Deives Ferreira Castilho
Licenciatura em Física
Universidade Federal de Uberlândia - UFU


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Mecânica da Partícula

Mecânica Clássica e Mecânica Quântica

Não vou complicar muito, apesar de me alongar na explicação, e tentarei responder a pergunta baseando-me no seguintes pontos:
1) Você já parou para pensar como analisamos fisicamente qualquer sistema? Temos antes de mais nada observa-lo e retirar de alguma forma as informações necessárias para construirmos o nosso modelo. Um planeta orbitando ao redor do Sol, por exemplo. Como você pode determinar a trajetória e a velocidade deste planeta no céu? Olhando a luz por ele refletida, o que o faz visível. Acontece que a luz utilizada para determinar as sucessivas posições do planeta não afetam a sua trajetória. No mundo clássico as informações necessárias podem ser conseguidas sem perturbação nenhuma (ou pelo menos desprezível ) do sistema.
2) Agora imagine uma experiência mental (ou prática)em que você queira determinar a trajetória e a velocidade de um elétron, "observando-o". Parece a primeira vista que não teremos problema. Entretanto o elétron interage fortemente com a "luz" que o ilumina, como sabemos, e quando captamos a luz por ele refletida, esta informação não traz informações imparciais do sistema, isto é, da posição e da velocidade do elétron em questão. A luz interage fortemente com o elétron, e por isso conseguimos obter as informações da mesma forma que as obtivemos no caso do planeta. Podemos apenas dizer que o elétron está (ou estava) em uma "determinada região" do espaço e com uma velocidade compreendida entre uma certa faixa.
 
Uma observação contínua é em nosso exemplo impossível pois a hipotética trajetória do elétron existente anteriormente à observação é agora completamente diferente (o sistema original é assim dizendo "destruído") devido à interação com a luz. No mundo microscópico não conseguimos obter simultaneamente todas as informação necessárias com a precisão necessária à construção de um modelo baseado na filosofia clássica, e o observar interfere drasticamente no sistema. Em suma, extrapolando o que eu quero dizer para o mundo clássico, seria algo como você tentar determinar a forma de um caminhão não jogando luz sobre ele e recolhendo a informação de retorno (com os olhos), mas sim atirando sobre ele bolas de bilhar e coletando as informações do espalhamento destas. Antes de você conseguir fazê-lo, o caminhão estará todo amassado, e você nunca conseguirá saber como ele é (ou era) em seus mínimos detalhes. Em suma, no mundo microscópico sempre temos alguma incerteza nas informações que colhemos do sistema, incerteza essa inerente à própria observação e que nada tem a ver com o instrumento usado (independente de usarmos microscópico ótico, eletrônico, etc.... sistemas baseados em partículas ou outro meio para observa-lo),e que nos obriga a um tratamento estatístico e não direto, como fazemos na mecânica clássica. A mecânica quântica é pois o tratamento estatístico destes sistemas. Síntese: 1)No mundo clássico o observador não influi no sistema a ser medido e temos um tratamento direto (clássico). 2)No mundo microscópico isso não é possível, o ato de observar (o observador portanto) sempre influi no sistema de forma considerável, o que nos obriga a fazer um tratamento estatístico. 3) A mecânica quântica nos fornece as ferramentas para o tratamento estatístico desse sistemas microscópicos. Dica: Quer saber mais sobre isso? Procure informações sobre o Princípio da Incerteza.

 Resposta de: Lauro Carvalho, UFMG, Belo Horizonte-MG


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