contento do povo, e em que o mesmo povo tomasse parte tão activa"... e depois concluía assim:"se há Avancanenses que se notabilizaram, quer na política quer nas ciências, hoje encontramos quem se nobilita pelo que se sacrifica e pugna pelo engrandecimento da linda aldeia que lhe foi berço"...

Tal avancanense "merece o maior respeito e admiração" (correspondência de 15-XIII-17).

Este foi - todos os de boa fé o confessarão - este foi o Sr. Re. Pinho, o organizador e fundador da "Cooperativa de Avanca".

Aquela "Assembleia Geral" para a constituição desta Cooperativa foi realizada no dia 8 de Dezembro de 1917. Nela se apresentaram e discutiram e ultimaram os pormenores dos Estatutos, de modo a merecerem a aprovação de todos; e nela também foi feita a eleição dos seus Corpos Gerentes. Antes de os referir, devo fazer a sua apresentação nos termos em que um jornal em que um jornal dessa hora o fez "A escolha destes (elementos) para os corpos gerentes foi acertada. não só pela sua respeitabilidade e reconhecida probidade como pelos desejos de levarem a cabo a espinhosa missão de que se incumbiram. A constituição desta sociedade constitui para Avanca um importante melhoramento; nem só os associados colhem as sua vantagens, mas toda a freguesia. Ela representa uma força, olhando-a pelo lado do auxílio mútuo que presta, e ainda pelas reivindicações que seja necessário fazer-se, a bem do povo".

Quanto a nós a escolha destas personalidades patenteou ainda a perfeita e sólida união de todos os Avancanenses - dos ricos com os pobres, dos letrados e homens cultos com os humildes,

dos homens de posição e influência social com o povo anónimo. Também aqui o segredo e a força da vitória. Foram eleitos os Corpos Gerentes:

ASSEMBLEIA GERAL: Presidente: Dr. José Maria de Abreu Freire; Vice-Presidente: Domingos Marques Hespanha de Resende; 12 Secretário: José Maria da Silva Tavares; 29Secretário: Re. António Maria da Costa; Substituto: Pe. António José Valente.

DIRECÇÃO: presidente: Dr. António de Abreu Freire - Tesoureiro: Reitor Firmino Pais da Silva; Secretário: Francisco Pereira de Oliveira; Vogais: António Pereira de Almeida e Joaquim Rodrigues da Fonseca; Substitutos: Joaquim de Matés e Manuel Maria Valente Nogueira,

CONSELHO FISCAL: Padre António Maria de Pinho, Capitão Manuel Maria da Silva Abreu e Júlio Neves. Substituto: António Silva Tavares.

A Escritura da sociedade a Cooperativa de Avanca foi lavrada em 27 de Janeiro de 1918, no Cartório do Notário Dr. Manuel Tavares de Oliveira Lacerda, de Estarreja, e perante o próprio Notário, intervindo como Outorgante, com poderes conferidos pela referida Assembleia para tratar da sua constituição, os Senhores: - Dr. António de Abreu Freire  - Médico, Pe. Firmino Pais da Silva - Reitor, Francisco Pereira de Oliveira, António Pereira de Almeida - todos de Avanca - e Joaquim Rodrigues da Fonseca, de S. João de Válega. Esta sociedade, fundada em Avanca, tinha o número superior a dez associados, e o capital mínimo de 250$00.

Na escritura da fundação da Cooperativa ficaram exarados os seus estatutos, que se acham impressos, e na mão de cada sócio.

Obedecendo a necessidades de actualização, foram reformados por escritura de 7-V-1922, e novamente em 22 de Maio de 1942, conforme foi registado no diário do Governo - 24 série, nº 183 de 27 de Julho de 1942. A falta de espaço não permite sequer que respigue alguns dos seus artigos. A eleição da Mesa Administrativa é anual, e esta compõe-se de 5 membros e 2 substitutos. A Certidão da Acta da Assembleia Geral de 8 de Dezembro de 1917, em que foram aprovados os Estatutos, e conferidos os poderes necessários para os escolhidos membros outorgarem na Escritura Notarial, foi passada pelo Prof. José Maria da Silva Tavares. Esta Assembleia foi realizada na Casa da Junta de Freguesia, servindo de Escola, e cedida, por favor, para as reuniões da Cooperativa.

No mesmo dia em que foi lavrada a Escritura, 27-1-1918 os membros da Direcção reuniram para movimentarem a sociedade, determinando que os sócios entrassem com o valor das acções, escolhendo Manuel Maria Valente Nogueira e António Pereira de Almeida para efectuarem compras de géneros, e resolvendo (em 2111-1918) que se abrisse a Casa para venda de géneros, aos sócios, em 3 de Março.

Como para a compra de géneros era necessária uma soma avultada, o Sr. Júlio Neves pôs ao dispor da Direcção dois mil escudos, sem juro, entregando tal importância em trinta de Junho.

(Continua no próximo número)


JANEIRO / FEVEREIRO


D. MANUEL MARTINS EM AVANCA

TERRA DOS SEUS ANTEPASSADOS

Foi simpática a vinda de D. Manuel Martins a Avanca que é a terra natal da sua avó materna que se chamava Maria Rosa Martins. Morreu em 1938 com 71 anos de idade. Foi em Avanca para Leça do Bailio e por lá ficou, onde veio a casar. D. Manuel Martins celebrou a missa das 16,30h. de sábado com a igreja literalmente cheia. Considerou-se em sua casa. Referiu que algumas das pessoas presentes poderiam ser da sua família, talvez primos, mesmo afastados.

O pároco referiu que ia tentar investigar e que a próxima vinda de D. Manuel Martins a Avanca seria para confraternizar com os seus familiares. Vamos ver se é possível descobrir através desta informação que é muito reduzida.

As pessoas escutaram-no com grande interesse. A seguir à missa, D. Manuel esteve no Auditório para falar às pessoas do Ano Jubilar. Foi muito bom, embora não tenha estado cheio o Auditório. Não estiveram mais de duzentas pessoas, o que dá uma sensação de vazio, numa casa que leva umas largas centenas de pessoas.

As pessoas que estiveram presentes gostaram de ouvir D. Manuel Martins e foi pena não estar o Auditório completamente cheio. Mas de facto os que vieram ficaram contentes por ouvir um homem de Deus, que de facto é carismático.

A simpatia e gratidão com D. Manuel Martins foi expressada por um ramo de flores, considerando-o também como descendente desta terra de Avanca.


PEREGRINAÇÃO ARCIPRESTAL À TERRA SANTA

Avanca e Estarreja tem organizado peregrinações à Terra Santa. Este ano, Ano Jubilar pensou-se fazer uma grande peregrinação de todo o Arciprestado à Terra Santa. Vai ser no dia 1 a 8 de Setembro. A HELLAL Companhia Aérea Israelita deixou de voar para Portugal. As agências organizaram-se e fretaram aviões para fazer vôo directo, para não andarmos a ter necessidade de fazer escala noutros países, com os incómodo daí inerentes. Agora para se ir a Israel fora dos períodos em que as Agências fretaram aviões, torna-se mais difícil. O facto de ser um vôo charters, torna a viagem um pouco mais barata. E por isso que a partir de Setembro, a viagem é mais cara.

Vai sempre um padre do Arciprestado a acompanhar a peregrinação, mas é possível que seja necessário ir mais que um.

As inscrições, no entanto têm que ser feitas com mais antecedência pois à última da hora não é possível,


Sala de catequese, ATL e Cantina em Agua Levada

Polivalência de ATL cria melhores condições para as crianças

O lugar de Água Levada está carecido de estruturas que cativem os jovens para as actividades dos seus tempos livres. 0 tempo está a mudar, e a inauguração de um espaço, anexo à capela, permite que os mais novos tenham catequese, ocupem os seus tempos e tomem as suas refeições.

Brevemente, o lugar irá ser apetrechado com um polidesportivo, segundo anunciou VIadimiro Silva, presidente da câmara.

Algumas das crianças de Água Levada vão poder usufruir de um espaço onde farão as actividades dos seus tempos livres, terão catequese e, como a escola do ensino básico não tem cantina, servirá também para tal.

Anexo à capela de Água Levada a paróquia de Avanca construiu unia salinha com a polivalência no passado dia 28 de Janeiro, "permitindo que algumas crianças carenciadas tenham melhores dias", como referiu o Pe. José Henriques, o "obreiro" de mais este melhoramento, tão necessário. Como não dá lucro, pensou-se na paróquia", lamentou-se o reitor de Avanca.

Com esta obra, também a capela do lugar ficou beneficiada. Muuitas boas vontades, fizeram com que sete mil e quinhentos contos dessem para tudo, ATL e obras na capela, faltando ainda pagar o tecto.

DONATIVOS

Muitos deram a mão de obra, outros dinheiro e materiais. A obra foi crescendo e finalizada.

O Centro Paroquial deu alguns materiais, a Câmara 1600 contos para móveis e electrodomésticos da cozinha.

Manuel Avenilde Valente e a Durit, empresa a que preside, chamou a si a maior fatia. Três mil e oitocentos contos. O Centro Social de Aveiro presidido pelo salreense José Valente apoia já este ATI desde o passado mês de Setembro, continuando a apoiá-lo. Tudo junto. Contas feitas e apresentadas pelo Pe. José Henriques,

na sala foram gastos mais de três mil contos, absorvendo a capela o restante.

UM RECINTO DESPORTIVO PARA BREVE

“As crianças que vivem mais isoladas têm o direito de usufruir das mesmas condições que as outras, dos grandes centros".José Valente justificou desta forma o apoio dado pelo Centro Regional da Segurança Social de Aveiro, a que preside. Anotando a convergência de esforços para que a obra fosse uma realidade.

VIadimiro Silva, presidente da Câmara Municipal de Estarreja, reforçou "o interesse e a amizade" por Avanca, ressalvando que "é uma das sete peças do concelho e todas elas irão crescendo, à medida da capacidade financeira existente". Anunciando que a breve trecho, Agua Levada irá ter um recinto desportivo, VIadimiro Silva salientou o facto de Avanca "ter bons filhos", que pretendeu impulsionar o seu desenvolvimento. 0 presidente da Câmara teceu ainda palavras elogiosas sobre o Padre José Henriques: "um Homem incansável, que não para, segue em frente, muitas vezes contra ventos e marés", até conseguir o que entende ser melhor para Avanca e sua população.

In «Jornal de Estarreja»


OS BENS DE JULIO NEVES

Passos significativos do actual executivo da Junta de Freguesia

Senhor Reitor:

Venho por esta forma levar ao conhecimento de que o prédio do Porto já se encontra Livre de Casais.

Portanto de várias negociações o dito prédio foi totalmente desocupado.

Julgo portanto ter chegado a ocasião de se pensar na venda do dito imóvel.

Como de todos os outros Prédios que Júlio Neves deixou legados para que fossem vendidos e se construisse casas para pobres de Avanca apenas só ainda não está resolvido o caso do Prédio de Oliveira de Azeméis do que também se está a desenvolver todos os esforços para ver se consegue um resultado positivo. Pois como é de seu conhecimento, o nosso conterrâneo e amigo Doutor Armando M. Garrido está a tratar do assunto com toda a sua capacidade para ver se tudo vai ser resolvido. Ainda há pouco tempo li no Jornal de que o Sr. Reitor e digno Director e mais uma vez falando da Junta de Freguesia sobre o caso Júlio Neves que sempre me deixa muito triste, pela demora como deixaram arrastar-se esta situação. Mas aproveito para que Sr. Reitor informe no mesmo jornal de que actual Junta em nada se sente culpada e pelo contrário tudo tem feito para que ao mais rápido isto possa ficar resolvido . Pois nos 2 nos que esta Junta tomou posse não se tem poupado a esforços para que isto se resolva.

Agora fico aguardar uma reunião com a Junta e o Sr. Reitor para se estudar a melhor maneira da venda dos Prédios, contando portanto com a sua colaboração em todos os sentidos, para que, depois de tanta demora isto possa acabar em bem. O responsável por estes assuntos sempre ao dispôr desta causa.

Pela Junta de Freguesia António F de Oliveira


AVANCA CONTINUA À ESPERA DE SAPATOS DE DEFUNTOS

O povo de Avanca não merece tanto abandono da parte dos responsáveis sobre o caso da Estrada 109.

Refiro-me às rotundas, semáforos e passeios. Muita tinta se tem gasto e tempo à volta de tão precisos melhoramentos. Vejamos o que se passou na passagem de nível, de Monsol com a C.P. Eu pergunto Avanca não será Portugal?

Vamos esperar por mais acidentes, mortes, etc.?

E porque razão não organizar uma excursão, para marcharmos em grande número e mostrar o nosso descontentamento à junta Autónoma das Estradas? um corte da Estrada 109? Um boicote às próximas eleições? Estamos no ano 2000 e nós pensamos no futuro. Vamos sofrendo mas basta de tantas injustiças, ódios e vinganças. Seria bom e de registar com o nome de (Benfeitores) às pessoas que tem propriedades junto à Estrada 109, ceder a bom preço ou até gratuitamente 1 m de terreno para os passeios, e ver resolvido tão grave problema.

Recordo-me que nos fins de Novembro de 1997, um elemento da junta de Freguesia me mostrou uma circular recebida, da J.A.E., devidamente assinada com a aprovação da instalação dos referidos semáforos. No meio de tudo isto eu penso que há pessoa que tenta queimar o Pacífico povo de Avanca. Vem aí o Europeu de Futebol é altura de ter tudo em ordem e ver nossa terra em progresso.

Bem haja e o nosso muito brigado.

Emílio Silva


A COOPERATIVA DE AVANCA CAMINHA PARA A FALENCIA

Começada num período em que havia pouca concorrência no comércio, provocada pela falta de produtos e pelo fraco poder de compra da maior parte das pessoas a cooperativa foi uma ajuda muito grande para pessoas de fracos recursos. Não tendo fins lucrativos começou por praticar preços moderados e ajudar a estabilizar os preços em tempo em que a falta de produtos provocaria uma subida de preços vertiginosa. Quando apareceram as grandes superfícies com a abundância de produtos, surgiu uma enorme concorrência e os preços começaram a baixar. 0 pequeno comércio que vende muito menos não teve capacidade de competir pois não consegue, no mercado, condições semelhantes às grandes superfícies. Com a subida do preço da mão de obra, começou uma lenta agonia do comércio que já se vai registando de há uns anos até agora. A propaganda ajudou, atraindo para os supermercados a maior parte da clientela que encontra também nos supermercados todos os produtos e facilidade de estacionamento. É por isso que os clientes com mais dinheiro fugiram para as grandes superfícies. Ficaram aqueles que tem dificuldades e pagam mal pois no supermercado ninguém fica a dever. Isto veio agravar mais a situação, acumulando-se as dividas. Enquanto a mão de obra foi barata as casas foram sobrevivendo. Com o agravamento da mão de obra, o fechar de muitas casas é uma consequência lógica, a não ser que seja a própria pessoa a explorar o negócio e a pessoa contentar-se com o que vier. Agora quem tem que pagar a mão de obra e venda pouco está condenado.

A Assembleia Geral da Cooperativa realizado no dia 13 de Fevereiro ditou o fim da Cooperativa. Era inevitável e prolongar ainda mais a agonia era ir delapidando cada vez mais ao património.


A.T.L. DE ÁGUA LEVADA SUPERLOTADO

Começando a funcionar no princípio de Fevereiro em poucos dias ficou superlotado. Neste momento tem 26 alunos e embora haja pedidos para mais não se vai aceitar mais ninguém. É preciso consolidar e organizar este trabalho e não é possível fazê-lo com multidões. Aliás as instalações são reduzidas e não tem capacidade para muito mais.

As crianças são dóceis e tem mostrado grande interesse em participar nas actividades propostas pelos animadores. Para quem começa uma iniciativa é sempre agradável ver que houve uma resposta rápida e que se tenta prestar um serviço de qualidade, mesmo que nem tudo seja perfeito.

Neste momento o A.T. L. do Centro Paroquial tem a frequência de 100 alunos 74 no Centro e 26 em Água Levada, apesar do Estado este ano aumentar para mais de 25 o seu apoio ficam ainda 35 sem apoio estatal. Em todas as valências aconteceu o mesmo, tendo sempre mais utentes do que aqueles que o Estado apoiava.

A pouco e pouco a Segurança Social foi-se aproximando dos números de utentes que eram, apoiados em cada valência. E por isso que já contávamos com esta situação que esperamos seja resolvida nos anos próximos.


HÁ 50 ANOS HOUVE 3 ORDENAÇÕES EM AVANCA

 

Passando em revista o que se passou na freguesia há 50 anos verifiquei que em 1950 houve em Avanca 3 ordenações: o R Joaquim Costa, o P Silvão e o R Bastos Homem, ou seja 2 para diocese de Évora e um para a diocese de Aveiro. Hoje já nenhum pertence ao reino dos vivos, tendo 2 deles morrido em acidentes de viação, ainda muito novos, quase nos primeiros anos do seu ministério sacerdotal.

Muito se esperava deles mas foi assim. Foi talvez o ano em que mais ordenação houve em Avanca. Não é fácil ordenarem-se num ano, três jovens da mesma freguesia. Pena é que a vida de dois deles tenha sido tão efémera.


DUAS HOMENAGENS AO DR. EGAS MONIZ EM AVANCA EM 1950

Ao reler o jornal do ano 1950 que nessa altura tinha o titulo "a Voz da verdade, Notícias de Avanca", verifica-se que neste ano várias homenagens foram feitas em Avanca ao Dr. Egas Moniz que andou envolvido em várias homenagens a nível nacional em 1949 e só veio a Avanca no ano de 1950, tendo nessa altura recebido duas homenagens do povo de Avanca uma mais intima outra mais solene quando foi inaugurada a estátua que hoje se encontra no Centro da Vila.

O Jornal com data de 16 de Abril de 1950 reza assim:

Chegou no dia 2 ao seu palacete de Marinheiro, o Sr. Dr. Egas Moniz. Era a primeira vez que S. Ex vinha a esta terra natal após a concessão do Premio Nobel.

No limite da freguesia foi recebido pelas pessoas de maior representação social do nosso meio, associando-se outras de Pardilhó, Estarreja, etc. Um grupo de estudantes de Medicina do Porto tomou parte nesta homenagem por iniciativa do nosso conterrâneo Sr. João Vasconcelos Costa Leite.

O automóvel do Sr. Dr. Egas Moniz entrou em Avanca precedido de um extenso cortejo de automóveis.

No largo da igreja grande multidão de gente aguardava S. Exa. com duas Bandas de Música.

Quase tudo se dirigiu para o Marinheiro, onde à entrada do palacete, o Sr. Dr. Egas Moniz foi saudado pelo Sr. Dr.º Duarte de Oliveira, Dr.ª D. Maria da Luz da Silva Pereira, João Vasconcelos da Costa Leite e pelo Pároco da freguesia.

O ilustre homenageado agradece a todos numa linguagem de grande elevação, salientando que jamais esquecerá esta festinha que por ser muito simples bem gravada lhe ficará no coração. Esta nossa página não pode ficar indiferente, e por isso congratula-se com a homenagem prestada a S. Exa. a quem apresenta também as suas saudações».


EM AVANCA MORRE MENOS GENTE DO QUE NASCE

BAPTISMOS 77,

MORTOS 69,

CASAMENTOS 25

Em muitas freguesias rurais com a emigração para o Estrangeiro e a vinda da gente nova para os Centros Urbanos onde encontram trabalho, está, a acontecer o chamado fenómeno de desertificação. De ano para ano são cada vez menos os habitantes porque vão morrendo as pessoas idosas e nascem muito poucos. Isto também é provocado porque os casais novos que têm filhos não vivem nestas terras rurais pois encontram o trabalho nos Centros Urbanos.

É por isso que há escolas no interior do país que chegam a ter um aluno e há outras que nem uma criança têm. São terras condenadas a desaparecer.

No ano passado sobretudo mais para o fim do ano morreu tanta gente que ficamos com a convicção que este ano ia morrer mais do que as pessoas baptizadas, mas de facto não aconteceu. Apesar disso ainda houve mais baptismos (cerca de 10) do que aqueles que morreram.

Dois dos baptizados eram adultos mas mesmo tirando estes dois mesmo assim o saldo ainda é positivo. Se é verdade que alguns emigrantes vêm aqui baptizar os filhos também é igualmente verdade que alguns emigrantes vem também aqui ser sepultados se morrem no estrangeiro.

Há no entanto uma inquietação que me fica no meio desta estatística: é que há casais que tem mais de três filhos e não tem condições para ter nenhum, ao contrário doutros que parecem ter todas as condições e não tem nenhum ou têm poucos.


C.P.M.

Com cerca de 50 casais começou mais um C.P.M.. É costume no dia da primeira reunião aparecem sempre o dobro dos casais inscritos. Tivemos que pedir a alguns que fossem embora pois a seguir à Páscoa ia haver outro em Estarreja. Mesmo assim ainda ficaram mais de 50 casais o que torna o trabalho mais difícil. Se uma das coisas importantes no C.P.M. é o diálogo entre os noivos, grupos muito grandes são grupos que falam pouco porque não estão à vontade. E doloroso mandar gente embora, mas para bem de todos é melhor participarem no próximo C.P.M. que eu princípio vai funcionar em Beduido, a seguir à Páscoa.

Perante os problemas graves que se põem à vida em família a igreja entende que não deve abençoar nenhum

casamento cujos noivos não tenham feito um C.P.M.

É verdade que isto não vem resolver muitos problemas mas pelo menos é uma tentativa de proporcionar aos noivos um diálogo sobre questões que devem falar antes do casamento.

 


FIM


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