Saturno, como mencionamos é um gigante gasoso. Pela sua composição, não há possibilidade de pouso em sua superfície. O núcleo, rico em ferro, tem diâmetro de 30.000 km (é maior do que o dobro da Terra) e temperatura de até 15.000 °C. Seu manto interno de hidrogênio metálico líquido produz em Saturno um campo magnético 1000 vezes mais forte do que o da Terra. O manto externo, também de hidrogênio líquido, fica envolto pela "casca" do planeta, a sua atmosfera gasosa.
O topo das nuvens da atmosfera do planeta pode apresentar temperaturas de -180 °C. As suas nuvens formam cinturões, que são camadas escuras de baixa altitude; e zonas, camadas brilhantes de grande altitudes.
Detalhe da superfície de Saturno O hidrogênio é o elemento químico predominante na atmosfera de Saturno. 94% da mesma é composta por hidrogênio. O Hélio se apresenta em 6%, e possui ainda traços metano, amônia e vapor d'água.
A figura da direita mostra uma visão lateral do interior de Saturno, com suas respectivas camadas. A figura da esquerda é uma ampliação do pequeno quadrado e mostra, em detalhes, a atmosfera gasosa de Saturno (**) Apesar da aparência tranqüila, sua superfície é varrida por imensas tempestades ciclônicas. O vento sopra em altas velocidades, e perto do equador, pode atingir velocidades de até 1.800 km/h (500 m/s)!! O vento vai principalmente na direção leste. Os ventos mais fortes se encontram perto do equador, e a velocidade decresce uniformemente quanto mais se afasta do equador em direção ao pólos. A imagem acima mostra uma tempestade na atmosfera de Saturno. Ela aparece como uma mancha esbranquiçada, logo acima dos anéis e no centro, próxima ao equador do planeta. O comprimento desta tempestade é próximo ao diâmetro da Terra (cerca de 12.700 km). A imagem mostra que o movimento e o tamanho da tempestade mudou pouco desde sua descoberta, em setembro de 1994. A foto acima foi capturada pelo Telescópio espacial Hubble, em 1o. de dezembro de 1994, quando o planeta estava a 1.454 milhões de quilômetros da Terra. Uma tempestade como esta é gerada por correntes quentes de ar ascendente, semelhantes às tempestades terrestres. As nuvens brancas no centro são cristais de gelo, compostos por Amônia. O centro da tempestade se move para o leste.
A Imagem acima fornece informações detalhadas das nuvens da atmosfera saturniana. As cores azuladas indicam uma atmosfera limpa abaixo da camada de nuvens principal. Os diferentes tons de azuis acusam variações nas partículas compositoras das nuvens, em tamanho ou composição química. Acredita-se que essas partículas possam ser cristais de amônia. A região escura no pólo sul indica um grande buraco na camada principal de nuvens. As cores verde e amarelo indicam neblina acima da camada principal de nuvens. A neblina é fina onde as cores são verdes e amarelas onde são espessas. Toda essa neblina está alinhada com as linhas de latitude do planeta, devido aos ventos leste-oeste de Saturno. As cores vermelhas e alaranjadas são nuvens que atingem pontos altos na atmosfera. As nuvens vermelhas são mais altas ainda que as alaranjadas. As duas regiões mais densas são duas tempestades perto do equador de Saturno,e na foto aparecem com a cor branca. Assim como na Terra, as tempestades com mais altas nuvens são também encontradas no equador. A pequena tempestade na esquerda é tão grande quanto a Terra. Os anéis, feitos de pedaços de gelo são brancos pois foram capturados com a luz visível. No infravermelho, a absorção causada pela água causa diversas colorações. Na imagem é claramente visível a divisão de Cassini. Numa observação mais detalhada, é possível ver a divisão de Encke, uma fina divisão próximo ao limite exterior dos anéis. Dois satélites de Saturno aparecem nesta imagem; Díone, no canto inferior esquerdo e Tétis, no canto superior direito.
Mudanças em curso Nos últimos 20 anos, tem-se observado uma diminuição na velocidade dos ventos da atmosfera de Saturno. Desde as passagens das Voyagers, em 1980-81, a velocidade dos ventos declinou cerca de 40%, caindo de 1.700 km/h para ainda absurdos 1.000 km/h. As observações foram feitas a partir de mais de 100 imagens de alta resolução obtidas pelo Telescópio Espacial Hubble das nuvens de Saturno, permitindo que suas velocidades fossem monitoradas. No período de 1994 a 2002, quando foram feitas as observações, era primavera, passando a começo de verão no hemisfério sul. Qual a razão de tamanha mudança? É bem provável que se deva às estações do ano do planeta. Seu eixo é bem mais inclinado que o da Terra, Saturno assim apresenta estações do ano como nosso planeta, só que de muito mais longa duração e mais intensas. Outro fator que também influencia é seu sistema de anéis, que projeta sombra no planeta, fazendo regiões mais escuras e reduzindo o amontoado de energia armazenado. Não só a velocidade dos ventos diminuiu, como há também evidências de que a natureza das nuvens na região equatorial foi modificada.
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