Barroco
 

- Gregório de Matos Guerra -

"Eu sou aquele, que os passados anos
Cantei na minha lira maldizente
Torpezas do Brasil, vícios e enganos"
(auto-definição de Gregório de Matos Guerra, no início do poema "Aos Vícios").

  Se firmou como primeiro poeta brasileiro, sendo conhecido por suas sátiras, que lhe valeram o apelido de "Boca do Inferno". Nasceu na Bahia, provavelmente em 20 de dezembro de 1633, e iniciou seus estudos no Colégio dos Jesuítas, concluindo-os depois em Coimbra, onde graduou-se em Direito. Durante alguns anos exerceu sua profissão em Lisboa, de onde foi expulso por suas sátiras.
  Retornou à Bahia, onde trabalhou como tesoureiro-mor da Companhia de Jesus. Novamente por suas sátiras, abandona os padres e é degredado para Angola.
  Bastante doente, recebe a permissão de retornar ao Brasil sob duas condições: não poderia pisar em solo baiano e nem apresentar suas sátiras. Morreu em Recife, no ano de 1696.
  Além da sátira, também praticou a poesia religiosa e lírica, cultivando tanto o estilo cultista quanto o conceptista, sempre abusando das figuras de linguagem.

  Manifesta um sentimento natvista, quando opõe o que é exploração lusitana ao que é brasileiro.
  Em sua poesia lírica e religiosa, manifesta certo idealismo renascentista, colocado ao lado do conflito entre o pecado e o perdão, buscando a pureza da fé, mas necessitando da vida mundana(essas contradições o colocam na escola barroca).
  Sua obra permaneceu inédita até que, entre 1923 e 1933, a Academia Brasileira de Letras a publicou dividida em seis volumes: I - poesia sacra; II - poesia lírica; III - poesia graciosa; IV e V - poesia satírica; e VI - últimas.