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Manifestações Clínicas

 

Os pacientes com pressão atrial esquerda superior a 35 mmHg exibem características clínicas entre as mais dramáticas da Medicina:

 

"O clínico quase nunca consegue conter a sua ansiedade perante um paciente aterrorizado, sentado bem ereto, que recusa até mesmo semideitar-se, desesperado com a falta de ar, utilizando cada músculo respiratório e com sudorese profusa. O líquido róseo e espumoso eliminado pela boca e nariz de alguns pacientes acrescentada um detalhe tétrico ao quadro".

 

 

 

 

Dados de Anamnese

 

A história usualmente é colhida junto aos familiares e acompanhantes após o atendimento da emergência, uma vez que o paciente não se encontra em condições de colaborar, pois se encontra na agonia de morte.

 

Alguns quesitos básicos necessariamente devem ser respondidos:

# Há história compatível com valvopatia ou outra cardiopatia?

# Houve dor torácica intensa precedendo episódio?

# Há fatores desencadeantes? Pneumonia ou outra infecção?

# Trombose venosa profunda com embolia pulmonar é possível? Há doença associada?

# Há história de ICC (valvopatia, doença isquêmica, cardiomegalia?)

# O paciente é diabético? (IAM silencioso?)

# Há arritmia? Queixou-se de palpitação?

# Fez uso prévio de alguma droga? Qual?4

# O paciente sofre hipertensão arterial sistêmica?

# Transgrediu dieta? Suspendeu medicação? Não houve sintomas prévios? (sugere ruptura de cordoalhas, IAM)

 

 

 

Dados do exame físico

 

Os idosos costumam não exibir dispnéia ou ortopneia típicas por estarem obnubilados; isso também pode ocorrer em jovens que têm, em associação, choque cardiogênico. O paciente se apresenta taquipnéico com incursões respiratórias curtas e superficiais; a cianose é freqüente.

 

A pressão sangüínea quase invariavelmente está elevada, como decorrência do uso de mecanismos agudos de compensação cardiovascular; a exceção óbvia é o indivíduo que também desenvolveu o quadro de choque.

 

Por vezes, a TA diastólica se apresenta > 120 mmHg, desafiando a argúcia do médico em determinar se isso representa hipertensão maligna complicada com EAP ou o contrário.

 

Observar o fundo de olho à cata de sinais típicos de hipertensão crônica é útil: um ECG mostrando hipertrofia de VE também ajuda a diagnosticar hipertensão arterial sistêmica.

 

O ritmo cardíaco mais freqüente é a taquicardia sinusal, mas o edema agudo de pulmão pode ter sido desencadeado por fibrilação atrial em pacientes que dependem dessa contribuição atrial ao enchimento ventricular (estenose mitral, IAM, cardiomiopatia hipertrófica).

 

Outras arritmias associada são: taquicardias supraventriculares e ventriculares, bradicardia sinusal e bloqueio AV total (3o grau).

 

A intensa congestão pulmonar, com edema intersticial e alveolar, são evidenciados por tosse e dispnéia intensa; estertores bolhosos e crepitantes (estes comprometendo mais que 50% dos campos pulmonares, usualmente se estendendo das bases até ápices) e mesmo sibilos são os sinais clínicos que revelam a grave alteração fisiopatológica. Às vezes, é eliminado escarro espumoso com tonalidade de sangue.

 

O detalhado estudo do precórdio e do íctus, e a ausculta cuidadosa poderão revelar sopros e outros fenômenos que revelam a natureza da cardiopatia subjacente. Entretanto, isso nem sempre é possível, em função da exuberância de sons respiratórios.

 

 

 

 

 

 

Dados de Exames Complementares

O eletrocardiograma poderá revelar IAM, arritmias ou sobrecarga de câmaras cardíacas; a radiografia de tórax poderá exibir o clássico "edema em asa de borboleta", mas também ocorre edema difuso ou mesmo unilateral.

 

A hemogasimetria arterial diagnostica a insuficiência respiratória (hipoxemia com PaO2 < 60 mmHg) que surge na fase de edema intersticial e piora quando sobrevêm o edema alveolar; cianose é sinal de gravidade.

 

Se ocorre retenção de gás carbônico (hipercapnia), com grave acidose respiratória, a tendência é o paciente ir à óbito, uma vez que o pH torna-se catastroficamente baixo; essa complicação é particularmente mais freqüente em indivíduos idosos, fatigados ou com obnubilação.

 

O pH pode estar menor que 7,0, pois a simultânea ocorrência de acidose respiratória e metabólica (acidose láctica, decorrente da hipoxemia grave e do baixo débito cardíaco) tende a consumir rapidamente os estoques corporais de bicarbonato; quanto mais reduzido a débito cardíaco, pior a acidose.

 

                               

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