Romantismo
 

- Manuel Antônio de Almeida -

  Nasceu em 1831, no Rio de Janeiro, filho de pais humildes, estudou Belas-Artes e Medicina. Trabalhou como revisor e redator no jornal "Correio Mercantil", no qual publicou as "Memórias de Um Sargento de Milícias", no suplemento literário "Pacotinho". Sua obra foi publicada em forma de folhetins, semanalmente, entre 27 de junho de 1852 e 31 de julho de 1853, sem o nome do autor.
  Em 1857 é nomeado diretor da Tipografia Nacional, sendo famoso o episódio em que deu emprego e orientou um menino pobre e mestiço chamado Machado de Assis. Morre em 28 de novembro de 1861,em plena campanha política, no naufrágio do vapor Hermes, em Macaé, litoral norte do Rio de Janeiro.
  "Memórias de Um Sargento de Milícias" é uma obra inovadora para sua época, sendo um verdadeiro romance de costumes do Romantismo brasileiro, uma vez que abandona a visão da burguesia urbana, para retratar o povo em toda sua simplicidade. É a descrição de uma época (o período de D. João VI no Brasil) mostrada com malícia, sátira e humor (sua tendência à comicidade é uma novidade nos romances brasileiros).

  O conhecimento que Manuel Antônio de Almeida tinha da época, vinha das narrativas de Antônio César Ramos, português, funcionário do "Correio Mercantil", ex-soldado na Guerra da Cisplatina, sargento de milícias, que, nas horas de folga, lhe contava sobre o "tempo do rei".
  "Memórias..." vai contra os padrões românticos a partir de seu herói: "Leonardinho", um anti-herói, ou melhor, um "herói picaresco", alguém que está a margem da sociedade, vendo a mema de uma forma diferente (de baixo para cima); um personagem que vem das camadas mais baixas da sociedade, sendo abandonado cedo pelos pais, devido à suas atitudes escandalosas e vagabundagem.
  Por tudo isso, o romance de Almeida é considerado de transição para o Realismo/Naturalismo, embora apresente vários pontos de contato com o Romantismo (o estilo frouxo, a linguagem por vezes descuidada e o final feliz).