A ERA ASTRONÁUTICA

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Do sonho à conquista:

Impossível dizer quando tudo começou. Talvez tenha sido ao despertar da consciência. Quando aquele enorme disco prateado, suspenso no vazio, provocou um sentimento novo - uma espécie de êxtase. Dessa vez não era medo. Talvez um sonho - um desafio. Quando nunca saberemos. Mas é certo que em algum momento da existência humana fomos possuídos por uma sensação poderosa. Um desvaneio insano de que podíamos explorar a Lua - as estrelas. Não fosse isto, talvez jamais tivéssemos passado de um pequeno bando de animais encolhidos em cavernas, num canto qualquer do planeta.

Como a Astronomia, a Astronáutica, a arte e técnica de navegar o firmamento, surgiu ao contemplarmos o céu. Durante o dia invejávamos a liberdade dos pássaros. Queríamos estar com eles, por entre as nuvens. À noite ansiávamos tocar a Lua, atravessar o manto escuro e vislumbrar o mecanismo dos astros, a música das esferas. Durante milênios foi somente um sonho da humanidade. Cada um de nós, hoje, vive o instante de graça que nossos antepassados desejaram.

"Um pequeno passo para um homem, um gigantesco passo para a humanidade" Neil Armstrong, 20 de julho de 1969.

Sonhando alto:

As histórias desses viajantes imaginários estão por toda a parte. Um documento com mais de cinco mil anos narra a façanha do rei Ethan, que ascendeu aos céus. Fato comum em todas as religiões da Terra. Heródoto, um historiador da Grécia antiga, mencionava que seus patrícios cavalgavam águias, estimuladas por iscas frescas. O grego Luciano de Samósata contava que após atravessar as Colunas de Hércules - atual Estreito de Gibraltar - o barco em que navegava foi erguido por uma gigantesca tromba d'água, e depois de vários dias de viagem celeste, atracou numa grande e brilhante ilha: a Lua!

Em "Somnium" (Sonho, sec.XVII) Johannes Kepler imaginou uma viagem à Lua, descrevendo duas espécies de habitantes. Os subvolves, que viviam na face lunar sempre voltada para a Terra e os privolves, habitantes do lado oculto, que faziam grandes caminhadas rumo a outra face, de onde podiam contemplar o adorável planeta Terra. Kepler também deduziu que as crateras lunares eram construções artificiais, antecipando a controvérsia dos canais marcianos.

Em "Os Primeiros Homens na Lua" de H. G. Wells, o professor Cavor e seu assistente chegam à Lua graças a um veículo recoberto por uma substância antigravitacional chamada cavorita. Mas na divertida "Viagem à Lua" de Cyrano de Bergerac, os personagens não são pioneiros. Um outro viajante terrestre teria alcançado antes o satélite, viajando num globo de ferro impulsionado por um enorme ímã preso a sua frente!

Por fim, talvez a mais fascinante entre todas essas aventuras seja aquela escrita em 1865 por Júlio Verne. Em "À Roda da Lua" Ardan, Barbicane e Nicholl viajam no interior de uma cápsula disparada de um monumental canhão na Flórida, quase no mesmo lugar em que partiriam os três astronautas americanos. Os heróis experimentam a sensação de falta de peso e ficam em órbita lunar, chegando a traçar um mapa do mar da Tranqüilidade, onde Armstrong e Aldrin fariam seu passeio 104 anos depois. Finalmente, ambas as cápsulas voltam à Terra, caindo no oceano Pacífico. Em nenhum outro livro Verne foi tão desconcertantemente profético.

Do sonho à conquista -fogos de artifício chineses, com pólvora seca, são os mais antigos entre todos os precursores dos foguetes modernos. Fabricados até hoje, foram os chineses quem introduziram as primeiras melhorias, como um cone na extremidade superior, para melhorar o deslocamento no ar. Os árabes aprenderam com eles e o segredo passou às nações da Europa. Não tardou para que fossem empregados como armas, levando uma carga extra de pólvora que explodiria ao contato com as tropas inimigas. Mas antes da metade do século XIX eles seriam abandonados em troca dos canhões.

Os pioneiros:

A Astronáutica como ciência exata nasceu na Rússia, através dos estudos de Konstantin Tziolkosky (1857-1935), um autodidata e mestre-escola que dedicava suas horas de folga a dedução das teorias que mostrariam porquê os foguetes de múltiplos estágios seriam necessários às viagens espaciais. Ele também assegurou que os combustíveis líquidos seriam mais eficazes à propulsão dos futuros veículos espaciais. A maior parte de seus estudos se realizou antes mesmo da invenção do aeroplano pelo brasileiro Alberto Santos Dumont (1873 - 1932).

Robert Goddard e o primeiro foguete a combustível líquido.

No início dos anos 20, o engenheiro romeno naturalizado alemão Hermann Oberth (1894 -1989) publicou um tratado onde antecipava as características do terrível V2 (Vergeltungswaffe 2, ou Arma de Represália 2, o primeiro míssil guiado do mundo). Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, o americano Robert Goddard (1882-1945) lançava o primeiro foguete a combustível líquido. Mas a corrida espacial ainda não tinha começado. Em seu caminho estava a Segunda Guerra Mundial.

O Exército alemão planejou e fabricou o foguete V2. Com cerca de 15m de altura e 14 toneladas, era impulsionado com álcool etílico e oxigênio líquido. Milhares deles foram lançados durante a guerra. Simplesmente não havia defesa. Com o fim do conflito, tropas americanas capturaram grande quantidade desses engenhos - que se tornaram o ponto de partida dos Estados Unidos em sua corrida espacial.

Em 1954, Wernher von Braun (1912-1977), que havia trabalhado em vários foguetes experimentais para os EUA, calcados no V2, apresentou um plano para lançamento de um pequeno satélite de 2,5 Kg. Desde o fim da guerra, cientistas europeus e americanos já cogitavam a possibilidade de lançar ao espaço satélites artificiais. A corrida espacial tinha começado. Mas seriam os russos quem sairiam na frente.

O Sputnik 1

O primeiro satélite artificial da Terra chamava-se Sputnik, "Pequeno Companheiro" em russo, e fora lançado em 4 de outubro de 1957 por um foguete de três estágios. A pequena esfera de alumínio que pesava cerca de 90Kg, tinha 58 cm de diâmetro e quatro antenas de cerca de 2,5 m. Levava instrumentos para medição de temperatura, pressão, raios cósmicos e a violência dos impactos de meteoróides. Por meses suas antenas espalharam um bip...bip... constante por todo o mundo, deixando os americanos frustrados.

O Sputnik 2 subiu pouco depois, em 3 novembro, desta vez levando como passageira uma pequena cadela esquimó, que ficou conhecida como Laika, o primeiro ser vivo a ir ao espaço. Antecipar as reações ao vôo usando animais não era novidade: em 1784 fisiologistas italianos já haviam feito uma ovelha voar num balão. Contudo, a recuperação de Laika não havia sido planejada pelos russos (o Sputnik 2 não estava preparado para uma reentrada segura na atmosfera) e assim pequena Laika morreu em órbita, através de uma injeção letal acionada por um comando em Terra.

Yuri Gagarin foi o primeiro homem no espaço.

O primeiro satélite americano foi lançado no início do ano seguinte. Mas o desafio de levar um homem ao espaço só foi superado em 12 de abril de 1961, quando o cosmonauta Yuri Alexejevitch Gagarin (1934-1968) realizou uma volta completa na Terra, a bordo da primeira cápsula da série Vostok (Oriente). Alan Shepard (1923-1998) seria o primeiro americano no espaço, fazendo um vôo suborbital com a Freedom VII em 5 de maio do mesmo ano. Somente em fevereiro de 1962 um astronauta americano, John Glenn (1921- ), ficaria em órbita da Terra.

Através dos olhos desses pioneiros a humanidade percebeu pela primeira vez a imensidão do espaço e contemplou o seu precioso mundo. O sonho era finalmente uma conquista. Mas a aventura tinha apenas começado.