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Precipitantes
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Fatores precipitantes

 

1. Infecção:  

Qualquer infecção pode descompensar IC, por aumento na demanda metabólica imposta a um indivíduo com queda na reserva cardíaca. Febre, taquicardia e hipoxemia (se há infecção respiratória) somam-se ao aumento das necessidades metabólicas para impor uma carga adicional que pode superar a capacidade de um coração insuficiente.

 

2. Anemia:  

Na anemia o débito cardíaco deve aumentar para manter o aporte de oxigênio para os tecidos do organismo. Caso a reserva cardiovascular esteja diminuída, anemia pode precipitar insuficiência cardíaca. 

 

Diminuição na hemoglobina requer aumento no débito cardíaco. se a quantidade de oxigênio transportada pelo sangue cair à metade, o débito cardíaco terá que ser duplicado para manter um aporte normal de oxigênio aos tecidos periféricos. 

 

Tais aumentos compensatórios no débito cardíaco podem ser mantidos por corações sadios, mas podem representar fator de descompensação para corações insuficientes, incapazes de manter níveis elevados de débito cardíaco por longos períodos de tempo.

 

 

3. Tireotoxicose

Do mesmo modo que a anemia, hipertiroidismo está associado a aumento no débito cardíaco mesmo em repouso, podendo descompensar insuficiência cardíaca.

 

Hipertiroidismo é  fator de descompensação cardíaca porque leva a um aumento da taxa de metabolismo basal (TMB), portanto, do consumo de oxigênio pelo organismo, causa taquicardia e aumento no MVO2 (consumo miocárdico de oxigênio), além da vasodilatação sistêmica e aumento no retorno venoso. 

 

Hipertiroidismo evolui com aumento no débito cardíaco; se o coração não conseguir isso, surgem as manifestações clínicas de insuficiência cardíaca. 

 

Nos casos mais graves, há alterações bioquímicas como a substituição da miosina normal por isoformas de menor eficiência, desacoplamento entre cadeia respiratória e fosforilação oxidativa e queda na eficiência cardíaca, levando à descompensação de IC.

 

 

4. Gravidez:  

É comum ocorrer manifestação de insuficiência cardíaca em mulheres grávidas com valvulopatia reumática; freqüentemente, a compensação cardíaca pode ser recuperada após o parto.

 

Alterações hormonais e hemodinâmicas características da gravidez fazem com que mulheres cujos corações mantém performances adequadas mediante uso da reserva cardíaca apresentem suas primeiras manifestações clínicas durante a gestação. Isso é particularmente mais comum na cardiopatia reumática. Por outro lado, a cardiomiopatia periparto é uma conhecida condição na qual se desenvolve uma cardiomiopatia dilatante meses antes ou após o trabalho de parto, condição que é determinada imunologicamente.

 

 

5. Arritmias

São causas precipitantes comuns. Taquiarritmias aumentam o MVO2 e encurtam o tempo de enchimento diastólico, que podem causar descompensação, sobretudo em pacientes com doença isquêmica do coração

 

Certtas arritmias podem causar dissociação atrioventricular com a perda do sincronismo entre as sístoles atrial e ventricular, perda da contribuição atrial ao enchimento ventricular e aumento na pressão atrial - ou seja, agravamento da disfunção cardíaca, com queda no débito cardíaco. 

 

Desenvolvimento de fibrilação atrial em pacientes com estenose mitral é causa comum de descompensação, capaz de levar inclusive ao EAP (edema agudo de pulmão).

 

A perda do sinergismo de contração, comum em muitas arritmias, pode ser a causa da descompensação.

 

 

6. Hipertensão sistêmica

A elevação rápida da pressão arterial (PA), como ocorre em alguns pacientes com hipertensão renal ou que interromperam o uso dos medicamentos anti-hipertensivos, pode levar à descompensação cardíaca.

 

Tanto a hipertensão arterial sistêmica (HAS) quanto a hipertensão arterial pulmonar (que leva ao cor pulmonale) são conhecidas causas de descompensação, sobretudo quando ocorrem elevações súbitas no valor da pressão sangüínea arterial.

 

 

7. Infarto do miocárdio:  

Nos pacientes com cardiopatia isquêmica crônica, porém compensada, um infarto recente' algumas vezes inaparente clinicamente, pode agravar ainda mais a disfunção ventricular e desencadear insuficiência cardíaca.

 

Pacientes com doença coronariana e função cardíaca normal podem descompensar se ocorrer IAM, tanto na fase aguda (por perda de massa ventricular contrátil) quanto posteriormente, pelo fenômeno de Remodelagem Cardíaca

 

Ruptura de músculo papilar, levando à insuficiência mitral aguda, por exemplo, é uma conhecida (e temida) causa de EAP (edema agudo de pulmão).

 

 

8. Tromboembolia pulmonar (TEP): 

Os pacientes sedentários com débito cardíaco reduzido correm maior risco de desenvolver trombos nas veias dos membros inferiores ou pelve. Os êmbolos pulmonares podem aumentar ainda mais a pressão arterial pulmonar que, por sua vez, desencadeia ou agrava a insuficiência ventricular. Nos indivíduos com congestão vascular pulmonar, esses êmbolos também podem causar infarto pulmonar.

 

Estase venosa comum na insuficiência cardíaca) e estados de hipercoagulabilidade costumam causar trombose venosa profunda (TVP), com formação de coágulos sangüíneos nas veias dos membros inferiores. 

 

Os trombos podem ser enormes, se estendendo até raiz de coxas. se tais trombos desgarram do leito venoso, podem ser levados pela corrente sangüínea até ao coração, sendo agora chamados de “êmbolos”. 

 

Em seu trajeto das veias até o coração, os êmbolos vão passando para vasos cada vez maiores, nada se opondo à sua chegada até o coração. chegando ao ventrículo direito, os êmbolos costumam ser fragmentados em tamanhos menores, que seguem para a artéria pulmonar. 

 

A partir deste ponto, os êmbolos serão transferidos para artérias de diâmetros progressivamente menores. Cedo ou tarde ficarão impactados em artérias cujo calibre seja menor que o diâmetro do êmbolo. A obstrução arterial faz cessar o fluxo de sangue regional. 

 

O êmbolo impactado oferece uma superfície altamente trombogênica, podendo se estabelecer ativação da cascata da coagulação e aumento de tamanho do coágulo. Pode ocorrer até infarto pulmonar.

 

A queda no retorno venoso ao ventrículo esquerdo e o aumento na pressão arterial pulmonar imposta ao ventrículo direito é causa importante de descompensação cardíaca.

 

 

 

9. Endocardite infecciosa (EI)

Erosão de cúspide valvular, evento provável na evolução de endocardites, pode produzir insuficiência mitral, tricúspide ou aórtica agudas e surgimento/agravamento de quadro de insuficiência cardíaca. Além disso, anemia, febre e miocardite (que fazem parte do quadro clínico de endocardite) representam também causas de descompensação cardíaca.

 

 

10. Miocardite

Pancardites, como a vista nos surtos de febre reumática aguda e miocardites (infecciosas ou não) podem diminuir a contratilidade de corações insuficientes, levando à descompensação.

 

Outras causas:  

Dezenas de outros fatores podem precipitar insuficiência cardíaca. 

 

Alguns desses fatores são muito comuns:

 

O aumento da ingestão de sódio, a suspensão indevida dos medicamentos para tratar a insuficiência cardíaca, transfusões de sangue, hiperatividade física, calor ou umidade ambiental excessiva e crises emocionais podem desencadear insuficiência cardíaca nos pacientes com cardiopatia até então compensada.

 

 

Precipitantes comuns da insuficiência Cardíaca 

Aumento da demanda:

Anemia

Febre

Infecção

tireotoxicose

Shunt arteriovenoso 

Doença de Paget óssea)

Estresse emocional

Gravidez

Obesidade

Sobrecarga de líquido

Dieta inadequada

Aumento da ingesta de sal na dieta

Ingestão de etanol

Deficiência de tiamina

Outras doenças

Insuficiência renal

Falência hepática

Insuficiência respiratória

Embolia pulmonar

Hipertensão não-controlada

Temperatura ambiental elevada

 

Arritmias

 

Adesão ruim ao esquema terapêutico

 

Fármacos

Bloqueadores Beta-adrenérgicos

Antiarrítmicos (p. ex., disopiramida)

Fármacos que retêm sal

Esteróides

Antiinflamatórios não-esteróides

 

                               

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