Croatan
A perda dos
Croatan foi um evento seminal na história dos Garou, e ficou
conhecido como a principal fonte de inimizade entre os nativos e
as tribos européias (ou "Wyrmcomers", como os nativos
os chamam) e também da inimizade silenciosa entre os Uktena e
os Wendigo - o ressentimento entre dois irmãos pela perda do
terceiro.
Durante todo este tempo muitas coisas foram insinuadas nos
livros de Werewolf sobre os Croatan e seu destino, mas até hoje
a White Wolf não publicou os detalhes das lendas Croatan.
Alguns acreditam que uns poucos fantasmas dos Croatan assombram
a Umbra, embora não exista nenhuma prova. Outros acreditam que
os Croatan morreram e não voltaram, como muito das reais tribos
americanas que foram sacrificadas. Os nativos foram e não
voltaram. Indiferentemente, sinais de poder e sabedoria dos
Croatan estão novamente presentes no mundo; de fetiches
redescobertos ao despertar do totem da tribo, a Tartaruga. Quem
pode dizer o que está realmente acontecendo? Um renascimento?
Ou a preparação para outra batalha apocalíptica?
História
O que se sabe hoje sobre os Croatan é o que os contos e lendas
dos Uktena e Wendigo dizem. Muitas destas histórias são
mantidas em segredo das tribos européias por várias razões;
os europeu são considerados desmerecedores ou, muitas vezes,
eles pensam que se contarem as histórias mancharão a memória
de seu Irmão do meio. O que a maioria dos Garou sabe é que os
Croatan chegaram nas Terras Puras anos atrás com os Uktena e
Wendigo, vindos de uma grande migração. Eles vieram pelo
estreito de Bering, e logo depois o mesmo caiu perante as águas,
deixando para trás as criaturas da Wyrm que os seguiam. Uma vez
nestas novas terras, eles se espalharam, pois esse era o desejo
de Gaia.
Os Wendigo permaneceram, em sua maioria, ao norte e cruzaram com
os que seriam conhecidos (mais tarde) como as tribos americanas
nativas do Canadá, do noroeste do Pacífico e também das
Grandes Planícies. Os Uktena, por sua vez, rumaram para o sul,
principalmente no sentido oeste, permanecendo na região do México
até o início da América do Sul. Eles cruzaram com aqueles que
ficaram conhecido como Maias, e também com outras tribos do México
e da costa californiana, além de muitas outras tribos do
sudoeste norte americano, como os Ute e Hopi (embora eles são
conhecidos como os Cherokee oriental).
Porém, os Croatan se espalharam por toda parte, vivendo entre
os Wendigo e Uktena. Eles eram mais fortes a leste e sudeste, e
cruzaram com as tribos mais tarde conhecidas como Iroquois
Confederacy, o Powhatan kingdom e os Seminole. Porém os povos
mais favorecidos por eles foram os Secotan e uma outra pequena
tribo intitulada depois pelos ingleses como os Croatoans. Os
Croatoans representavam, ou assim acreditavam os Garou Croatan,
uma tribo em perfeita harmonia com Gaia, vivendo pacificamente
com a terra.
Isto acarreta numa dúvida, afinal os Croatan, ou qualquer outro
povo nativo americano, podiam ser consideramos calmos.
Certamente, os índios poderiam ser cruéis na tortura de seus
inimigos capturados. Mas isto não aborrecia os Garou. Eles
encararam (e ainda muitos acreditam nisto) estas atividades de
comum acordo com o caminho de Gaia (com algumas exceções, é
claro, porque a Wyrm também estava presente nas Terras Puras,
embora não tão poderosa quanto na Europa). Guerra e dor eram
provações de um bom guerreiro. Se ele suportasse todos estes
desafios, e até mesmo se ele não conseguisse e morresse, eles
acreditavam que o guerreiro renasceria mais poderoso, e que
receberia grandes glórias em sua próxima vida ( os Croatan,
como a maioria dos Garou, acreditavam em reencarnação). Os
Guerreiros eram necessários, para que estes grandes heróis
derrotassem os monstros da Wyrm.
Por milhares de anos, os Croatan, Uktena e Wendigo viveram entre
os Povos Puros e os guiavam no caminho de Gaia e em suas
principais aventuras contra alguns poucos lacaios da Wyrm.
Porém, até então havia um equilíbrio com a Wyrm. As
criaturas da Wyrm agiam para destruir, mas vida nova surgia nos
lugar da morte. Isto era como deveria ser. Os Garous estavam
contentes com esta situação. Embora, sem a Wyrm, não haviam
batalhas gloriosas e, sendo assim, os guerreiros não recebiam
nenhuma recompensa. Realmente, a Wyrm foi considerada um mal
absolutamente necessário, embora os Parentes Garou pensavam o
contrário. Os proteger ou os ajudar nas batalhas, os Parentes
almejaram a paz das bestas da noite, sem fúria - e isto incluía
os Garou.
Os Croatan também consideravam bom o equilíbrio, não só em
relação a Wyrm, mas também contra os extremos da Weaver e da
própria Wyld. Ironicamente, como acontece atualmente na região,
os maiores problemas que eles enfrentaram não foi o crescimento
da Weaver ou as manifestações da Wyrm, e sim as depredações
da Wyld, na forma de terremotos cataclísmicos, incêndio
descontrolados em florestas, furacões e tornados. Os Croatan se
consideravam os defensores da civilização e do progresso, o
oposto da posição que os Garou ocupam hoje. Os poucos avanços
criados por suas famílias eram defendidos pelos Croatan, pois
estas coisas eram necessárias contra a opressão da Wyld. Até
mesmo certas culturas da Weaver, como controlar prados e
florestas, foi aceito e apoiado pelos Croatan.
Os Croatan foram os primeiros a sentir o peso das invasões
européias. Seus parentes e protegidos sofreram na Flórida,
quando da conquista espanhola, e os Croatan ajudava os humanos
na guerra contra os invasores. Mas os Croatan ficaram confusos
com os novos Monstros que vieram com os conquistadores e não
souberam lutar. Estas criaturas corruptas manipulavam levemente
os humanos, os fazendo ter pensamentos vis e cometer ações más.
Os Croatan raramente tiveram que lidar com tamanho mal.
Quando os ingleses invadiram a Ilha de Roanoke no ano de 1580,
os Croatan confrontaram uma ameaça que eles não puderam
compreender: a manifestação de uma besta da Wyrm, uma criatura
nascida da terra e faminta pelas almas de todos os humanos e
Garous. Esta era uma besta que eles poderiam derrotar - ou assim
eles pensavam.
Mais tarde, todos os Croatan morreram. E seus Parentes deixaram
de parir Garous, e durante os séculos que vieram os modos dos
Croatan desapareceram, e foi mantido vivo parcialmente nas canções
de seus irmãos.
Os Uktena e Wendigo procuraram de todas as maneiras uma forma de
reavivar seus irmãos perdidos, tentaram achar um filhote que
tivesse pelo menos o sangue de um Croatan. Mas a procura não
rendeu resultados. Não restou nenhum sinal de seus irmãos.
A partir daí, os Uktena deram início a uma tradição secreta,
tão santa que somente alguns membros da tribo ficaram
conhecendo, o guardião da canção. Eles elegeram uma pessoa
entre eles para preservar a canção dos Croatan, a história
sagrada da batalha final. Alguns Wendigo souberam do segredo, de
forma que eles poderiam ajudar a proteger o guardião da canção.
Sempre que um guardião está se aproximando da morte, ele
escolhe um Garou e canta a canção para ele. E daí em diante,
o Garou escolhido será o guardião da canção, até que ele
tenha que passar o conhecimento a outro.
E assim permaneceu até os dias atuais.
Cultura
Como acontece com a história, poucos se lembram da cultura dos
Croatan. Ninguém sabe seguramente a origem do nome da tribo. Os
Uktena e Wendigo levam o nome do totem deles, e muitos acreditam
que eles se intitularam Croatan após o surgimento de seu totem,
a Tartaruga, mas ninguém está certo disto. Existe uma história
que diz que um dos grandes heróis da migração chamava-se
Croatan, e que ele salvou o mundo de uma grande besta da Wyrm, e
por isso a tribo recebeu este nome. Mas nem todos acreditam
nesta história. Alguns acreditam que a tribo recebeu seu nome
depois de uma de suas famílias de Parentes, os Croatoans; porém,
a maioria dos Garous zombam desta hipótese. Uma tribo de Garous
que se nomeia depois de uma tribo humana? Ridículo! É, parece
que só um Croatan poderia ter a resposta.
Considera-se que a tribo dos Uktena eram os irmãos mais velhos,
os primogênitos e os mais sábios dentre as três tribos. Os
Wendigo eram os pequenos irmãos, os mais jovens, os mais temerários,
contudo os mais ativos. Então, a tribo dos Croatan eram os irmãos
do meio, os maduros, e também muito ativos. Equilibravam os
extremos dos Uktena e dos Wendigo. As outras tribos iam até os
Croatan para solucionar disputas, atém mesmo se um dos
envolvidos na disputa fosse um Croatan; pois a imparcialidade da
tribo era muito respeitada.
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Antes da vinda das tribos européias, os Garous nativo
americanos enviavam freqüentemente faziam um intercâmbio de
filhotes. Sendo assim, não era incomum para um filhote de
Wendigo passar seus primeiros anos entre os Croatan ou Uktena.
Quando ele voltava para aprender os modos de sua tribo, ele
trazia consigo os modos e o respeito de outra tribo. Esta prática
uniu as três tribos como uma verdadeira família, e até mesmo
guerras entre as tribos foram consideradas brigas temporárias
de família.
Tudo isso mudou depois da morte dos Croatan. Os Wendigo já não
confiavam nos Uktena e deixaram de enviar seus filhotes. Os
Uktena acreditavam que os Wendigo eram cegos e temerários, e não
quiseram que seus filhotes fossem criados por brutos. Hoje, as
duas tribos são mais íntimas uma à outra do com outras tribos
Garou, mas esta relação é muito estranha se comparada com as
relações que compartilharam uma vez.
Além destes fatos, os Croatan deixaram um pequeno legado.
Poderes
- Dons
Estes dons não foram ensinados pelos espíritos por muitos
anos. Porém, agora como a Tartaruga está novamente acordada,
os espíritos poderão ensinar mais uma vez aos Garous este
conhecimento. Só os Wendigo e Uktena poderão aprender estes
dons, ou qualquer Garou que siga o totem da Tartaruga.
Visão da Wyld (Nível Um)
O Garou pode ver a energia da Wyld em todas as suas
manifestações e pode impedir que ela fique extremamente
poderosa ou apenas se defender dela. Por exemplo, o Garou pode
ver um forte vento girando na Umbra, que seria o presságio de
um tornado no reino físico, ou então, sentir tremores de terra
na Umbra antes de um terremoto real. Os Garous com este Dom
podem ainda sentir os espíritos da Wyld na Penumbra ou
arredores, embora eles vão ter de entrar na Umbra para adquirir
maiores detalhes. Este Dom é ensinado por um espírito da Wyld.
Sistema: O Garou testa sua Percepção + Enigmas (dificuldade
6). Se bem sucedido, ele entenderá a natureza da manifestação
da Wyld e perceberá que forma de espírito pode estar causando
isto.
Concha de Tartaruga (Nível Dois)
O Garou pode formar uma proteção mística ao seu
redor. A proteção aparece como uma grande concha de tartaruga
que cobre o Garou. Do lado de dentro da concha é possível
observar todo o exterior, mas do lado de fora é impossível ver
o que está dentro. O Garou pode decidir proteger outros junto
com ele. Este Dom é ensinado por um espírito tartaruga.
Sistema: O Garou gasta um ponto de Gnose e rola Vigor + Sobrevivência
(dificuldade 6). Para cada sucesso, a concha ganha dois dados de
absorção e dois Níveis de Vitalidade (quando a concha não
tiver mais nenhum Nível de Vitalidade, ela quebra ao meio).
Se o Garou deseja proteger outros além dele, é necessário
considerar o número de sucessos obtidos no teste. Com três
sucesso, três Garous em forma Crinos podem ser abrigado dentro
da concha (ou talvez seis Homenideos, ou Lupus - ou qualquer
outra combinação, a critério do Narrador).
A concha dura cerca de uma cena ou até que um Garou decida
quebra-la. Uma vez que uma cena tenha passado ou se ela for
quebrada (tanto pelo lado de dentro como pelo lado de fora), a
concha desintegra.
Convocar Espírito da Terra (Nível Três)
O Garou pode convocar um espírito da terra para lhe
prestar algum favor. Ele tem de ter um pouco de terra com ele
(um punhado de terra ou uma pedra). O espírito da terra esmaga
coisas em seu caminho, por isso pode ser dirigido contra um
eventual inimigo. Este Dom é ensinado por um elemental da
terra.
Sistema: O Garou gasta um ponto de Gnose e rola Manipulação +
Ocultismo (dificuldade 8). A movimentação do espírito ( em
uma linha direta de até 27 metros) causará 10 dados de dano (não
agravado) em qualquer coisa que esteja em seu caminho. Derruba
tudo aquilo em que bater e passa por cima de objetos e vítimas,
para continuar seu caminho. Um fracasso no teste convoca um espírito
hostil.
Mão dos Senhores da Terra (Nível Quatro)
O Garou pode mover telecineticamente materiais que
pesematé 227 quilos. Este Dom é ensinado por um elemental da
terra e por um elemental do ar em conjunto.
Sistema: O Garou gasta um ponto de Gnose e testa Destreza +
Ocultismo (dificuldade 6). O efeito tem a duração de um turno
por sucesso.
Voto Resoluto (Nível Cinco)
Uma vez que o Garou com este Dom siga determinada meta, nada
e ninguém poderá dete-lo. Existem várias lendas de heróis
Croatan que seguiram seus votos de vingança ou indagações
espirituais contra as probabilidades e continuaram, enquanto
Garous menos resolutos retrocederam, temerosos com o fracasso.
Este Dom é ensinado por um espírito ancião.
Sistema: O Garou gasta um ponto permanente de Gnose e declara
seu propósito ou indagação a todos que puderem ouvir. Daquele
ponto em diante, ele deverá dar cabo em seu objetivo, até o
fim. Ele soma seis dados extras para qualquer teste de Força de
Vontade que envolva a indagação (some os dados, mesmo que o
teste de Força de Vontade fique com mais de 10 dados) e tem
também seis pontos extras de Força de Vontade para gastar na
indagação. Porém, uma vez gastos, estes pontos extras não
podem ser recuperados.
Se o Garou escolher deixar a indagação antes dela ser
solucionada, ele perderá todas as gratificações que ganhou ou
as que restaram e perde também um ponto de Força de Vontade
permanente para cada um dos pontos temporários de Força de
Vontade (de gratificação) que ele tenha gastado. O Garou nunca
poderá recuperar pontos de Força de Vontade permanentemente
perdidos. Por exemplo, se o Garou deixa seu propósito depois de
ter gasto três dos pontos de gratificação em Força de
Vontade, ele nunca poderá ter uma Força de Vontade maior que
7.
Fetiches
Os Fetiches Croatan podem ser encontrados nas páginas dos
seguintes livros:
Storyteller Handbook to Werewolf; pg. 122 e também no Rage in
New York; pg. 60).
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