KABALA NUMEROLOGIA |
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O baiano Antônio de Castro Alves é o mais vibrante de todos os poetas
brasileiros, um ardoroso abolicionista. Nasceu na Fazenda
Cabaceiras, nas proximidades da Vila de Curralinhos, hoje Castro Alves,
em 14 de março de 1847. Seus primeiros estudos foram feitos no Ginásio Baiano,
em Salvador, indo depois para Recife cursar Direito. Aí se apaixonou pela atriz
Eugênia de Castro e passou a freqüentar a roda da boemia dos estudantes. Veio para
São Paulo para terminar seus estudos, mas um acidente, numa caçada, fê-lo perder
um pé, amputado. Deixou Espumas Flutuantes, Hinos do Equador. Os Escravos e o drama Gonzaga
ou a Revolução de Minas.
O GONDOLEIRO DO
AMOR
(Barcarola)
Teus
olhos são negros, negros,
Como
as noites sem luar ...
São
ardentes, são profundos,
Como
o negrume do mar;
Sobre
o barco dos amores,
Da
vida boiando a flor,
Douram
teus olhos a fronte
Do
Gondoleiro do amor.
Tua
voz é a cavatina
Dos
palácios de Sorrento,
Quando
a praia beija a vaga,
Quando
a vaga beija o vento;
E
como em noites de Itália,
Ama
um canto o pescador,
Bebe
a harmonia em teus cantos
O
Gondoleiro do amor.
Teu
sorriso é uma aurora,
Que
o horizonte enrubesceu,
—
Rosa aberta com o biquinho
Das
aves rubras do céu.
Nas
tempestades da vida
Das
rajadas no furor,
Foi-Se
a noite, tem auroras
O
Gondoleiro do amor.
Teu
seio é vaga dourada
Ao
tíbio clarão da lua,
Que,
ao murmúrio das volúpias,
Arqueja,
palpita nua;
Como
é doce, em pensamento,
Do
teu colo no langor
Vagar,
naufragar, perder-se
O
Gondoleiro do amor?!
Teu
amor na treva é — um astro,
No
silêncio uma canção,
É
brisa nas calmarias,
É
abrigo — no tufão;
Por
isso eu te amo, querida,
Quer
no prazer, quer na dor...
Rosa!
Canto! Sombra! Estrela!
Do
Gondoleiro do amor -
AS DUAS FLORES
São
duas flores unidas,
São
duas rosas nascidas,
Talvez
no mesmo arrebol,
Vivendo
no mesmo galho,
Da
mesma gota de orvalho,
Do
mesmo raio de sol.
Unidas,
bem como as penas
Das
duas asas pequenas
De
um passarinho do céu...
Como
um casal de rolinhas,
Como
a tribo de andorinhas,
Da
tarde no frouxo véu.
Unidas,
bem como os prantos,
Que
em parelha descem tantos
Das
profundezas do olhar. -.
Como
o suspiro e o desgosto,
Como
as covinhas do rosto,
Como
as estrelas do mar.
Numa
eterna primavera
Viver,
qual vive esta flor:
Juntar
as rosas da vida
Na
rama verde e florida,
Na
verde rama do amor!
DULCE
Se
houvesse ainda talismã bendito,
Que
desse ao pântano — a corrente pura,
Musgo
— ao rochedo, festa — à sepultura,
Das
águias negras — harmonia ao grito...
Se
alguém pudesse ao infeliz precito
Dar
lugar no banquete da ventura....
E
trocar-lhe o velar da insônia escura
No
poema dos beijos — infinito...
Certo...
serias tu, donzela casta,
Quem
me tomasse em meio do Calvário
A
cruz de angústias que o meu ser arrasta ! ...
Mas
se tudo recusa-me o fadário,
Na
hora de expirar, ó Dulce, basta
Morrer
beijando a cruz do teu rosário!
(Espumas
Flutuantes)
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ANTOLOGIA DOS POETAS BRASILEIROS
Esta antologia é baseada em trabalho de __________________
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