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Fé, política e marketing

Marketing e poder na Teologia da Libertação

OS JORNAIS, O RÁDIO, A TELEVISÃO [1]
falam semanas inteiras
sobre o dia das Mães.

As Mães, órfãs de filhos
- ou porque eles morreram;
ou vivos, são distantes e ausentes,
como se tivessem morrido;
ou porque nem filhos tiveram -
como ouvirão falar
em dia das Mães?

Obtém do Pai, Mãe das Mães,
que o dia não termine para elas
sem uma nesga de alegria,
uma sombra de consolo.

Helder Camara

A corrente de pensamento que era preponderante na Igreja Católica do Brasil, nas décadas de 70 e 80, buscava identificar fé e participação política transformadora da sociedade.

O enfoque dado é o de uma fé revolucionária, que levou alguns padres, como diz o texto do jornal Folha de São Paulo, a participar de passeatas, a apoiar o aborto, a defender, por vezes, a luta armada. Esta linha de pensamento busca a “opção preferencial pelos pobres”, tendo seus núcleos nas comunidades eclesiais de base, inspiradas na Teologia da Libertação, tendo seu “celeiro” na Confederação Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB.

Algumas de suas ações chegaram até mesmo a ser rechaçadas por Roma, e alguns de seus teólogos postos à parte do cenário eclesiástico. Como é o caso do teólogo Leonardo Boff, que chegou a ser cultuado nas universidades, na década de 70, com suas idéias sobre fé e política.

Este espírito existente nas comunidades eclesiais de base, ainda se faz presente, com alguns projetos interessantes. Por vezes, contam com a participação de empresas e ONGs, com cursos profissionalizantes, projetos de saúde comunitária entre outros. Normalmente são impulsionados pelas pastorais, ou pelas comunidades eclesiais, mas também por religiosos e leigos, isoladamente.

A CNBB faz ainda ações, como as Campanhas da Fraternidade, que são anuais e contam com a participação de toda a Igreja, no período próximo à Páscoa. Todo ano é eleito um tema a ser discutido por todos os católicos, que passam a fazer as mesmas orações e cânticos sobre o tema em questão. São promovidos cursos nas igrejas, exibidos comerciais de TV nacionalmente, entre outros eventos.

Ano passado por exemplo, o tema central da campanha foi o ecumenismo, e contou também com a participação de outras denominações religiosas, que juntaram-se para discutir com a Igreja católica suas divergências e semelhanças, e também para tentar bolar ações em comum.

A atuação política da Igreja Católica do Brasil ainda é perceptível, em momentos como, por exemplo, o apoio dado à marcha do Movimento dos Sem Terra (MST), em favor da reforma agrária, ou no apoio dado às comunidades indígenas, quando das comemorações dos 500 anos do descobrimento do Brasil.

O Movimento Carismático, na verdade, não acabou com a participação católica no campo da política. Mas como em uma empresa existem diversos departamentos ou produtos com diferentes segmentações, a Igreja Católica, com o tamanho que possui, conta também com diferentes linhas de raciocínio que podem viver em maior ou menor harmonia, de acordo com o momento. Apesar de não concordar com a exposição dos carismáticos, muitas das ações da ala esquerdista da igreja ganharam maior destaque, inclusive na própria mídia, detestada por eles.

No entanto, devemos concordar que a Igreja Católica vinha perdendo muitos de seus fiéis para outras denominações, e muitos só eram católicos estatisticamente, pois não consumiam verdadeiramente seus produtos (leia-se ‘produtos’, como nem sempre aqueles que se adquire através da troca monetária). Mas uma nova abordagem, que era a preponderante no início da igreja seria retomada neste momento com mais força. A Renovação Carismática Católica (RCC).

[1] Na Internet, em www.domhelder.com.br

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