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Conceito de Copyleft
Opinião: um dos pontos positivos é a
capacidade de formar comunidades em torno dos mais diversos temas. O
conhecimento é compartilhado e a remuneração para o autor vem indiretamente.
Tudo a ver com a internet.
A natureza do copyleft é ainda controversa para a maior parte das pessoas. O
conceito não tem uma definição única e ainda carrega muita ideologia. E como
toda ideologia, depende um pouco da "paixão" de quem a abraçou e da
adesão de novos simpatizantes. Não é fácil querer subverter na cabeça do
mundo todo o conceito de copyright, tão natural dentro do pensamento
monetarista e individualista que toma conta da sociedade há décadas. Nem é
simples divulgar algo que vai contra os principais interesses da maior parte das
empresas do mundo todo, uma vez que os royalties - fruto direto do copyright -
financiam corporações nos quatro cantos do planeta. Mas... (e tem sempre um
mas) quando o desafio vale a luta, só desiste quem realmente não acreditava.
Um dos aspectos positivos do copyleft é a capacidade de formar comunidades em
torno dos mais diversos temas. O conhecimento é compartilhado dentro das
comunidades, mas não é escondido por elas. Pode ser acessado por qualquer um
que abrace a causa ou ainda que se interesse em ficar melhor informado. E
justamente por este motivo o copyleft ganhou a simpatia e se tornou a causa de
muitos pensadores, estudantes, profissionais e acadêmicos que se interessam
pela informação livre, nas mais diversas áreas do conhecimento. • Url original: http://www.webinsider.com.br/vernoticia.php?id=1743 • Publicada em: 29/05/2003 • Impresso em: 03/06/2003
O que se pode fazer com a
informação na web Por Bruno Rodrigues - Webinsider
Estamos crescendo? como profissionais e como
mercado. Para quem lida com
conteúdo online, já não basta mais
conhecer os princípios do
webwriting ou as palavras de
ordem da arquitetura da informação para conseguir um bom trabalho.
Há espaço e propostas para
quem começa a entender ou já lida com gestão
de dados. Você
lerá, na segunda parte deste texto, uma explicação
descomplicada e básica de alguns termos que fazem parte
deste universo da administração
da informação dentro de uma
empresa, mas que são capazes de causar calvície a
um leigo. Antes
disso, contudo, vamos entender o que é gestão de dados. Sem
pompas nem circunstâncias:
é a atividade de lidar com dados? e ponto final.
Simples, assim? Sim. Gestão de dados é apenas um conceito, um nome que funciona como um grande aviso às
empresas, indicando como
o manuseio de dados no ambiente corporativo é
vital para o sucesso de uma
empresa. Tudo o que se fala hoje em
dia, e que vamos conhecer abaixo, não
existiria se não tivéssemos
chegado ao conceito de gestão de dados. A seus descendentes,
então: Information management (o 'filho'), ou Gestão da Informação É
o termo genérico para todas as formas de se processar,
arquivar, recuperar, classificar, organizar e usar dados,
transformando-os, por tudo
dito antes, em informação. O conceito surgiu nos anos 70 e muitos
também o chamam de
tecnologia da informação, nossa boa e velha conhecida.
É o feijão com arroz, a
base de tudo. Knowledge management (o 'neto'),
ou Gestão do Conhecimento É um desdobramento da Gestão da Informação,
e sua missão é transformar
informação em conhecimento. Qual a diferença?
Informação é um peça de Lego, solitária e limitada, esperando
ser usada. Conhecimento é
um aeroplano construído com várias e várias
destas peças de Lego, agora
com um objetivo, sentido e função. Informação
envelhece, porque se basta.
Conhecimento leva Content management (o 'irmão'),
ou Gestão de Conteúdo Agora que dado virou
informação, que se transformou em conhecimento, qual a função da
Gestão de Conteúdo?
Apontar qual a ferramenta ? leia-se software ? que será
escolhida para pôr em prática
a Gestão do Conhecimento em uma empresa. Fica
claro, aqui, que a Gestão
de Conteúdo lida com informação corporativa
online, e que traz, nas
entrelinhas, a necessidade da empresa antes mapear todo o
trajeto de suas informações
de cabo a rabo, e já ter transformado uma
parte considerável destas
informações em digital. Há diversas ferramentas
de content management, e hoje elas
são a ponta visível de todo o processo
de data management, organizando
intranets das empresas e facilitando a chegada
do conhecimento às equipes de conteúdo de sites internet.
Learning management (o 'primo'), ou Gestão de Aprendizado
São softwares semelhantes aos implantados para a Gestão de Conteúdo em sistemas de e-learning, mas não são a mesma coisa. Os softwares de Gestão de Aprendizado visam apenas ao armazenamento das informações manipuladas pelo estudantes, enquanto as ferramentas de e-learning têm como foco central o instrutor. Não despreze o mercado de ensino online e não fique achando que não é com você, webwriter ? vai acabar comendo mosca. Os três pilares da gestão do conhecimento As empresas vêm há muitos anos fazendo aquisição de novas tecnologias, implantando novos sistemas, investindo em conectividade e integrando sistemas de informação sempre com a preocupação de ter a tecnologia como suporte para o negócio. Não muito recente, foi imensa a quantidade de empresas que redesenharam seus processos de negócio, muitas que nem tinham seus processos estruturados, definidos e documentados partiram para tal e muitas até gastaram bastante dinheiro, ou investiram bastante dinheiro, em consultorias e ferramentas para modelagem dos processo, ao mesmo tempo nossa sociedade esteve, ou está, imersa numa transição de era. Estamos passando à sociedade do conhecimento, era da informação, pós-capitalismo, enfim, chamamos do nome que acharmos melhor, mas o fato é a transição de uma era para outra e junto com a transição, as mudanças culturais. Aí entra o recurso humano. Como está o trabalhador dessa nova era? Como deverá ser o trabalhador dessa nova era? Não querendo discutir conceitos, mas apoiado no conceito de gestão do conhecimento de Davenport e Prusak, onde a Gestão do conhecimento pode ser vista como uma coleção de processos que governa a criação, disseminação e utilização do conhecimento para atingir plenamente os objetivos da organização, sempre acreditamos que os projetos ou iniciativas de gestão do conhecimento estão apoiadas numa tríade formada por pessoas, tecnologia e processos de negócio. Para tratar desse alinhamento, podemos fazer um paralelo com a definição dada por Davenport e Prusak. Onde dizem que a gestão do conhecimento é uma "coleção de processos" e citam "atender aos objetivos da organização" podemos rapidamente relacionar com os processos de negócio, ou seja, a coleção de processos dita pode ser vista como uma incorporação de processos de gestão do conhecimento - explicitação, socialização entre outros - aos processos de negócio das organizações - processo de vendas, processo de produção, processo de desenvolvimento de sistemas entre outros. Onde os autores falam "criação, disseminação e utilização de conhecimentos" não falam de mais nada a não ser das pessoas, pois conhecimento está nas pessoas, é criado pelas pessoas, é utilizado pelas pessoas, então fica confortável fazer essa relação. E aí nos dá margens a pensar: onde entra a tecnologia de informação? Reflexivamente, conseguimos enxergar essa relação, pois o que mantém, ou ajuda a manter os processos de negócios bem estruturados é a tecnologia de informação. O que ajuda, e muito, na disseminação de conhecimento é a tecnologia de informação. O que pode fazer a união mais frequente de pessoas geograficamente distribuídas é a tecnologia. Dessa maneira, temos tranquilidade em falar que esta tríade está formada. Para não ficarmos na superfície desses três sustentadores dos projetos de gestão do conhecimento, podemos ver cada um com um pouco mais de cuidado. A gestão de pessoas na era do conhecimento Constantemente estamos ouvindo alguém falar que estamos na
sociedade do conhecimento, que o conhecimento é que gera riquezas para uma
nação, que os homens mais ricos do mundo "vendem conhecimento" entre
outras similaridades. Já existem alguns que chamam de sociedade
pós-capitalista, de era do conhecimento, sociedade da informação e por aí
adiante. O fato é que, como dito inicialmente, estamos vivendo uma nova era, se
já não estamos nela, certamente estamos passando por um período de
transição. Seja como for que queiram chamar, é preciso pensar na gestão das
pessoas à luz dos novos anseios e desafios para os profissionais do
conhecimento. Vejamos agora algumas evidências que merecem atenção de pessoas
que estarão envolvidas em projetos de gestão do conhecimento. O fator que tem
impressionado bastante a todos é o aumento significativo de mão-de-obra
autônoma ou se preferirem mão de obra auto-confiante. Segundo pesquisa da US
Dept of Labor, da Epic/MR, até o ano de 1900, 50% da mão de obra era
autônoma, entre 1900 e 1977 somente 7% da mão de obra era autônoma,
provavelmente pelo movimento da revolução industrial e crescimento do número
de indústrias em todo o mundo. Já em 1996 este percentual cresceu para 16 e
vem aumentando significativamente. E como isso afeta os projetos de gestão do
conhecimento? Bem, imaginemos a situação de uma empresa qualquer, que
terceirizou ou contratou por período determinado, serviços de processamento de
dados ou serviços de desenvolvimento de sistemas de informação. Os
profissionais contratados logo que terminem o projeto vão sair da
organização, ou um dia acabará o contrato do terceirizado e a pergunta é:
como reter conhecimento de uma pessoa que trabalha para minha organização e
não é meu funcionário? Analisando rapidamente, podemos pensar que colocar uma
cláusula no contrato dizendo que "o contratado é obrigado a me contar
tudo que sabe" resolveria esse problema, mas na prática as coisas não
são tão simples assim e as organizações que terceirizaram serviços ou já
tiveram a experiência de contratarem temporariamente, sabem disso. A tecnologia de informação para gestão do conhecimento Depois de falarmos de pessoas, pensemos um pouco agora a questão da tecnologia de informação. Diversas vezes já ouvi o questionamento da relação entre tecnologia e gestão do conhecimento. As dúvidas pairam sobre a seguinte questão: Existe projeto de gestão do conhecimento sem tecnologia? Eu diria que dependendo do porte de sua empresa e a abrangência do projeto de gestão do conhecimento, talvez a tecnologia possa ser dispensada, mas na maioria dos casos, a tecnologia de informação ajuda e bastante aos projetos de gestão do conhecimento. "Existe uma relação sinergética poderosa entre gestão do conhecimento e tecnologia; esta relação leva a retornos crescentes e sofisticação crescente em ambas as frentes. À medida que a tecnologia de informação se torna nossa ferramenta pessoal e nossa conexão com os outros, aumenta nossa cobiça em acessar ainda mais informação e conhecimento de outras pessoas, e então demandamos ferramentas de TI ainda melhores e mais eficientes, que se tornam parte da forma como trabalhamos." O'DELL & GRAYSON JR, 1998. A tecnologia pode ajudar no mapeamento de competências, através de sistemas de colaboração. Pode ajudar no processo disseminação de informações através de um website na internet ou intranet. A tecnologia pode ajudar bastante no mapeamento e modelagem de processos. Até a criação de um mapa de competências de uma organização pode se valer da tecnologia para que haja eficiente gestão e desenvolvimento das competências dos colaboradores. O conceito de memória organizacional, não seria viabilizado sem o auxílio de uma intranet, ou aplicação similar. Dessa maneira vimos a importância da tecnologia de informação. O que muito inquieta as pessoas que trabalham com gestão do conhecimento é a importância em demasia que se dá a tecnologia. Davenport e Prusak tem uma passagem que mostra bem isso ao dizerem: "A tecnologia da informação pode ajudar na construção de mapas de conhecimento (Lotus Notes e web browsers), entretanto ela sozinha não garante que o mapa de conhecimento seja efetivamente utilizado: Se mais de um terço do total de dinheiro e recursos de um projeto é gasto em tecnologia, ele se torna um projeto de TI, não um projeto de conhecimento". Por isso pensamos na tríade formada por TI, Pessoas e Processos. Acreditamos e temos comprovado isso elaborando projetos de gestão do conhecimento que qualquer um desses itens isolados pode produzir menos do que a combinação eficiente dos três fatores. Ao mesmo tempo que a tecnologia por si só não resolve nada, a grande maioria dos projetos de gestão do conhecimento que conhecemos surgiram da área de TI, ou não? Uma empresa lança um website e começa a crescer agregando um aplicativo de CRM, ou seja, conhecimento sobre o cliente. Muitas lançam uma intranet simples e essa começa a evoluir. Empresas disponibilizam servidores de email que acabam se tornando ferramentas de colaboração. Empresas criam grupos de funcionários em suas redes de computadores e isso acaba se tornando uma comunidade de prática e assim por diante. Então é bom olharmos essa questão com bons olhos. Processos de negócio na gestão do conhecimento Por último e não menos importante falaremos nos processos de negócio. Bem, antes de falarmos da relação dos processos de negócio com a gestão do conhecimento, seria bom fazermos uma revisão sobre o que são os processos nas empresas. Todo trabalho importante realizado nas empresas faz parte de algum processo (Graham e LeBaron,1994). Teoricamente, não existe um produto ou um serviço oferecido por uma empresa sem um processo empresarial por trás. Da mesma forma, não faz sentido existir um processo empresarial que não ofereça um produto ou um serviço como saída. Na concepção mais frequente, processo pode ser encarado como qualquer atividade ou conjunto de atividades que toma um input, adiciona valor a ele e fornece um output a um cliente especÌfico. Os processos utilizam os recursos da organização para oferecer resultados objetivos aos seus clientes(Harrington,1991). Mais formalmente, um processo é um grupo de atividades realizadas numa sequência lógica com o objetivo de produzir um bem ou um serviço que tem valor para um grupo específico de clientes(Hammer e Champy, 1994). Essa idéia de processo como um fluxo de trabalho com inputs e outputs claramente definidos e tarefas discretas que seguem uma sequência e que dependem umas das outras numa sucessão clara vem da engenharia e não da reengenharia, como alguns autores já pregaram. O que gostaria de focar nesse momento é a questão da relação da estruturação dos processos de negócio com projetos de gestão do conhecimento. Uma empresa que não tenha uma orientação mínima para processos, dificilmente conseguirá ter sucesso num projeto onde se tenha necessidade de compartilhamento de conhecimento tácito, o que está na cabeça das pessoas. Por exemplo, como documentar e registrar conhecimentos sobre o processo se o mesmo não está minimamente estruturado? Como fazer uma otimização de fluxos de informações se o processo não está adequado? Realmente fica difícil. A gestão do conhecimento por si só já deve trazer alguns processos específicos também, como: compartilhar o conhecimento internamente, atualizar o conhecimento, processar e aplicar o conhecimento nas atividades, encontrar o conhecimento internamente, adquirir conhecimento externamente, reutilizar conhecimento, criar novos conhecimentos e compartilhar o conhecimento com a comunidade, registrar conhecimento entre outros. Estes processos devem estar de alguma maneira incorporados aos processos de negócio, pois senão fica complicadíssimo fazer com que um projeto de gestão do conhecimento obtenha sucesso. Indo mais longe, é preciso fazer essa mesclagem, pois senão os colaboradores podem ver os processos de gestão do conhecimento como um trabalho a mais. Um exemplo de incorporação de processos de gestão do conhecimento aos processos de negócio seria a empresa incluir no seu processo de suporte a cliente, tempo para o atendente documentar o problema exposto pelo cliente e a solução dada ao mesmo, criando um repositório de conhecimento sobre produtos ou serviços. * Eduardo Jorge Lapa Lima é consultor em gestão do conhecimento pela Informal Informática Consultoria. Links de Administração - Comércio Exterior
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