Réquiem:
não sou eu
Que
horrível!
Eu
não me entendo!
Que
se entupa
com
seu câncer!
Quero
beijar sua
boca
doente e ressecada
para
poder dizer:
"Estou
viva,
você
não está!"
Morre!
Morre dentro de mim!
O
tempo é teu compasso,
e
os riscos são meus traços!
Vou
te ferir
só
para lembrar:
"Estou
viva,
você
não!"
Quero
te ferir eternamente;
Comer
teu fígado todo dia
no
café da manhã
e
lamber o doce líquido
carinhosamente
nos
teus lábios pálidos.
Não
posso limpar minha boca??
Sofre!
Sofre, amaldiçoado!
Não
cruze comigo
mas
me olhe todo dia,
por
favor...
Farpas
nos teus olhos
quero
lançar.
Mas
cruze comigo...
Quero
dor e perdão
no
teu olhar.
E
por fim, Morre!
Morre,
desgraçado!
Morre,
pois
o
tempo é teu compasso
e
o bater do relógio deveria ser
só
aquele último abraço.
Tomaz
2001 |