Romantismo
 

- Romantismo -

(Anônimo - séc. XIX - Pintura Romântica).

"Tudo pelo Brasil, e para o Brasil"
(Gonçalves de Magalhães).

  O Romantismo se inicia no Brasil em 1836, quando Gonçalves de Magalhães publica na França a Niterói - Revista Brasiliense e, no mesmo ano, lança um livro de poesias românticas intitulado Suspiros poéticos e saudades.
  Após 1822, cresce no Brasil independente o sentimento de nacionalismo, a imagem do português conquistador deveria ser varrida; há necessidade de auto-afirmação da Pátria que se formava. O Romantismo se encaixa perfeitamente neste contexto, devido as características de sua fase inicial: Nacionalismo (manifestado na exaltação da natureza pátria, retorno ao passado histórico e criação do herói nacional - no caso brasileiro, o índio); sentimentalismo (valorização dos sentimentos); o subjetivismo (as emoções pessoais, o mundo interior é o que conta); essa valorização do "eu" leva ao egocentrismo, gerando um conflito entre a realidade e o seu mundo, a derrota inevitável do "eu" leva a frustração e tédio, trazendo outra característica romântica, a fuga da realidade (no álcool, no ópio, a saudade da infância, e a maior de todas as fugas, a morte).
  O Romantismo Brasileiro pode ser dividido em três gerações:
- 1ª geração (nacionalista ou indianista) - marcada pela exaltação da natureza, volta ao passado histórico, medievalismo e criação do herói nacional. Entre os principais autores podem ser destacados Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães e Araújo Porto Alegre.
- 2ª geração (do "mal século") - influenciada pela poesia de Lord Byron e Musset, impregnada de egocentrismo, negativismo boêmio, pessimismo, dúvida, desilusão adolescente e tédio constante. Seu tema preferido é a fuga da realidade. Os poetas dessa geração foram Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela.
- 3ª geração (condoreira) - caracterizada pela poesia social e libertária. Sofreu forte influência de Victor Hugo e sua poesia político-social. O termo condoreirismo é conseqüência do símbolo de liberdade adotado pelos jovens românticos: o condor. Seu principal representante foi Castro Alves, seguido por Tobias Barreto e Sousândrade.
  Romantismo (prosa) - cronologicamente o 1º romance brasileiro foi "O filho do pescador" (1843), de autoria de Teixeira e Sousa, porém sua trama confusa não define as linhas que o romance romântico seguiria no Brasil. Por isso, convencionou-se adotar o romance "A Moreninha" (1844), de Joaquim Manuel de Macedo, como 1º romance brasilero.
  Como autores importantes ainda podem ser citados Manuel Antônio de Almeida, José de Alencar, Visconde de Taunay e Bernardo Guimarães.
  Teatro Romântico - é no Romantismo que se define o teatro nacional, sendo Gonçalves de Magalhães, com Antônio José ou o poeta e a inquisição (1838), seu iniciador; e Martins Pena, com suas comédias de costumes, ao lado do importante papel desempenhado pelo ator João Caetano, responsáveis por sua consolidação.

" Boa - noite, Maria! Eu vou - me embora.
A lua nas janelas bate em cheio.
Boa - noite, Maria! É tarde... é tarde...
Não me apertes assim contra teu seio.

Boa - noite! ... E tu dizes - Boa - noite.
Mas não digas assim por entre beijos...
Mas não mo digas descobrindo o peito,
- Mar de amor onde vagam meus desejos.

(...)

Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos
Treme tua alma, como a lira ao vento,
Das teclas de teu seio que harmonias,
Que escalas de suspiros, bebo atento!"

(Trecho do poema de Castro Alves).