Arcadismo
 

- Arcadismo (ou Neoclassicismo) -

  O ano de 1768 é considerado a data inicial do Arcadismo no Brasil, com dois fatos marcantes: a fundação da Arcádia Ultramarina, em Vila Rica; a publicação de "Obras", de Cláudio Manuel da Costa.
  A Arcádia Lusitana tinha por lema a frase latina "Inutilia truncat"("acabe-se com as inutilidades"), que vai caracterizar todo o Arcadismo, sendo uma oposição ao exagero e a extravagância barroca.
  São seguidos os modelos clássicos greco-latinos e renascentistas.
  Os árcades voltam-se para a natureza em busca de uma vida simples, bucólica, pastoril (inspirados no "Fugere urbem" - "Fugir da cidade" - de Horácio e no "bom selvagem" de Rousseau).É a busca do "locus amoenus", de um refúgio ameno em oposição aos centros urbanos monárquicos. Surge o "carpe diem"("gozar o dia") que caracteriza-se pela preocupação em aproveitar ao máximo o momento presente, pois o tempo passa rápido.
  Essa fuga da cidade reflete o fingimento poético do Arcadismo, uma vez que os burgueses não pretendiam realmente abandonar as cidades, onde estavam seus negócios. A "fuga" representava apenas um estado de espírito. Esse fingimento também reflete-se no uso de pseudônimos pastoris.
  Os principais nomes da literatura árcade brasileira foram:
- Cláudio Manuel da Costa (que adotou como pseudônimo: Glauceste Satúrnio);
- Tomás Antônio Gonzaga (pseudônimo: Dirceu);
- Santa Rita Durão;
- Basílio da Gama ( pseudônimo: Termindo Sipílio).

  Lira XV (2ª parte)
"Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro,
Fui honrado Pastor da tua aldeia;
Vestia finas lãs, e tinha sempre
A minha choça do preciso cheia.
Tiraram-me o casal, e o manso gado
Nem tenho, a que me encoste, um só cajado"

(Gonzaga, Tomás Antônio. Marília de Dirceu).