Modernismo
 

- Érico Veríssimo -

"Sou valente como as armas,
Sou guapo como um leão.
Índio velho sem governo,
Minha lei é o coração."
(Quadrinha cantada pelo "Capitão Rodrigo", personagem de "O tempo e o vento").

  Nascido em Cruz Alta, Rio Grande do Sul, a 17 de dezembro de 1905. Filho de família tradicional, mas arruinada economicamente, teve que exercer várias funções em empregos modestos (foi ajudante de comércio, bancário, balconista de farmácia e desenhista na imprensa gaúcha). Em 1931, transfere-se em definitivo para Porto Alegre, onde foi diretor da "Revista do Globo". Mais tarde, lecionou literatura na Universidade de Berkeley, EUA. Faleceu em 28 de novembro de 1977, em Porto Alegre.
  É o representante gaúcho dentro regionalismo modernista. Parte de seus romances (que engloba desde "Clarissa" até "Saga", passando por "Música ao longe", "Caminhos Cruzados" e "Olhai os Lírios do Campo") retratam a vida urbana da provinciana Porto Alegre, a crise da sociedade moderna, onde nota-se a falta de solidariedade, o cotidiano caótico. Seus personagens, com destaque para "Clarissa" e "Vasco", reaparecem em várias situações e em vários momentos. Como seu eixo se repete ao longo de vários romances, o autor tem sido

acusado de redundante. Essa repetição vai tornar evidente seu maior defeito: a superficialidade tanto na abordagem psicológica quanto social. Apesar disso, seus primeiros romances atingem grande popularidade, comparando o autor, em termos de aceitação pública, a Jorge Amado.
  A classificação de sua obra por temas compreende ainda a trilogia épica de "O Tempo e o Vento", voltada para a formação do Rio Grande do Sul, remontando o passado histórico desde o século XVIII, a disputa da terra e do poder, e as famílias "Amaral", "Terra" e "Cambará". Deste painel surgem personagens heróicos como "Ana Terra" e o "Capitão Rodrigo". Esta obra aparece dividida em: "O Continente" (cobre o período histórico do século XVIII até 1895); "O Retrato" (enfoca as primeiras décadas do século XX); e "O Arquipélago" (narrativa mais contemporânea, chegando até o governo Vargas).
  Pode-se ainda reconhecer uma terceira fase na produção de Veríssimo, mais empenhada em temas do momento. É o caso de: "O Senhor Embaixador"; "O Prisioneiro"; e "Incidente em Antares".