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Capítulo
Último
Sofre
se descobre da paixão o que resta
e
não foi só mal, feita assim, uma aresta.
Foi
mais que isso, mal que se enxerga.
Um
prefácio: que alma não se erga.
Pede:
Acalma o sangue quente que te corre
ante
o próprio coração que derrete, escorre.
Sofre
aquele que descobre da paixão o que assola,
bem
impossível, de coisa que não se isola,
adendo;
e depois da cegueira que assombra,
o
cair da noite, mas veja esta só sombra.
Pede-se:
separa, foge, envaidece, esquece!
Mas
vê-se: o que é único, aquece!
Sofre
se descobre da paixão o que sobra
e
se achas assim que enquadras teu corpo nesta obra
e
de dessa obra o que encaixas é substituível,
primordial,
geral, fruto de ego triste, terrível!
Digo:
tens sorte, não há prisão que te arme
já
ainda muito o que andar, preso, em tristeza da carne!
Sofre
aquele que descobre da paixão o que assombra
e
no cair da noite, pede-se: vele esta só sombra!
E
de sua íntima exigência, transmuta agora inefasta,
vê-se:
na realidade, o que se toma por bem, hoje devasta!
na
calma e constância de algo que se pede: não se quer!
este
adendo, terrível, que consome, grita, mas que requer!
Tomaz
2001
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