nacionalismo, transparecem
em seus livros (inicialmente de forma espontânea e por fim premeditadamente).
A sociedade ideal para o autor também está descrita em seus romances:
ao chefe, ao "senhor", ao proprietário, tudo (dinheiro, obediência, respeito
e lealdade). Uma sociedade que só interessa ao grande proprietário rural
(como o próprio Alencar), daí as críticas do romancista a certos costumes
urbanos.
Alencar defende o "casamento" entre o nativo e o europeu colonizador,
numa troca de favores (o primeiro ofereceria a terra virgem, enquanto
o segundo, a cultura). Disso resultaria o Brasil independente. Isto é
claramente percebido em "O Guarani", na relação de "Peri" com a família
de "D. Antônio de Mariz"; e em "Iracema" (anagrama de "América"), na relação
da índia com o português "Martim" ("Moacir", filho de "Iracema e Martim",
o primeiro brasileiro, é fruto desse casamento).
Outro aspecto importante, a ser considerado na obra de Alencar,
é o medievalismo, bem explícito em "O Guarani".
Didaticamente, a obra de Alencar pode ser dividida em:
- Romances urbanos ou de costume - retratam a sociedade do Rio
de Janeiro no II Reinado, apontando alguns aspectos negativos da vida
urbana e dos costumes burgueses. Esses romances giram em torno de intrigas
de amor, desigualdade econômica, mas com final feliz, onde o amor sempre
vence. São eles: "Cinco Minutos"; "A Viuvinha"; "Sonhos d' Ouro"; "Encarnação";
"Lucíola"; "Diva"; e "Senhora".
- Romances históricos - voltados para o período colonial (embora
os romances indianistas também possam ser considerados históricos). São
eles: "As Minas de Prata" (retrata o início da procura de metais); e "A
Guerra dos Mascates" (reconstitui a luta entre Olinda e Recife).
- Romances regionais - mostram o íntimo relacionamento entre o
homem e o meio físico. Suas duas obras regionalistas são: "O Sertanejo"
e "O Gaúcho". Quando descreve o nordestino, o autor aproxima-se mais da
realidade, pois era conhecedor do homem e da região. No retrato do gaúcho
e de sua região, o autor comete erros, provocados pelo desconhecimento
quase total da região Sul. Nos dois livros percebe-se a idealização (seus
personagens são moldados a partir do conceito do "bom selvagem").
- Romances rurais - não totalmente isentos do caráter regionalista,
são obras voltadas para o meio rural: "Til" (retrata as fazendas de café
no interior de São Paulo); e "O Tronco" (retrata a fazenda Nossa Senhora
do Boqueirão, no norte do Rio de Janeiro).
- Romances indianistas - foi o gênero que trouxe maior popularidade
a Alencar. Além do indianismo que reflete o nacionalismo e a exaltação
da natureza pátria, há uma grande preocupação histórica. Seu índio é um
super-herói, de cultura, modo de agir e falar europeizados. São três romances:
"O Guarani"; "Iracema"; e "Ubirajara".
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