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- Luís
de Camões -
Nasceu
provavelmente entre 1524 e 1525, de família galega nobre mas já empobrecida.
Estudou na Universidade de Coimbra, cidade onde deixou alguns amores.
Tido como brigão e arruaceiro, passou pela prisão diversas vezes ao longo
de sua vida e por razões diversas, geralmente ligadas a questões amorosas
ou financeiras. Tinha, por sua origem fidalga, acesso à corte, onde conheceu
D. Catarina de Ataíde a quem elegeu como musa, para desgosto dos pais
da moça. Tendo ingressado no exército, partiu para África, onde perdeu
um olho. Retornou a Lisboa e à vida boêmia até ser preso por agressão.
Livre da prisão, mas angustiado, embarca em 1553 para o Oriente, tendo
passado pelas colônias portuguesas asiáticas e africanas, alternando períodos
de tranqüilidade e fortuna com outros de dívidas, miséria e prisão. Durante
este "exílio" de quase vinte anos escreveu "Os Lusíadas". Retornou a Portugal
em 1571, recebendo do rei pequena pensão em agradecimento à epopéia sobre
as glórias de reis e navegadores portugueses. Seus últimos anos foram
de miséria, tendo morrido como indigente em 1580.
Sua obra é uma fusão de três elementos: a herança greco-latina,
a tradição nacional portuguesa e o sentimento de atualidade. Dos antigos
vem seu amor à beleza plástica e ideal. Ao lado deste amor está sua tradição
cunhada em quatro séculos de luta e trabalho, que ele recria em "Os Lusíadas".
Aqui, o que mais importa são as armas, barões, antepassados que possibilitaram
as glórias do presente e forjaram o tipo ideal do português que se aventura
aos mares. O poema tem estrutura clássica: são dez cantos divididos em
cinco partes: A proposição, onde declara seu tema e seu herói; a Invocação
às ninfas do Tejo para que o inspirem; a Dedicatória ao rei, D. Sebastião;
a Narração propriamente dita (viagem de Vasco da Gama, a história portuguesa,
a mitologia); o Epílogo.
Importante também é sua obra lírica, que dá continuidade à
tradição portuguesa das cantigas em suas redondilhas e retoma a tradição
grega nos sonetos, onde o autor canta o Amor em sua essência, universalidade
e idealização (modelo esteticamente perfeito construído pela razão).
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