Modernismo
 

- Antônio de Alcântara Machado -

  Antônio Castilho de Alcântara d' Oliveira nasceu em São Paulo, a 25 de maio de 1901, filho de tradicional família paulistana. Formou-se em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco, exercendo também o jornalismo.
  Não participou da Semana de Arte Moderna, entrando em contato direto com os modernistas somente em 1925 e, no ano seguinte, já estréia com um livro de crônicas intitulado "Pathé-Baby", com prefécio de Oswald de Andrade. Foi um dos fundadores da revista "Terra roxa e outras terras" e participou da "Revista Nova" e da "Revista Antropofágica" (da qual, em 1928, participou ativamente da primeira "dentição").
  A atividade política motivou sua mudança para o Rio de Janeiro, onde foi eleito deputado federal. Retornou pouco depois para São Paulo, onde morreu em 14 de abril de 1935, antes de ser empossado no cargo.
  Teve seu nome consagrado com a publicação dos livros de contos "Brás, Bexiga e Barra Funda" (1927) e "Laranja da China" (1928). A principal característica de sua obra está no retrato, ao mesmo tempo crítico, anedótico, apaixonado, mas sobretudo humano, que faz da cidade de São Paulo e de seu povo, com particular atenção para os imigrantes italianos (sejam aqueles moradores dos bairros mais mais pobres ou os que vão se "aburguesando"). Esse painel é narrado no chamado "português-macarrônico" (quase um dialeto paulista, misturando o linguajar do imigrante italiano com o falar do povo brasileiro).

  Em "Brás, Bexiga e Barra Funda", o autor apresenta seus contos como "notícias" e o livro como um "jornal - órgão dos ítalo-brasileiros em São Paulo".