são marcados pelo lirismo
e pela postura ideológica (o autor nunca fez segredo de suas posições
políticas, dedicando alguns de seus livros ao líder comunista Luís Carlos
Prestes, o "Cavaleiro da Esperança", como também escrevendo uma biografia
do mesmo - "Vida de Luís Carlos Prestes - O Cavaleiro da Esperança", em
1945).
No entanto, podem ser notadas posições mais amenas em seus
romances após a década de 50, o que tem levado os críticos literários
a compartimentar sua obra em:
- Romances proletários - retratam a vida urbana em Salvador, com
forte coloração social. É o caso de: "Suor"; "O País do Carnaval"; e "Capitães
de Areia".
- Ciclo do cacau - seus temas são as fazendas de cacau de Ilhéus
e Itabuna, a exploração do trabalhador rural e os exportadores (nova força
econômica da região). Pertencem a este ciclo: "Cacau"; "Terras do Sem
Fim"; e "São Jorge do Ilhéus".
- Depoimentos líricos e crônicas de costumes - fase iniciada com
"Jubiabá" e "Mar Morto", se consolida com "Gabriela, cravo e canela",
e estende-se até as últimas produções do autor.
Também escreveu a biografia "ABC de Castro Alves".
Mas se há algo que caracteriza a obra de Jorge Amado é a liberdade
(tanto no plano social quanto no individual). Sendo um exemplo maior,
um verdadeiro hino dessa busca por liberdade, a novela "A Morte e a Morte
de Quincas Berro d' Água".
No dia 06 de agosto de 2001, faleceu Jorge Amado e sua morte,
assim como sua obra, cruzou fronteiras sendo sentida em todo o mundo:
Jacques Chirac, primeiro ministro francês, divulgou nota lamentando
a perda; a BBC de Londres, jornais russos e alemães também
deram destaque a notícia; jornais portugueses (país onde
a obra de Jorge é leitura obrigatória nas escolas) afirmaram
que a Língua Portuguesa estava de luto; o New York Times deu a
notícia da morte do escritor, afirmando que ele estava para a Literatura
assim como Pelé está para o futebol.
O cortejo fúnebre foi saudado por estudantes, que aplaudiram
das janelas, a passagem do carro do corpo de bombeiros encarregado de
transportar o corpo de Jorge Amado para suas últimas homenagens.
O último pedido de Jorge foi simples: queria ser cremado
e ter suas cinzas jogadas na mangueira que ele mesmo plantou em seu jardim,
onde costumava ler para os filhos e receber amigos, para que a planta
pudesse crescer usando-o. O pedido foi atendido pela família.
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