encostado a um candeeiro no alto da Calçada do Combro  » , lê a oração fúnebre  » , não do genovês, que a não teve, salvo se lhe fizeram as vezes os doestos da populaça, mas de Fernando Pessoa, poeta, de crimes de morte inocente, Duas palavras sobre o seu trânsito mortal, para ele chegam duas palavras, ou nenhuma, preferível fora o silêncio, o silêncio que já envolve a ele e a nós, que é da estatura do seu espírito, com ele está bem o que está perto de Deus, mas também, não deviam, nem podiam os que foram pares com ele no convívio da sua Beleza, vê-lo descer à terra, ou antes, subir as linhas definitivas da Eternidade, sem enunciar o protesto calmo, mas humano, da raiva que nos fica da sua partida [...] Vá lá, vá lá, felizmente que ainda se encontram excepções nas regularidades da vida, desde o Hamlet que nós andávamos a dizer, O resto é silêncio  » , afinal, do resto quem se encarrega é o génio, e se este, também outro qualquer  » .