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Wave
Se
olho,
nada
vejo.
Se
me apresentam,
nada
reconheço.
Estática
no mundo.
Mundo
estático.
Não
há sentido.
Não
há razão.
Não
há esperança.
Cartão
postal fixado nos olhos.
Ladrar
de cão sem som.
Entorpecimento
do corpo.
Doce
azedo.
Salgado
ardido.
Putrefação
no ar.
Em
todos.
Em
tudo.
Movimento
irriquieto, e quieto.
Explosão
sem som.
Explosão
que não arrebata.
Mas
que Come. E nada some.
Tudo
igual.
Mesmas
leis.
Mesmas
promessas.
Mesmos
erros.
Mesma
desolação.
Tudo
igual.
Então
porque vejo assim?
Por
que tudo parou?
Por
que mais nada?
Por
que tudo sobrou?
Onde
estou?
Nova
visão tenho agora.
O
mundo faz-se infernal.
E
em novo mundo que se forma
vejo
eu.
vejo
você.
E
você não é nada.
E
eu também nada sou.
Tomaz
1998 |
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