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- Pós-Modernismo
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Catar feijão
"Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na da folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco."
(João Cabral de Melo Neto).
Alguns
críticos consideram esse período como uma terceira fase do Modernismo.
Inicia-se em 1945, época do fim da 2ª Guerra Mundial, início
da Era Atômica (com as explosões de Hiroshima e Nagasaki). Acredita-se
numa paz duradoura, cria-se a ONU; mais tarde é publicada a Declaração
dos Direitos do Homem; logo depois tem início a Guerra Fria.
No Brasil, é um período marcado pelo fim da ditadura de Getúlio
Vargas e início da redemocratização. Convoca-se uma eleição geral, os
candidatos apresentam-se, todos os partidos são legalizados (sem exceções).
Logo depois, inicia-se novo período de perseguições políticas, ilegalidades
e exílios.
A literatura brasileira passa por profundas alterações, com
manifestações que representam avanços e outras, pelo contrário, um retrocesso.
A prosa, tanto nos romances como nos contos, aprofunda a tendência
já mostrada por alguns autores da segunda fase do Modernismo, com a busca
de uma literatura intimista, de sondagem psicológica, introspectiva, com
destaque especial para Clarice Lispector. Quanto
ao regionalismo, este assume novos rumos, uma vez que não apenas sua temática
mas também
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