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As Características do Bonde

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Extensão de Linhas O Bonde nos Alpes

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Linhas Curtas, Longas e Médias. Exemplo: Duas linhas do Rio de Janeiro

Ao lado: Carro da linha Bocca do Matto - Meyer, conhecida como "O Bonde Bocca do Matto" (veja melhor), conduzido pelo motorneiro Joaquim Gaspar da Costa (fotografia da Família Ferreira-Gaspar-Costa-de Lucca-Silva). Veículo aberto de pequeno porte (dez bancos), truque único (quatro rodas), coletor tipo "alavanca em arco" e, como todos os bondes cariocas da época (esta fotografia foi tirada, provavelmente, por volta dos anos 30 ou 40 do século XX), ainda sem as "vidraças", nome dado aos pára-brisas dos bondes, que foram colocados mais tarde. Com o aumento do número de usuários, a linha "Boca do Mato" passou, ultimamente, a usar carros de tamanho médio, com dois truques (oito rodas).

Segundo o Pesquisador Wilson Soares (Rio - RJ) - ex-morador da Rua Maranhão e usuário assíduo desta linha - , o trajeto Bocca do Matto - Meyer foi criado em 1886, para tração animal, tendo sido eletrificado mais tarde, já no século XX. O " Boca do Mato" é um dos muitos exemplos de linhas curtas, muito comuns no serviço de bondes da cidade do Rio de Janeiro. Poderiam ser chamadas de "linhas de ligação", pois ligavam as regiões mais adentradas aos centros dos bairros, levando o morador das reentrâncias às linhas mais longas, que passavam pelas ruas principais dos bairros, além de conduzir as donas de casa às compras, os estudantes às escolas, e os "profissionais liberais" e comerciantes da região a seus consultórios, escritórios e estabelecimentos.

A segunda foto mostra um Carro-Motor com Reboque, da linha Piedade - Largo de São Francisco, conhecida como "O Bonde Piedade" (fotografia extraída de uma edição histórica do jornal O GLOBO; pode ser vista, também, no site cultural da Light). Observe, na figura plena o porte dos carros motor e reboque, de comprimento idêntico (carros grandes de dois truques), e o coletor de energia (chamado "alavanca") do tipo "arco" adotado definitivamente em todos os bondes do Rio de Janeiro, exceto nos de Santa Teresa, onde foi mantido o gênero trolley (ou "lança").

Mais recente que o nosso exemplo do "Bocca do Matto", esta fotografia do "Piedade" (tirada por volta dos anos 50 ou 60 do século XX) mostra um bonde de fabricação mais moderna, com "vidraças".

O "Quadro 1" (à direita) nos apresenta o traçado do "Bocca do Matto", que seguia em linha singela (via única em dois sentidos) pelas ruas Maranhão (1) e Aquidabã (2), e continuava em linha dupla pela Pedro de Carvalho (3), Dias da Cruz (4), onde partilhava a via com outras linhas, entrando pela Silva Rabelo (5), Ten. Cerqueira Leite (6), e Amaro Cavalcanti (7), ao fim da qual, fazia curva retroativa, no Largo do Meyer, chegando ao ponto final-inicial em frente ao "Café e Bar Londres", muito conhecido no bairro. O retorno era feito diretamente, a partir do início da Rua Dias da Cruz.

O "Quadro 2" (à direita) apresenta a comparação entre as distâncias percorridas pelo "Bocca do Matto" e pelo "Piedade" (Piedade - Largo de São Francisco), um trajeto longo que dividia com o "Bocca do Matto" parte do trecho da Rua Dias da Cruz.

O traçado das linhas nas cidades grandes atendia às necessidades de locomoção dos habitantes dos bairros ou subdivisões dos mesmos, de acordo com fatores como a densidade demográfica das respectivas regiões e a praticidade do deslocamento. Assim formaram-se linhas de longo percurso e curtas, essas muito numerosas nos centros das cidades e em bairros muito residenciais, como o Meyer, onde, além do Boca do Mato, contava-se com outros pequenos trajetos, como os bondes do Cachamby, José Bonifácio e outros tantos.

Havia também, no "tramway" carioca, linhas médias, como o Madureira - Licínio Cardoso (o "Licínio") e o Madureira - Irajá (bonde "Irajá"). Outra linha de grande percurso muito conhecida e usada pela população suburbana do Rio era o "Cascadura" (Madureira - Largo de São Francisco, passando por Cascadura). Segundo o motorneiro Joaquim Gaspar da Costa (já falecido), a maioria dos motorneiros não gostava de trabalhar em linhas pequenas, pois o número maior de viagens, o ir e vir repetido fazia o tempo se arrastar, ao passo que em linhas compridas tinha-se uma sensação mais corrente, ou seja, trajetos longos não costumavam causar tédio. O estilo de organização de trajetos hoje empregado para as linhas de ônibus é análogo ao dos bondes, no qual foi baseado, chegando a haver linhas de ônibus idênticas às de bonde, estabelecidas após a extinção do "tramway", numa tentativa - malograda - de suprir a população da eficiência do sistema abolido.

Dado Histórico: Veja a Relação das linhas de bondes do Rio de Janeiro.

Bonde nos Alpes

Bonde em Innsbruck – Áustria. Fotografia extraída da revista Georama; Editora Codex – década de 1960. Esta simpática foto mostra-nos uma cena quotidiana de uma típica cidade dos Alpes ¾ Innsbruck ("Ponte Sobre o Inn") ¾ , na Áustria, na qual se vê uma pequena praça ao longo de uma rua em declive, provida de "tramway" (via de bondes), onde passa, no momento, uma composição de carro-motor com reboque. Notemos, na figura plena, o tipo dos veículos e da via - carros pequenos e bitola estreita, como convém a regiões sinuosas e de relevo variante (lembremos a região carioca de Santa Teresa, onde o serviço de bondes é preservado, em que foram adotados os mesmos aspectos do porte dos carros e da bitola). Repare-se no coletor pantográfico (pantógrafo), semelhante ao das locomotivas e trens elétricos, bastante usual nos bondes europeus, mas muito pouco adotado nos brasileiros. Houve tentativas de implantação do pantógrafo nos bondes do Rio de Janeiro, mas parece que as peças experimentais não tinham largura suficiente, e resvalavam da rede aérea, nas curvas. Os coletores de energia dos bondes no Brasil, sempre foram, quase sempre, os do tipo "trolley" (a lança com a roda na extremidade), como em São Paulo, ou a alavanca em arco, adotado definitivamente no Rio de Janeiro (embora o "trolley" tenha sido usado nos primórdios da eletrificação do "tramway" carioca), exceto em Santa Teresa, onde o "trolley" prevaleceu.

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