VERAS
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Groenlândia | |||
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Esta vasta região polar e curiosa, tem uma tradição real e outra fabulosa. É triste, horrenda, e fria, e estéril e escalvada: sempre imensa no gelo está, petrificada. Belos e atraentes são os visos das montanhas, que tomam, dia a dia, ali, formas estranhas. Se hoje assemelham tons, mais edifícios belos, atalaias azuis e naturais castelos em cujo interior jamais se viu adorno, amanhã mirar-se-ão capelas tendo, em torno, aparições fléxeis de gelo, flutuantes, vaporosas, sutis, nevadas e tunantes... Depois ver-se-á em mar giganteu desconforme, quedam mil naus, mas naus de uma grandeza enorme! |
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Também soem ver-se ali, plantas altas, frondosas, em bela fantasia, altivas e vistosas. |
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Ante o rico painel, o belo panorama a irradiar sob a luz que lá do sol dimana, vê-se tudo espelhando o seu gentil modelo, em bela reflexão, nos ângulos do gelo. |
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Mas, quando chega ali um ar frio, pesado e em tudo o que é de gelo entrando, encarcerado é; preso e imóvel fica em dilação e mudo até que faz, rugindo, em mil pedaços tudo!... |
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Como a natureza ali, nossa alma se extasia, forma castelos no ar com o gelo fantasia; e quando ela dá fim às obras opulentas, tu, realidade (és o ar), altiva te apresentas, em plena dilação; e, então, rugindo, espraias e arrojas para além — castelos e atalaias!... |
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E maldizemos sempre o forte vandalismo que nos roja do enlevo ao mais tristonho abismo. |
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