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Postado Quinta-feira, Maio 03, 2007 as 8:07 PM pelo B:.Pr:. Guiseppe 33

Revista Investigação

SÔNIA VAN DJICK

Tenho certeza de que mais do que Lula e seu ministro especialmente encarregado do assunto, sou a favor da reforma agrária. Acontece que estou cansada de receber mensagens com textos de argumentação desonesta sobre o assunto; cansada de ver no noticiário o vandalismo do MST contra o patrimônio público e a propriedade privada (garantida pela Constituição) e o silêncio oportunista e conivente do governo petista-lulista. Nem quero lembrar a ação terrorista do MLST que depredou o Congresso Nacional, apenas para mostrar que "está 'assim' com o 'home'" e ganhar o noticiário, tornando seu líder uma das celebridades instantâneas dos novos tempos, que, como convidado, teve assento especial na cerimônia de posse do segundo mandato de Lula. Acho sacal ficar lembrando o que todo mundo sabe acerca da estupidez da propriedade da terra no Brasil, desde as capitanias hereditárias. Estamos no século XXI e com um governo militante do Partido dos Trabalhadores, que até o momento não se preocupou em fazer correção dos erros históricos, preferindo situar-se, por oportunismo, no mesmo contexto dos tempos coloniais. Não tenho intimidade com o MST, mas acredito que, em sua gênese, o movimento teve verdadeira intenção de reforma agrária e que lutou, antes do primeiro mandato de Lula, por reforma agrária. Lula foi eleito Presidente e a reforma agrária não aconteceu. Lula está em seu segundo mandato, e provavelmente com votos do MST - tanto que Bruno Maranhão, o depredador, do MLST, foi convidado de honra para a segunda posse -, e nem se fala em reforma agrária. O noticiário só dá conta de invasões, destruições de propriedades, depredação do patrimônio público (desafio quem me prove que um prédio do INCRA, depois de invadido pelo MST, fica limpinho, em ordem, com corredores transitáveis e sanitários usáveis...). Aí, recebo, neste "abril vermelho do MST", entre muitos, um texto dito "da escritora Urda Alice Klueger", romantizando um dos episódios protagonizados pelo MST. Bem... título por título (e essa gente parece que ama títulos - se não amasse, não apresentaria a autora com seu título de escritora...), também tenho os meus: escritora (poeta, contista, pesquisadora e crítica literária), professora doutora, aposentada na UFPB, e com um passado em defesa da liberdade e da democracia de que me orgulho, ainda que não tenha sido propriamente uma super star do eixo Sul maravilha (Rio-São Paulo, que os esquerdinhas de hoje pensam que foi o único locus da História), a ponto de merecer biografia (muito menos me dispor à autobiografia...) e documentários, mas mantendo a coerência de princípios, credenciada a repudiar Chávez, as negociatas com Morales e mais o governo petista-lulista e a corrupção institucionalizada (coisa que muita gente "bem" já não repudia), temer a violência urbana, e a continuar defendendo os princípios da democracia (a liberdade de expressão entre eles, como direito constitucional). Pois bem. Vamos ao que interessa: textos de argumentação desonesta. Uso como exemplo o texto abaixo, dito da escritora Urda Alice Klueger. Construindo um texto eivado de romantismo, bastando uma leitura atenta para encontrar as expressões qualificativas que exaltam o MST e seus integrantes, a fim de comover facilmente o leitor e convocá-lo para seu ponto de vista pela via emocional, dispensando toda atitude crítica, a autora escolheu concentrar seu foco em uma criança e em um velho agricultor, para que as emoções do leitor sejam para tais figuras exemplares conduzidas. Como recurso complementar de sua retórica do convencimento pela emoção, a autora menciona repetidamente mil e tantas sementes de repolho que gerariam uma plantação de milhares de pés de Brassica oleracea, grupo Capitata, variedade peculiar de couve (informação de dicionário, pois não sou botânica). Nada mais romântico. Nada menos político. Nada tão carente de análise histórico-sociológica. Nada mais retórico. Excelente argumento da desonesta retórica que justifica as ações do MST e a falta de uma política de reforma agrária do governo lulista-petista. Antes de continuar esta minha arenga, devo dizer que reconheço na autora uma habilidade ímpar: jogar com a retórica das emoções superficiais, para iludir os incautos, construindo uma situação de verossimilhança. Dadas as situações comoventes (a criança e o velho das sementes de repolho), a autora parte para um retorno no tempo e volta à Madeira-Mamoré, aponta Percival Farquhar como carrasco de todos os miseráveis, lembra a guerra do Contestado, cita nominalmente Juscelino Kubitschek - de quem diz que "passara [a terra], por decreto, para o Exército, que por algum tempo andou por lá, usando-a como campo de exercícios e fazendo mais um bocado de maldades com quem morava ali por perto", para completar seu paradigma de acusações pela injustiça social localizado no passado. Talento inegável da autora: uma criança (com tudo de sonho, de lúdico, de inocência, de não-culpa, de futuro, que a infância representa); um velho agricultor com suas sementes de repolho (com tudo de experiência, de sabedoria, de resto de sonho e de amor à vida, que a velhice representa); e um passado repudiável, cujo nome de Presidente citado é Juscelino Kubitschek. Tudo isso com um rosário de extermínio, injustiças e iniqüidades. A autora descreve com tintas fortes a catástrofe do acampamento do MST, sublinhando a violência da polícia e o fim dos sonhos dos militantes do MST - e o leitor deve estar lembrado da criança e do velho das sementes de repolho, cujos sonhos são também exterminados. A autora só se esquece de dizer que a violência por ela narrada acontece no governo Lula (não dá para mencionar Juscelino Kubitschek no episódio e nem para continuar falando da Madeira-Mamoré e de Percival Farquhar, no episódio de destruição que a autora quer testemunhar). Afinal, estamos no século XXI, no segundo mandato de Lula e a violência narrada aconteceu um dia desses, no presente do governo lulista-petista. Não é por incapacidade de análise e nem por incompetência intelectual que a autora deixa de mencionar o governo Lula e seu ministro encarregado da reforma agrária. É mesmo para mascarar os fatos e dar aval às ações do MST (e seus derivados). A autora parte para um sem número de abstrações, faz de conta que não sabe que o Presidente Lula teve poder para anular a ordem de prisão dos controladores de vôo militares amotinados, e parece desconhecer que a violência que tanto a comove (a ponto de escrever um texto que quer que seja exemplar) teve o aval do Planalto e/ou que Lula poderia ter impedido, caso tivesse interesse na reforma agrária ou caso o MST ainda fosse de fato um movimento pela reforma agrária - ou se Lula tivesse usado o mesmo poder usado no caso dos controladores de vôo amotinados... e, no caso, seria por uma política social: os sem-terra... Para a autora, a causa da contemporânea violência contra crianças, mulheres, velhos agricultores e homens jovens armados de facões e foices, é mais confortável ser remetida ao passado do que mencionar o presente de descaso de política agrária, porque teria que citar o nome Lula, ultimamente encantado com a "riqueza" do etanol. A autora foge das circunstâncias presentes como o diabo foge da cruz É incapaz de lembrar os compromissos assumidos pelo PT ao longo de sua história até a posse de Lula. A autora prefere as abstrações para dizer quem armou e comandou a agressão a crianças, mulheres, velhos, jovens homens sem metralhadoras, e termina fazendo acusações que não atacam o poder de comando e ainda traz para a cena o soldado de origem humilde, lembrando pai e mãe (mais um truque romântico da autora), enquanto ataca famílias acampadas, pois seus argumentos românticos sempre pretendem salvaguardar Lula e o PT, que não têm política de reforma agrária e apenas se beneficiam da violência do MST e deixam que as ações de reintegração de posse sejam violentas, para sustentar o discurso de promessa de ordem, paz e prosperidade de seu socialismo fajuto, jurássico e reacionário em relação ao século XXI. Perguntas que não querem calar: será que a escritora Urda Alice Klueger acredita que Lula e o PT estavam contra a violência que narra? Em decorrência: será que a escritora Urda Alice Klueger acredita que se Lula e o PT fossem contra a violência que ela narra, todo aquele horror que ela testemunha teria acontecido? Talvez a escritora Urda Alice Klueger não conheça bem o que acontece no Brasil e, por isso, não sabe da história da contaminação da lavoura de cacau no sul da Bahia (revista VEJA) - mas, isso é outra história e ela pode ouvir a narrativa na versão heróica dos petistas, para melhor conhecer os métodos do PT. Sem querer atribuir responsabilidade sobre a violência no campo ao governo Lula (e sem querer dizer o quanto o governo Lula tem interesse na violência do MST), a autora termina, pateticamente, levantando perguntas como se fosse uma desinformada, aproximando-se do leitor ingênuo, em uma jogada retórica: "Fico aqui me perguntando uma pergunta sem resposta: quem deu a ordem para aquele terrorismo de guerra sobre a população indefesa? Temos no poder um homem que acreditamos ser representante do povo. Teria partido dele a autorização para aquilo? Quem autorizou? É bem verdade que no fim ninguém morreu de bala e de granada – mas, e a morte lenta pelo abandono, pela pobreza, pela falta de perspectiva? Onde estão os direitos do ser humano? E O QUE É QUE AQUELA SOJA ESTAVA FAZENDO LÁ? Que as autoridades competentes me expliquem!" Se a nobre escritora Urda Alice Klueger tiver dignidade de dizer que escreveu seu texto para alimentar o poder do PT-Lula e justificar a violência do MST, tanto quanto eu tenho coragem de dizer que escrevi toda essa falação para ser contra Lula-PT, suas perguntas finais não passarão de dispensável mascaramento retórico e meu texto não precisará de razão, pois a falsidade dos fatos estará dada antecipadamente.

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