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As Características do Bonde

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Bondes de Tração a Cabo

Imagem à direita: Cartão postal de Swansea,
disponível no site
Tramway Information, parte Tramway Postcard.

Assim como o sistema de tração elétrica consiste, basicamente falando, na associação da via permanente com a rede aérea e seus componentes alimentadores (subestações, etc), a tração a cabo sem-fim consiste num complexo ferroviário urbano composto também da via permanente, porém associada a uma infra-estrutura de tração externa. O bonde a cabo (cable-car ou cable-tram) não tem tração própria. Da mesma forma que o veículo tirado por animais, ele é literalmente puxado, só que por um recurso mais sofisticado que o tradicional cavalo ou burro. Cabos subterrâneos acionados por mecanismos localizados mantêm movimento constante, e o veículo é provido de "garras" (grips) penetradas numa fenda central (que, à primeira vista, dá a impressão de ser um "terceiro trilho"), onde se prendem ao cabo. O operador do veículo pode controlar a velocidade por meio de um sistema de controle da garra - uma espécie de embragem -, e pode desprender a garra, para parar - ou manter parado - o veículo, naturalmente provido de freios. Há composições sistemáticas especiais para as curvas e, para passagens por desvios, o operador desconecta a garra de um cabo e liga-a a outro. O motivo da adoção do cabo sem-fim é geralmente a declividade acentuada das cidades (como San Francisco, Swansea e outras) onde se optou por este sistema. Em alguns casos adotou-se o cabo em regiões específicas, como os ascensores existentes em algumas cidades de Portugal, dentre eles o célebre "Elevador da Bica", em Lisboa. Esses são "funiculares", e não cabos sem-fim, conforme explicado por Werner Vana: "No 'Funicular', os dois veículos são conectados  por um cabo de aço. Não é um cabo sem-fim. No alto da colina existe uma polia, por onde passa o cabo e cada extremidade do cabo está presa em um veiculo; desta forma um veiculo é o contra-peso (equilíbrio) do outro. O veiculo que desce 'puxa' o veiculo que sobe. Ambos os veículos tem motores elétricos e tração própria, para auxiliar na tração (semelhante a Santos-Jundiaí). Motores DC (Corrente continua) são menores, e tem maior torque (potência); por isso são preferidos em veículos." Note-se bem a observação de que esses veículos, diferentemente dos bondes a cabo sem-fim, como os de San Francisco (cuja forma e estrutura podem ser observadas nos desenhos abaixo), são providos de tração auxiliar própria (elétrica), como no sistema usado na subida da EF Santos a Jundiaí, no qual o esforço do cabo era auxiliado por tração própria (a vapor), sendo que, nesse caso, não havia o sistema de polias (inadequado para longos percursos e composições pesadas), mas o cabo era tracionado a partir de uma central, onde estava instalado um grande maquinário fixo movido a vapor, conhecido como "CASA DE MÁQUINAS ", que exercia a função motora, movimentando os cabos. Entretanto, Werner Vana nos explica que também "existem ascensores (Funiculares) sem tração nos veículos. Neste caso o motor (Tração) movimenta a polia (Tambor). Ex.: Funicular de Monte Serrat (Santos). E tambem não é um cabo sem fim." (Obs.: Outro recurso usado para vencer rampas íngremes é a cremalheira, mas para tramways que trafegam em ruas o cabo é mais prático.)

Vejamos abaixo alguns detalhes do bonde a cabo sem-fim.

Exemplo 1:
Esquema do cable-car (clique na imagem para vê-la maior), como chama-se universalmente o bonde puxado a cabo. Obervemos, os dois tipos, acima o carro de controle único (e single-ended car) abaixo o carro de dois controles (double-ended car), conforme os vemos, em suas respectivas extremidades, com as alavancas por meio das quais o operador controla a garra (grip), dispositivo de fixação que, prendendo-se ao cabo subterrâneo, dá movimento ao veículo.

Tradução dos principais dizeres da figura acima:
Headlight - Farol . Sandbox - Areeiro: Para frenagens em tempo de chuva, quando os trilhos ficam escorregadios, despeja-se areia nos mesmos, para reforçar a aderência (não só nos bondes a cabo, mas em todos os tipos de tração, tanto em bondes quanto em trens, há os areeiros, usados para reforço da frenagem e/ou da tração, em casos de tração própria, o que não ocorre no sistema a cabo) . Battery - Bateria: Os bondes a cabo são providos de bateria para o sistema de iluninação (faróis, iluminação interna, etc.) . Grip - Garra: É o dispositivo de conexão ao cabo, já mencionado acima . Wheel Brake - Freio de Roda: É o freio típico de todo veículo ferroviário, ou seja, um sistema de frenagem com sapatas de freio (os calços que podemos ver encostados às rodas) . Emergency Brake - Freio de Emergência: Dispositivo de frenagem rápida, aplicado quando se faz necessário parar bruscamente o veículo. Todos os veículos ferroviários são providos de um sistema de parada emergencial . Track Brake - Freio de Linha: Este dispositivo consiste numa sapata de freio com base plana (diferente da sapata do freio de roda, que é côncava, de modo a ajustar-se à superfície curva da roda), que funciona encostando-se ao trilho. É encontrado também nos bondes elétricos modernos.

Exemplo 2:
Anatomia da Garra
(clique na imagem)
Termos Principais:
Gripman - Operador.
(
"Gripman pulls grip lever back." -
"O operador puxa a alavanca da garra.")
Grip Lever - Alavanca da Garra
Latch Release -
Manipulador da Trava .
Adjustment Rod
- Haste de Ajuste.
Eccentric Arrangement -
Dispositivo do Excêntrico.
Car Floor - Assoalho do Veículo.
Quadrant - Quadrante
Adjustment Screw - Parafuso de Ajuste.
Locking Pin - Pino de Fixação.
Center Plate - Barra Central.
Dies - Cunhas.
Cable - Cabo

Origem dos desenhos desta página: Livro "San Francisco's Cable-Cars", autoria de Lynn Thomas
(Fornecidos por
Werner Vana, com nossos agradecimentos).
- Saiba tudo sobre bondes a cabo no site de Joe Thompson.
- Mais aspectos - e fotos - dos elevadores (ou "ascensores") de Portugal em:
Lisbon Funiculars, Cable Tramways, Elevators and Similar Structures  e Trams in Lisbon.

1 - Animal (*)

2 - Vapor (*)

3 - Elétrica (*)

4 - Cabo sem-fim (*)

5 - Ar comprimido (*)

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