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Introdução

 

Edema Agudo de Pulmão (EAP), é, por definição o acúmulo de líquido nos alvéolos pulmonares, devido à excessiva transudação de fluido dos capilares para os espaços alveolares, via interstício pulmonar.

 

Habitualmente, suspeitamos de edema agudo de pulmão quando um paciente apresenta início súbito e relativamente rápido de tosse, dispnéia intensa (que pode ser sibilante), angústia de morte iminente, estertores crepitantes em todos os campos pulmonares associado (ou não) a estertores bolhosos (denunciando presença de edema alveolar), galope ventricular da disfunção ventricular esquerda, e evidências radiológicas de hipertensão venocapilar pulmonar (redistribuição de fluxo sangüíneo pulmonar, com cefalização dos vasos pulmonares e linhas de Kerley), edema alveolar (visto no Rx como em "asa de borboleta") e, usualmente, cardiomegalia.

 

A despeito de acomodar todo o débito cardíaco, o leito vascular pulmonar forma com a membrana alveolar uma fina película através da qual ocorrem as trocas gasosas alvéolo-capilares; de um lado está o ar, de outro está o sangue.

 

É surpreendente observar que, apesar da proximidade, os alvéolos permanecem "secos", isto é, cheios de ar, não de líquidos. Isso ocorre porque o líquido plasmático permanece milagrosamente dentro do capilar e do inters-tício pulmonar, sem migrar para o alvéolo.

 

 

 

 

Mecanismo de Starling:

Lei do capilar

 

As variáveis em jogo no edema de pulmão são as seguintes:

1. Permeabilidade Capilar

2. Forças Físicas de Starling

3. Drenagem Linfática

4. Pressão Alveolar

5. Tensão Superficial

 

 

As alterações de permeabilidade capilar e de drenagem linfática as são responsáveis principais pelo edema pulmonar não-cardiogênico, razão pela qual não serão abordados aqui. No edema agudo de pulmão cardiogênico, entretanto, as principais manifestações de fisiologia alte-rada se situa nas forças físicas que regem as trocas capilares, estudadas inicialmente por Starling.

 

 

As forças físicas envolvidas são de três tipos:

1. Capilares

2. Intersticiais

3. Alveolares

 

 

 

Forças Capilares:

Há duas forças que se opõem mútuamente.

1. Pressão hidrostática capilar;

2. Pressão oncosmótica (coloidosmótica) plasmática.

 

 

A pressão hidrostática ("hidráulica") capilar, dita pressão capilar pulmonar, é uma força oriunda da atividade cardíaca, que tende a forçar a saída de líquido a partir do capilar. É diretamente proporcional à pressão atrial esquerda, cujo valor normal é abaixo de 10 mmHg.

A pressão oncótica plasmática (POP), também chamada coloidal, age no sentido de manter o líquido no interior dos capilares. É diretamente proporcional à concentração das proteínas plasmáticas. Seu valor normal oscila entre 25 e 28 mmHg.

 

 

 

 

 

Forças Intersticiais:

Também são duas:

1. Pressão hidrostática intersticial

2. Pressão oncosmótica intersticial

 

 

A pressão hidrostática intersticial tende a atrair líquidos para o interstício, a partir dos capilares e alvéolos, pois é subatmosférica, sendo portanto negativa. Seu valor normal oscila entre -10 e -15 mmHg.

A pressão oncótica intersticial (POI) tende a reter líquidos no interstício. Tem origem nas proteínas, ácido hialurônico, eletrólitos e outras substâncias osmoticamente ativa. Valor normal: 20-22 mmHg.

Ambas tendem a retirar líquido tanto dos capilares quanto dos alvéolos pulmonares - e é exatamente isso que mantém os alvéolos perfeitamente "secos".

 

 

 

 

Forças alveolares:

1. Pressão do Ar Intra-Alveolar:

É a pressão exercida pelo ar alveolar contra o interstício pulmonar, tendendo a manter fora o líquido intersticial.

 

 

2. Tensão superficial:

Tende a retirar o líquido do capilar, atraindo-o para o alvéolo. É de valor desconhecido, e depende do teor de surfactante.

 

 

 

Equação do Capilar

 

As forças de Starling estão operando, o tempo todo, em todas as redes capilares do organismo, e regulam não apenas o extravasamento de fluido para o interstício pulmonar, mas também determinam o ritmo de filtração glomerular, o edema de MMII na insuficiência cardíaca, e assim por diante.

 

A equação do capilar pulmonar analisa algumas das va-riáveis que regulam a formação de edema no interstício pulmonar:

 

EDEMA = KF [(PC + POI + TS) - (PHI + POP + PALV)] - QL

Onde

Kf: constante de filtração capilar pulmonar (um índice da permeabilidade capilar);

Pc: pressão hidrostática do sangue capilar;

Poi: Pressão oncosmótica intersticial;

Ts: Tensão superficial alveolar;

Phi: Pressão hidrostática intersticial;

Pop: Pressão oncosmótica plasmática;

Palv: Pressão alveolar

 

                               

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