40 - "Não tem parada que não pode"t; (Marcelo D2)

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caô
Promessas servem para serem quebradas

Prometi resenha do Matrix 2 pro fim de semana retrasado e furei, claro - parece que você não me conhece... Pior do que isso, não vou nem resenhar o filme. A essa altura do campeonato, você já deve ter assistido e ter a sua opinião. Se não, você tem duas opções: ou compra o especial da Zero (essa mesma...), que tem uma resenha minha quase no final da revista, ou compra o pôster da Herói, em que eu conto toda a história do filme (eles que pediram...). São as minhas duas incursões à galáxia de Gutenberg da vez. Não que eu não vá falar mais de Matrix, mas deu preguiça de escrever. Mesmo porque, ainda devo escrever mais sobre este assunto, então...

talagadas
Random tidbits sobre porranenhuma

Em defesa de Fernanda Young
Virou moda malhar a escritora tatuada mais famosa do Brasil (não por muito tempo, espero). Tudo bem, a menina é mimada, direitosa, fala asneiras como se estupidez (ainda) estivesse na moda e solta umas pérolas de matar os detratores da Carla Perez de inveja.

Outro caso
Mas defendê-la não é como defendar a velha loira do Tchan. Perez, coitada, foi içada da choldra intelectual que tomava Xuxa de manhã e Cid Moreira à noite para um universo de Caras e bocas que ela achava que fosse a realidade. Natural que achasse que escola começasse com "i". Ela é a representante perfeita da mutação cerebral que os powers that be brasileiro queriam propor a seu povo. Felizmente, os tempos mudam e os brasileiros não se tornaram 170 milhões de Carlas Perez (devemos ser, ainda, 170 milhões de Tonis Carrados, mas isso deve mudar).

O umbigo
Se dá uma certa pena malhar a inteligência da mama Perez, o mesmo não pode ser dito da jovem Young. Afinal, ela é estudada, bem nascida, prendada, teve oportunidades que Carlinha sequer sonhou. Por isso, se fala asneiras e porta-se como uma porta, merece nossos esgar e escárnio. Faz sentido. Mas não é isso que me faz vir em defesa da autora.

As outras
O que me irrita é a total falta de senso crítico para contextualizá-la. Pode prestar atenção: todos as maledicências ao redor da desdita fazem uma ressalva quase unânime, defendendo as outras apresentadoras do programa em questão, o tal Saia Justa. Mas não é fácil livrar a cara destas.

Uma por uma
Muito pelo contrário. A apresentadora Mônica Waldvogel, ex-íntima de altos círculos do poder, solta pérolas de deslumbre feminino que soariam infantis entre as leitoras da Capricho (por quem tenho o maior respeito, sublinho). Visivelmente passa por um processo de "descoberta da feminilidade", típico de mulheres que dedicaram anos à vida profissional e à beleza formal, esquecendo das outras coisas da vida, senão dela mesma. A impressão é que ela acabou de ultrapassar o estágio que o maior misógino do Brasil, Manoel Carlos, rotulou em sua obra fantasiosa como "Helena".

Dois parênteses: 1
(Manoel Carlos misógino? Claro: basta assistir qualquer cena de qualquer de suas novelas para saber que ou o cara não entende nada sobre porra nenhuma ou odeia todas as mulheres do mundo. Ao rotular suas personagens de "Apaixonadas" em seu atual folhetim, ele demonstra todo o ódio que sente pelo sexo feminino, que considera mesquinho e sem noção. Esconde isso fingindo gostar de ver as intimidades de Cristiane Torloni, que aparece constantemente escovando os dentes, passando hidratante nas mãos, acordando... Neste quesito, sugiro Ariella, filme perdido dos anos 70, em que a atriz se engalfinha intimamente com a diva esquecida Nicole Puzzi)

Dois parênteses: 2
(Que armadilha de consumo que é a mulher moderna. Ela é um dos poucos seres publicitários que ainda conservam-se fragmentados. Preste atenção na quantidade de produtos que o mercado coloca à sua disposição. Assim, ela deve se preocupar com as roupas para lavar, com a própria higiene, com a educação dos filhos, com a comida para o marido, com a sexualidade, com a boa forma, com os problemas profissionais, etc., etc. "Tá bom, mas o que você tá dizendo de novo?". Provavelmente nada, mas lembre-se que, para cada um desses aspectos citados acima, existe um corte mercadológico, que parece falar apenas com uma parcela do público [quando na verdade está falando com um só]. A diferença é que esta fragmentação da mulher moderna ainda está baseada em uma eterna dúvida, que é o excesso de atividades [ou obrigações] do papel feminino na sociedade. Ou seja: a mulher, mesmo tratada como "moderna", continua submissa - não mais ao "macho" [vulgarmente ridicularizado, em diferentes instâncias], mas à obrigação social de provar que a mulher é o homo superior. Ao menos, em termos de mercado, o "macho" foi reduzido a dois estereótipos, dois grupos no mercado: os sofisticados intelectuais e os brutos imbecis. Quando perceberem que este grupo é apenas um só e tratarem essas diferenças como o mercado de produtos esportivos trata torcedores de diferentes times, o faturamento tenderá à engorda, já que encontrará mais eco entre os consumidores. Afinal, as mulheres bem sabem que "homem é tudo igual". E não deixa de ser engraçado perceber o paradoxo entre as múltiplas funções da mulher moderna e a ausência de função de seu par contemporâneo, com as preocupações de cada um deles. Como falei, é uma armadilha: deixem o adjetivo de lado e percebam-se mulheres e só)

A segunda
Marisa Orth dá pena. Deslumbrou-se com uma beleza inexistente (já deu pra sacar que ela tem umas pernonas, não é?) e se acha no direito de poder falar qualquer abobrinha que venha à telha, como se fosse bonita. Fora a tendência a se aliar ao pensamento de Olavo de Carvalho e Caio Blinder, essas vedetes da nova direita. Talvez Magda fosse um bom personagem por pura terapia em palco (aliás, o Sai de Baixo era basicamente isso), pois Orth carrega mais que os trejeitos da moça. Que, ao menos, era mais ingênua, menos ruim.

Por fim
Até Rita Lee já pastou, só pra não perder a amizade... Se no começo, ela se limitava a a olhar torto os espasmos fascistas de suas pobres companheiras (respondendo, às vezes, com aquelas frases feitas de triplo sentido que ela é famosa por compor e cantar), pouco depois cedeu ao clube da Luluzinha e esqueceu que não estava mais em casa, com as amiguinhas. Aliás, tenho lá minhas dúvidas que ela se porte daquela forma em casa, tão fútil e risonha. De todo modo, quem perde (ou ganha, dependendo do ponto de vista) é ela. Mas todas já são bem grandinhas e não merecem esses puxões de orelha em público.

Crossmedia
A diferença é que isso é uma página na internet e um texto desses, por mais que corra o mundo, não tem a força de um mero minuto na TV a cabo. E eu não falaria isso que estou falando com tanta veemência na TV, porque é outro veículo, outro formato. E nem estou cobrando "responsabilidade" (justo quem...), e sim um pingo de desconfiômetro, de senso do ridículo mesmo. Por isso vim em defesa da Fernanda Young. É a primeira vez que ela faz algo na frente das câmeras, se deslumbrou com o poder da imagem e virou subseqüente Judas da inteligentsia que assume assistir TV. Normal, pra ela. O que me espanta são opiniões igualmente burras ditas pelas outras três, veteranas (e como!) no formato - e a conseqüente "aclamação popular" do seleto público da TV a cabo.

Modernidade normal
E esse é o problema. Desisti do Saia Justa logo no começo. O programa tentava jogar em uma mesa redonda o espírito que garante as boas piadas do gênero reacionário "humor para a mulher moderna", que inclui Sex & the City, Os Normais, Radical Chic, Absolutely Fabulous e 02 Neurônio no mesmo balaio. Mas ao contrário destes outros, o programa da GNT virou uma panelinha de comadres sem graça, uma tentando mostrar mais cultura e sensibilidade que a outra. Talvez aí resida o segredo do sucesso do programa, que em vez de colocar (de)formadores de opinião para discutir (como tenta seu companheiro de canal, o Manhattan Connection), optam por chamar representantes do público-alvo: a tal "mulher moderna". Resumindo a ópera, a mulher moderna é bem diferente do que pinta a publicidade e o mercado - em vez de segura, decidida, ousada e deslumbrante, ela é medrosa, angustiada, retrógrada e reticente. Muito mais normal do que parece. Ah, se elas deixassem os adjetivos pra lá...

O'Blivion
Por culpa de coincidências não tão coincidentes assim (domar o acaso é difícil, mas compensador) estou numa fase pesada David Cronenberg. Além dos filmes, tou lendo resmas e mais resmas de papel não-impresso sobre o cara. A margem que ele abre pra interpretação é perfeita, pega na veia e dá ainda mais sentido pra uma das minhas máximas: "Metade da arte está na cabeça do espectador". Saca esse artigo sobre dualismo e mutação corporal e esse site cheio de links e fotos dos filmes do cara. Tem ainda esse perfil da Salon (além dessas duas entrevistas), um outro da Disinfo, essa entrevista com o cara (que traz frases ótimas como "a realidade é o que você faz dela", "estou consertando uma falha cartesiana" e do papo de refilmar Scanners), outra na Wired (feita pelo grande R. U. Sirius, com um trecho que eu cito logo mais), uma resenha do Spider na Slate, uma boa filmografia comentada em italiano, uma ótima resenha do Videodrome feita pelo Ruy Gardnier, do Contracampo. Se você tem um texto, link ou algo para falar sobre o cara, dizaê.

O tal trecho
"O sexo não é mais o que era. Você não precisa mais de sexo para fazer bebês - e em breve não precisaremos de humanos para fazer bebês humanos. O que é o sexo, agora que ele foi desconexo de sua atividade biológica correlativa. É arte? É só prazer? É política? É guerra? Provavelmente é tudo isto".

Mister Postman
Aos correspondentes, paciência. Recebi seu email, vou ver se consigo responder. Mas tá foda, já adianto.

Frase do dia
"Eu não tenho compromisso com estilo", Marcelo Bicudo, outro brasiliense desocupado.

Pai da matéria
Digão escreve pra reclamar que eu falo que o novo metal (bandas que começam com "Li" e valentões manhosos que não têm coragem de dizer que são indies) começou com o Angel Dust, do Faith No More. É fato, não adianta fugir. Como os Beatles deram origem ao britpop e às bandas de sub-britpop. Não é pra culpar ninguém.

A propósito
Ainda bem que essa leva de bandas sub-britpop (o chamado "britpop de arena") se esgotou. Passou, passou - tão vazios como as bandas que aparecem entre um ou outro seriado da Sony (naquele "Music News"). Que é o que aquelas bandas são: Friends fazendo música.

Gente normal
Lembrei de uma capa da Spin, acho que 1999, que apontava o sucesso do Matchbox 20 como a "ascensão dos regular guys". Armação de gravadora, escoadouro sem fim de "grana pra promoção", isso sim. O dia em que "gente normal" vender rock, tamos fodidos. Ou nós, ou o rock.

Rock é leite
Não pensem que eu redimi o rock ou que uma nova revolução vai renovar tudo de novo. Rock é leite: se azedou um pouco, vira iogurte. Se azedar mais, vira coalhada. Se azedar ainda mais, vira queijo. Se azedar ainda mais, vira gorgonzola. Nada contra o gorgonzola, muito pelo contrário (tiragosto perfeito pra cerveja: canoinhas de cebola crua com gorgonzola e um pingo de azeite decente). Já esse gorgonzola rock de hoje em dia...

Primeira audição
Poptical, do Ed Motta, é o Manual Prático do Entre e Ouça.

Primeira audição 2
Ventura, do Los Hermanos, é o Bloco do Eu Sozinho sem culpa. É bom, mas não é melhor que o Bloco. Pelo menos não na primeira audição. Tem entrevista que eu fiz com os caras pro site da Som Livre aqui. (E outra com o Supreme Beings of Leisure aqui, só pra aproveitar a deixa).

Primeira audição 3
À Procura da Batida Perfeita (e não "Procurando", como me corrigem os advogados da retidão), de Marcelo D2, é candidato a melhor disco do ano. E já está no Soulseek.

Primeira audição 4
Depois de eu muito insistir, Granado me mandou seu disco novo. É de chorar de bom. Vai ser masterizado por um fodão gringo, se tudo der certo. E é rock feito a Kiss FM.

Falando nela
Mané de quem ouve rádio e perde tempo com outra estação, aqui em São Paulo. Ainda mais agora, que eles botaram rock anos 90 e nacional na programação. E toca Pixies, de vez em quando. E U2 no começo, Smiths, Cult e Echo direto. E até a banda mais fuleira que eu já gostei na vida, o Living Colour. Aliás, outro dia teve "Perfect Day" seguido de "Here Comes Your Man" e "My Sharonna", do Knack. E eu tenho certeza que, se tocasse nessas festinhas indie, neguinho ia achar que é o novo Strokes.

Desindie
Mas na programação da emissora, é justamente o antiindiesmo que emociona. Bandas como Supertramp (um Radiohead menos fresco) e Credence Clearwater Revival (tudo que o Pavement queria ser) são presenças constantes, além de clássicos do protometal, fuleiragens arena dos anos 70 (tipo Peter Frampton, Status Quo e BTO - os J Mascis, Oasis e JSBX de seu tempo, respectivamente), muito Pink Floyd e Led Zeppelin. Só falta tocar mais Raul.

Síndrome de Blair
O Lúcio levantou uma velha lebre que ouriçou a comunidade wannabe da internet brasileira: jornalistas inventam matérias, citando histórias clássicas de coxia. Não é preciso o desprezo (que denota corporativismo) gasto pelo Elio Gaspari ao Jason Blair, o ficcionista recém-descoberto do NYT (a saber: "a história de Blair pertence à crônica das fraudes jornalísticas e poucas vezes um cascateiro teve tamanha notoriedade"). Nem é uma questão de ética, mas de senso do ridículo. As histórias contadas por Lúcio (ou pelo Tomate, em sua coluna da semana passada) são monumentos à falta de vergonha. Conhecê-las e não divulgá-las não é falta de prurido profissional, como implicam alguns, mas apenas pena, pessoal e intransferível.

Segunda parte
Mas o colunista da Folha esqueceu de contar a segunda parte da história de Pepe Escobar, contada por Ricardo Alexandre em seu ótimo Dias de Luta. Pedi pro autor pra reproduzir o causo neste não-impresso e ele topou. O trecho (que, coincidentemente ou não, começa na página 171 do livro) segue abaixo, editado com (...)s e colchetes meus para ir direto ao assunto.

Trecho
"Foi entre Pepe Escobar, Nasi e a Ilustrada, entretanto, que se desenrolou uma das histórias mais malucas da imprensa musical nacional.

Tudo começou quando Thomas Pappon e Guilherme Isnard saíram numa briga física que culminou com a expulsão do vocalista- saxofonista- estilista [Isnard] dos Voluntários da Pátria.(...) A comunidade alternativa paulistana entrou em polvorosa: 'Os Voluntários eram uma banda ambiciosa, a ponto de os principais críticos de São Paulo quererem ser seus cantores [ah, os anos 80...]', conta Nasi. 'E quem a banda escolheu para o lugar de Guilherme? Eu, o menino punkinho. Aí começou a fofoca, o lobby, nos bastidores'. Miguel Barella lembra que Pepe Escobar costumava enviar letras 'sem métrica' na esperança de vê-las transformandas em músicas dos Voluntários. Infalivelmente, eram vetadas por Thomas. Pior: o guitarrista lembra que o crítico lhe telefonava com freqüência para saber das novidades do mercado pop. 'Ele me ligava e dizia: 'Oi Miguel, você foi ao show do fulaninho, semana passada?'. Fui, foi legal. 'Não, explica melhor que eu preciso escrever sobre ele'. A mesma coisa com os discos. 'Ouviu o novo do Echo & the Bunnymen?'. Ouvi sim, um amigo me trouxe dos Estados Unidos. 'Então faz um corridão, que eu preciso escrever uma matéria para amanhã'. Na maior cara de pau!'. E Nasi, o menino punkinho, julgando-se ridicularizado pelo jornalista. 'Como é que eu ia respeitar o cara que era o papa do jornalismo da época, que todo mundo tratava como se fosse Deus e que tirava suas materinhas por telefone na sala de estar do Miguel?'

Com Nasi nos vocalis (...), os reformulados Voluntários da Pátria fizeram poucos shows e partiram para a gravação de um LP, independente. (...) Nasi chegou a ameaçar outro crítico da Ilustrada, Fernando Naporano, que jurou detonar o disco sem ouvi-lo porque não simpatizava com o jornalista. A picuinha foi se alastrando.

Algum tempo depois, (...) Nasi montou a Cooperativa Mundo Moderno. Alugaram um horário no Val Improviso, uma boate de travestis na Boca do Lixo de São Paulo. Nasi discotecaria, seriam exibidos vídeos  de bandas como Joy Division e Au Pairs e, no palco, tocariam Ira, Basculantes, Mercenárias, Voluntários da Pátria, Smack e Cabine C (...). 'Não havia drag queens em 1984', lembra Nasi. 'Eram uns caras deste tamanho, parecendo uma mistura de Blade Runner com aquele bar do Guerra nas Estrelas. Era a coisa mais transgressora que eu vi na minha vida'. Era o Woodstock do pós-punk paulista. No entanto, a cooperativa excluiu da escalação o Zero, o novo grupo de Guilherme Isnard (...). 'Não existe muita democracia numa panela', repara Edgard Scandurra [mestre], que tocou em praticamente todos os shows do festival. 'As bandas que surgiam eram ramificações dos mesmos grupos iniciais. E Gulherme se sentiu alijado dessa cena, com razão. Ele era uma pessoa mais ligada ao pop do que qualquer um de nós na época. Gostávamos de estranheza, de vocalis estranhos, antiguitarras, um baterista não-heavy-metal. E, tal como a madrinha da Bela Adormecida, que não foi convidada, Guilherme resolveu rogar uma praga e mandou uma carta à redação da Folha de São Paulo'.

Trechos da carta foram publicados num artigo de Pepe Escobar em 28 de outubro de 1984. 'Foi a deixa para o Pepe fazer uma sacanagem comigo', acredita Nasi. Citando trechos dos queixumes de Isnard "'quero denunciar a programação nesse pulgueiro que é o Val Improviso', dizia ele, 'que, no final, é uma armação para alimentar algumas bocas, isso porque, de onze ou doze grupos, sete são a maçonaria do rock, uma cooperativa que exclui novos instrumentistas que se inibem diante da presença dos egos dos multiinstrumentistas'), Pepe se referia a Nasi como 'neo Nazi rides again' e elogiava RPM, Voluntários e Zero, afirmando é que 'o resto é de lascar'. Ademais, tecia bons argumentos quanto à postura dos grupos, dizendo que 'gueto só serve para a Inglaterra, onde há mercado e locais de encontro para todos'. Propositalmente, a edição não deixava claro onde acabava a carta e começava o artigo de Pepe.

'Eu estava na boate e vi o jornal de madrugada', conta Nasi. 'Fiquei tomado de raiva'. Durante o show das Mercenárias, o vocalista pediu o microfone. 'Aqui diz que isto aqui é um pulgueiro', bradou, como um sindicalista. Edgard, na bateria, rufava os tambores, aumentando a tensão. 'Vocês se consideram pulgas?', perguntava Nasi, aos berros. Naquela noite, o Val Improviso era uma panela de pressão. Nasi sumiu na noite com Crânio, o segurança do Madame Satã, à caça de Pepe Escobar. No dia seguinte, como não houvessem conseguido invadir o apartamento do crítico durante a madrugada, Nasi, Crânio e toda a cooperativa foram até a redação 'desautorizar' Pepe a escrever sobre a cena. 'Eles queriam desautorizar, eu queria pegar o cara de porrada', reconhece Nasi. 'Eu estava babando. Aquilo era a gota d'água de todo o lobby'. Diante do tumulto, a Folha marcou um 'debate' para o dia seguinte, em seu auditório. Pepe chamou Nasi de 'terrorista'. O vocalista partiu pra cima. Bateram foto, que publicariam no jornal, e os seguranças tiraram de lá o cantor possesso. Durante o debate, Miguel Barella pediu a palavra e contou, na frente de todos: 'Eu assinava a Musician e emprestava pra ele (Pepe). E ele: 'Pô, vou copiar a matéria tal'".

A verdade era que a credibilidade de Pepe Escobar já andava claudicante desde abril de 1983, quando o jornalista André Singer [que hoje é o porta-voz do Lula] escreveu um enorme artigo na Ilustrada denunciando sua crítica ao disco Let's Dance, de David Bowie, impressionantemente copiada do livro The Rolling Stone Illustrated History of Rock & Roll. Pepe se defendeu nas páginas do próprio jornal, dizendo que seu texto era uma referência à História Universal da Infâmia, de Jorge Luís Borges, e que a idéia era, conceitualmente, 'prestar uma homenagem ao camaleonismo' de Bowie. Outras estrelas da Folha, como Boris Casoy ou Matinas Suzuki (que chamava o crítico de 'juveniilista', uma mistura de juvenil e niilista), foram cerceando o espaço de Pepe para polêmicas até que ele acabou demitido, em 1987. Trabalhou no Estadão até a década de 90, quando forjou uma entrevista exclusiva com Roman Polanski e também perdeu o emprego."

Constrangedor, não?
O engraçado é perceber que boa parte dos nomes envolvidos se repetem e que boa parte deles continua com a reputação intacta e trabalhando para grandes veículos.  E que, com um pouco de memória e exemplares à mão, é possível até montar um cânone (ou árvore genealógica mesmo?") de como picaretagem, jornalismo raso, interesses pessoais e más intenções persistem há décadas na imprensa brasileira. E isso só pra ficar no "meio não-sério", que é o jornalismo cultural.

Flashback
Lembro do Hermano comentado sua ida à Trash londrina e dizendo para procurar o livro da Conrad sobre o rock de Brasília (O Diário da Turma, do Paulo Franchetti) para ver pessoas vestidas exatamente na moda 2003.

Por essas e outras
Que eu recomendo o livro do Ricardo (Dias de Luta - lançado pela DBA). Mais do que contar a história das bandas e do sucesso do rock dos anos 80, ele conta bastidores deste naipe que ajudaram a moldar a indústria de entretenimento brasileira e suas relações com a mídia. Aí sim, você verá dezenas de nomes que ainda se repetem, fazendo papéis um tanto "diferentes", até hoje.

Falando nisso
Ricardo manda notícias que em breve terá novas notícias. Beleza.

"Não acredite no que você lê"
Neguinho tem dito isso com uma empáfia de quem cunhou a frase. Como se fosse novas. Precisa de um micro-escândalo na segunda divisão do jornalismo de várzea para abrir os olhos dos outros para o óbvio. Vamos pegar um exemplo qualquer pra mostrar o que eu estou dizendo. A Folha de S. Paulo, em sua gana neo-direita, usa qualquer subterfúgio para atingir o governo ou não? Que tal essa notícia, em que uma astróloga, irmã do Mendonça de Barros (que esteve metido no escândalo das privatizações facilitadas do governo passado e é um dos caras mais entrevistados pelo jornal desde que Lula começou a subir nas pesquisas no ano pasado), diz que o povo "só em 2007 ocorrerá uma mudança de paradigma no páis"?

Siga a lógica de Lenin
Quer saber porque qualquer notícia é publicada? Veja quem se benefia mais com ela e descubrirá.

A verdade não existe
Suspeito que haja um erro de tradução praquela parte da Bíblia em que Cristo diz que "Eu sou o caminho, a verdade e a vida". Não existe "verdade", tudo é subjetivo e passível de interpretação. Acho que a frase deveria ser "eu sou o meu caminho, a minha verdade e a minha vida", que colocaria o filósofo Issa ("Issa!") lado a lado de gigantes como Crowley e Nietzsche. Você sabe: "Todo mundo é uma estrela" e todo aquele papo Raul.

Fora do ar
Já que o Tomate atualizou sua coluna (ainda preso aos vícios da periodicidade), segue o trecho que encerrava uma edição passada que listava, entre outras coisas, causos envolvendo um conhecido jornalista que, nos anos 90, quase lançou uma revista independente com seu próprio nome: "Esse episódio é patético, porém obnubla a causa principal de existir  tantas matérias inventadas na imprensa musical: a obviedade das declarações dos popstars. Junte um jornalista despreparado e um artista enfastiado e surgirá um festival de platitudes dignas de um jogador de futebol – "Esse é o nosso melhor disco", "Foi muito legal trabalhar com fulano", "Não vamos nos vender ao sucesso fácil" e outros clichês que não importam se foram forjados ou não. O repórter pode deixar a matéria pronta e só entrevistar o músico para corroborar o que colocou previamente como dito por ele. Por isso é que caras que rendem boas aspas têm espaço garantido na mídia. Ainda que sejam Lobão, Humberto Gessinger ou Marcelo Nova".

No ritmo
Exagero? Nah, notícia é como salsicha: quem não te conhece que te compre. Ou você não sabe como funciona o esquema pra se conseguir "exclusivas" no mundo corporativo hoje em dia? Se não, leia a tia Bahiana. E lembre-se: procedimentos de cinema funcionam quase da mesma forma para outras mídias. Aí eu me pergunto se o jornalismo atual não é uma ciência exata, cujas regras são determinadas pelo bizness...

Mesma pergunta
O que, em música pop, faz sucesso hoje em dia? Refaço a você uma pergunta que eu tou fazendo pra todo mundo. A resposta mais bizarra e óbvia é também a mais comum: nada.

Não é bem assim
Veja só o top 25 dos discos mais vendidos no Brasil na semana passada:
1) 24 Horas no Ar - Pedro & Thiago
2) C'est La Vie - Rouge
3) Mulheres Apaixonadas - Trilha Sonora
4) Do Meu Jeito - Kelly Key
5) Come Away With Me - Norah Jones
6) American Life - Madonna
7) MC Buchecha
8) Matrix Reloaded - Trilha Sonora
9) Refla
10) Rodox
11) Tribalistas
12) Ao Vivo 2 - Alcione
13) Escapology - Robbie Williams
14) Ventura - Los Hermanos
15) Presente - Renato Russo
16) Os Mulekes
17) Home - Simply Red
18) Agora é que São Elas - Trilha Sonora
19) Zezé Di Camargo & Luciano
20) Acústico MTV - Kid Abelha
21) Produto Nacional - Só Pra Contrariar
22) Pra Ser Feliz - Gustavo Lins
23) MTV Ao Vivo: Eletrodoméstico - Daniela Mercury
24) Think Tank - Blur
25) Na Sola da Bota - Rionegro & Solimões

Pernas pro ar
Não precisa ser nenhum gênio pra saber que se um disco mala com o Think Tank está na frente de um disco do Rionegro & Solimões, no Brasil, alguma coisa está errada. E quais músicas você sabe cantar dos 10 primeiros? E quem são os Mulekes, Refla e Gustavo Lins?

Sublinhado
Passa batido, mas é sintomático, a ausência da corte da música brasileira entre os 25. Da geração MPB/rock dos anos 80, encontramos apenas a trilha da novela das 80, o ao vivo de Daneila Mercury, o acústico do Kid Abelha, o caça-níqueis do Renato Russo e os Tribalistas (já já falo mais deles). Sinal dos tempos?

Crocodilagem
Saiu a Crocodilo, também conhecida pelos corredores da fama como "a Play do Rogério". Você já viu? Depois eu falo mais dela...

Party on
A festa de lançamento da revista aconteceu naquele D-Edge, que eu falei outro dia. Saí pouco antes da Clarah chegar. Imagine o ambiente: Clarah, João Gordo e Lacraia (o próprio) sob o mesmo teto?

Falando nela
Me contaram que a Patrícia Niedermeier (que faz a protagonista da peça Máquina de Pinball, em cartaz no Rio) planta bananeira em cena.

Do Clube
E bem que eu lembrava desse nome, Niedermeier: é o fogo amigo mais famoso da história dos filmes de galera. Quem não lembra do sargento Douglas Nierdermeier, um dos líderes da irmandade mauricinha que tanto pega no pé dos Delta Tao Chi no clássico Clube dos Cafajestes?

Da Clarah pro Fante
É velha, mas não envelhece: o mestre Dodô, que em breve estréia em livro (o site já está no ar), entrevistou Roberto Mugiatti no Rio Fanzine, decano da literatura rock brasileira e tradutor de Pergunte ao Pó, do John Fante, que acaba de ser relançado no Brasil pela José Olympio. Vale imprimir pra guardar no meio do livro.

Falando em boa leitura
Vale guardar o Mais passado, em que o Thomas Pynchon, talvez o americano mais fodão ainda na ativa, comenta, entre outros bambas, o 1984 de Orwell..

Mas afinal
Você gostou do Matrix 2? Gostei pacas, só pra você saber. Já vi de novo e vou ver outra vez. O diabo é escrever mais uma vez...

Tribal
Os Tribalistas ganharam cinco estrelas na nova DownBeat, a "bíblia" do jazz que respeita bíblias... Caducamos nós ou a DownBeat?

Speak serious
Nada mais loser que a letra de "Heroes", do David Bowie. Aliás, olhando com aquela famosa perspectiva histórica, vê-se que o Low é milhas aquém do "Heroes", o disco. Por outro lado, Let's Dance é o pai do britpop. O que não é grandes méritos, dizaê.

Jabá
No que parece ser uma briga vencida (embora os perdedores continuem se debatendo - talvez por uma outra década, pelo menos), o decano Midani jogou mais merda no ventilador do jabá, outro dia, numa entrevista pro PAS (leia a íntegra aqui). É engraçado ver neguinho defendendo que a jabazeira agora tá nos conformes, poque tudo é apenas uma negociação de espaço publicitário. Afinal, não custa lembrar que rádio é concessão pública, né? Em cima disso, podiam facilitar as coisas na pena da tal lei que o deputado do PT quer passar para criminalizar o jabá. Pegou recebendo grana pra tocar música dos outros? Perde a concessão, de cara. Simples assim.

Nix manda avisar
Que lançou o seu primeiro livro, uma coletânea de contos chamada Escrevo por um Prato de Comida, sem pintar papel nenhum. Clique no link e baixe o PDF. Ele gosta de blues mais do que o normal, mas seu texto compensa a anomalia.

Dolores manda avisar
Que está com seu blog na ativa (saca a foto do cara com o Alex Antunes). E que dentro em breve começa a turnê internacional de seu disco Contraditório?. Chique, o cara.

Ivan manda avisar
Que a gravadora curitibana De Inverno também atualiza suas novidades em seu seu blog. E aproveita para colocar online um texto que eu não lia desde o nascimento: o release que eu escrevi para Dias, da banda Oaeoz.

Daniel manda avisar
Que seu Moleza está de volta à ativa. Cultura musical para quem ainda precisa de cultura musical. Com direito ao "check it out" dos emepetreis atachados.

Cecília manda avisar
Que não agüentou muito tempo e voltou pra blogosfera, reativando seu blog no extinto Entre Parênteses, que era um livro no começo.

Lariú manda avisar
Que agora posta um blog, o grande-nome-de-batismo Te Fuder. Como ele diz no primeiro post: "P
ode ser um grande erro: o 1o deles, fazer um blog ; o 2o, dar importancia ao tipo de coisa que vou escrever aqui. (...) a idéia é antiga: "por que nao fazer um fanzine sobre as fofocas, as fraudes e o disse-me-disse deste mundinho da musica brasileira?" fanzine no papel nunca saiu justamente porque da muito trabalho. Como blog e uma coisa facil de fazer, diabos, aqui esta". Pra quem gosta do tal disse-me-disse, é um prato cheio.

Campanha
Tou quase lançando um certo grande nome da imprensa internética corporativa pra fazer um blog nestes moldes. Este nome é tão central de fofocas que perigas o cara ganhar grana com isso. Porque mais desafetos do que ele já tem, é difícil.

Tchuna manda avisar
Que começou a tocar no Funhouse, ao lado de uns broders, e do grande nome do pop Brasil 2003, Curumim. O primeiro show foi ontem e eu não fui. O próximo é dia 17, tem participação do Thaíde e eu acho que vou. A festa se chama Funk On.

DJ Marlboro manda avisar
Que dia 22 agora ele vai estar apresentando o funk carioca ao público nova-iorquino no mesmo SummerStage que consagrou o Chico Science e a Nação Zumbi há pouco menos de dez anos. Como ele mandou no subject do email, "é Big Apple, ô mané!". (O que acontecerá se a cena electro de NY descobrir o Marlboro?)

JP manda avisar
Que fica fora no próximo mês em plena produção literária - e seu livro, Carmen, sai no próximo semestre, pela espanhola Planeta.

Mutley manda avisar
Que o Superbug lançou EP novo, Hot Milk. Em breve, ele disponibiliza o disco em rede. Eu já ouvi e aprovei  -  o que não quer dizer grandes coisas.

Eu mando avisar
Leiam a entrevista aí embaixo e voltem pra vida de verdade.

p&r
Tecla daí que eu teclo daqui

Semana retrasada, Edu Fernandes, o Eduf, lançou seu livro (O Prazer de Decepcionar) e matou sua revista, a Fraude, ficando apenas com um mero blog. Fui perguntar como andam as coisas e corre o risco da revista ressuscitar. Segue o papo abaixo.

A Fraude acabou mesmo?
Olha, eu acredito em vida depois da morte. Chamem os ogãs e os cavalos.

E o que foi mais fácil, começar ou terminar a Fraude?
Foi mais fácil começar. Quando você está entusiasmado é tudo mais fácil. Eu respondia dezenas de e-mails sobre o fim da Fraude. Alguns até injustos e acusadores.

Quem era o público da Fraude?
Era muito variado. Dá pra fazer uma tipologia tosca:
1. Jornalistas e escritores conhecidos.
2. Molecada (16 a 25 anos) a fim de ter uma ideologia.
3. Aspirantes a escritores.
4. Gente em agências de publicidade, grandes redações e, principalmente,
estudantes de jornalismo.
5. Órfãos do Cardoso On Line.

Era comum o leitor se transformar num colaborador? Você incentiva isso?
Eu incentivava. E sempre chegavam textos. Mas a maioria bem ruins. Às vezes eu me sentia naquele programa da MTV "wannabe". Wannabe Bukowski. Ou wannabe crítico do Bukowski.

Quais são os projetos pós-Fraude?
Por ordem de prioridade:
1. Uma revista nova em parceria com a Revista Zero + Editora Escala. Não posso revelar detalhes ainda, mas vai ter site etc. Estamos aprovando algumas coisas ainda. Vamos ver se a zica não baixa.
2. Criação da editora Nomos. Pra lançar livros e uma revista vagabunda, uma espécie de Pulp Fraude, mais barata e só com literatura e jornalismo gonzo. Talvez seja bi ou trimestral.

Fala um pouco do livro. Como foi o lançamento e a reação dos primeiros leitores?
O lançamento foi divertidíssimo. Como diriam os descolês, BOMBOU. E o dramaturgo-diretor-ator e OLD EIGHT, Mario Bortolotto, leu alguns trechos do livro, junto com a excelente atriz Fernanda D'Umbra. Teve até bluezinho de fundo e clima boca do lixo. As primeiras reações ao livro foram boas. Mas ainda não sairam resenhas, já que o livro saiu no dia 12/05.

A Fraude era um dos poucos focos de discussão intelectual que não caía na obviedade, no formalismo ou do elitimismo típico de outras publicações do gênero. O que resta, neste sentido, para o leitor da Fraude - tanto online quanto offline?
Aí é que tá. Eu não vejo tanto assim. Acho que nós criamos uns clichês também. A Fraude parecia mais libertária do que realmente era. Caíamos fácil naquela conversa de escritor em crise. Refletíamos pouco sobre política, poderíamos ser bem mais politicamente eretos.
Mas acho que abrimos portas, criamos um modelo de revista eletrônica que ainda pode ser melhor explorado. Espero poder fazer isso no futuro.

Como trazer a discussão que havia na Fraude para fora da internet? Você consegue ver quem esteja fazendo isso hoje? Não estou falando só de publicações, mas de iniciativas.
Sinceramente? Não vejo nada. Existem iniciativas boas, como o Núcleo de Sociabilidade Libertária (da PUC-SP), algumas coisas do projeto Metáfora e do Rizoma. Mas aí você tem de entrar em todos esses campos como nômade, se livrando dos lados ruins e extraindo deles o que lhe interessa.
Fora da internet é até possível fazer circular uma revista como era a Fraude. Desde que criemos uma rede de distribuição própria, que aprendamos a rachar despesas e que não nos deixemos ser "colocados em pedestais". Quer dizer: é praticamente impossível. :-)

Você estudou Hunter Thompson e agora está estudando Hakim Bey. Pretende publicar algo sobre os dois?
Eu tenho um livro pronto sobre Gonzologia. Mas enchi o saco do assunto. Sério. Acho que não o publicarei. É gastar muito dinheiro por nada.

O que você acha da descoberta brasileira que o pensamento brasileiro como um todo tem feito de uma produção teórica (e muito prática, também) mundial que não chegou ao Brasil devido às sanções intelectuais dos anos Fernando?
Refere-se à coleção Baderna e ao situacionismo? Acho que chegou tarde no Brasil. Se o pessoal tivesse menos preconceito contra a universidade, teria chegado nesses autores antes e de maneira mais barata (os livros da Conrad são carésimos).
Quando falo em universidade, falo da PUC-SP. Não conheço o que se faz na área de humanas nas outras. A PUC é um ambiente muito especial. Pena que o reitor está se esforçando para acabar com a pós-graduação de lá.
Sempre é necessário esclarecer: na universidade, como em qualquer grupo, você encontrará as coisas mais pela-saco. Porém, usando a estratégia nômade, você consegue se movimentar nela com certa liberdade.

Nesta discussão, o intelectualismo brasileiro se divide entre os acadêmicos do Mais! e o cabecismo bronzeado de Ipanema - indies que baixam os MP3s de Harold Bloom antes do disco novo sair e o reacionarismo Manoel Carlos que sente saudade do século 20 (Hollywood e ditadura, no mesmo balaio). Nenhum destes grupos entende nada do que está acontecendo - ainda trata videogame como entretenimento, ainda usa a internet basicamente pra mandar email e ler jornal, ainda chama blog de diário, ainda acha que Kiss é rock e que música eletrônica não é música. Como derrubar essa elite?
Eu faria umas nuances nessa avaliação. E também não quero mais derrubar elites. Posso ser pior do que elas, nunca se sabe. O poder não me interessa. Quero sabotar, tramar, conspirar, criar e recriar minha vida. E me associar livremente com quem me afinar. Criar minhas TAZ.
Além disso, as elites produzem ótimas filhas. :-)

Existe diferença entre o erudito e o nerd?
Só de assunto. A lógica é a mesma.

Pra que serve, hoje, o caderno de cultura dos jornais?
Aqui em casa, pra forrar a gaiola dos passarinhos.

Dos autores brasileiros na ativa, quem é imprescindível ler?
Marcelo Benvenutti. O provocador.

diadotrabajo
Trilha sonora do feriado

»  "At the Chime of the City Clock", Nick Drake
»  "Top Pocket Man", Chavez
»  "Trouble", Shampoo
»  "Papa Loves Mambo", Perry Como
»  "Lucky Star", Madonna
»  "Sapo na Banca", Záfrica Brasil
»  "Baader-Meinhoff Blues", Legião Urbana
»  "Blauber Lumumba",  Klick
»  "Paint it Black", Netunos
»  "Let Me Ride", Dr. Dre
»  "Iron Maiden", Iron Maiden
»  "Melô do Spring Love", MC Fornalha
»  "Qualé?", Marcelo D2
»  "Som de Preto", Almickar & Chocolate
»  "When the Levee Breaks", Led Zeppelin
»  "Where Did You Sleep Last Night?", Nirvana
»  "Sol de Verão", Roupa Nova
»  "Saturday", De La Soul
»  "One", Vurla
»  "Defeito 1 (O Gene)", Tom Zé
»  "Love Curse", Grenade
»  "Dia de Cão", Gerador Zero
»  "Dama Tereza",  Instituto
»  "Creep", Afghan Whigs
»  "Love Athena", Olivia Tremor Control
»  "Savoy Truffle", Beatles
»  "Lay Down Sally", Eric Clapton

frasoutono
Uma estação de aspas legais

»  "Não há tipo pior de solidão do que a companhia de um paulista", Nelson Rodrigues
»  "Pobre é muito mais barato!", Millôr
»  "All art is quite useless", Oscar Wilde
»  "Todo homem é culpado do bem que ele não faz", Voltaire
»  "Quanto mais regras e leis são feitas, mais ladrões e desordeiros aparecerão", Lao-Tsé
»  "O que não pode ser previsto, não existe", Phineas Fogg
»  "O homem é a única criatura que recusa-se ser o que é", Albert Camus
»  "Devemos contemplar ações estéticas com certa semelhança com o terrorismo - cujo objetivo seja alcançar a destrução de abstrações em vez da de pessoas, a liberdade em vez do poder, o prazer em vez do lucro, a alegria em vez do medo", Hakim Bey
»  "Não há mais festa, nem carnaval: acho que eu fui enganado", Marcelo Nova, apud David Byrne
»  "To live outside the law, you must be honest", Bob Dylan
»  "Todo homem é uma farsa. A diferença é que alguns admitem. Eu mesmo, nego", H.L. Mencken
»  "Penso que penso, logo penso que existo (Cogito cogito, ergo cogito sum)", Ambrose Bierce
»  "Por que você não escreve livros que as pessoas possam ler?", Nora Joyce, a seu marido James
»  "A jornada é a recompensa", provérbio taoísta
»  "A vantagem em se ter uma memória ruim é que pode-se desfrutar-se várias primeiras vezes para as mesmas coisas", Friedrich Nietzsche
»  "Eu não consigo escutar Wagner, pois me dá uma urgência de invadir a Polônia", Woody Allen
»  "It's kinda fun do the impossible", Walt Disney
»  "O homem suporta tudo, menos a rotina", Goethe
»  "If your children ever find out how lame you really are, they'll gonna murder you in your sleep....", Frank Zappa
»  "Change will do you good", Gang of Four

marchwaters
Se The Wall fosse um mês

»  "Pick Up the Pieces", Wilson das Neves
»  "Baba (DJ PM Só Love Extended Mix)", Kelly Key
»  "Sambadrome", Funk'N'Lata
»  "Don't Make Me Wait", Bomb the Bass
»  "Kisses on the Wind", Neneh Cherry
»  "Feelings", Karine Alexandrino
»  "I Beg Your Pardon", Kon Kan
»  "Freestyle Love", Stereo Maracanã
»  "African Rhythms", The Oneness of Ju-Ju
»  "Dreadlock Holiday", 10cc
»  "Europpean Son", Velvet Underground
»  "Mexe que Mexe", Furacão 2000
»  "White Rabbit", Jefferson Airplane
»  "Out of Time", Blur
»  "Jorge Maravilha", Chico Buarque
»  "I Want it All", Trans AM
»  "As Tortas e as Cucas", Júpiter Maçã
»  "Carpet Crawlings", Genesis
»  "September 13th", Eumir Deodato
»  "Dig a Pony", Beatles
»  "Aux Arms Et Caetera", Serge Gainsbourg
»  "Tere Sahn", Chico Correa
»  "More Bounce to the Ounce", Roger + Zapp
»  "Hey Dee Jay", DJ Omena
»  "Pop Star", João Penca & seus Miquinhos Amestrados
»  "Shake Up (Jaddle Remix)", Grand Unified

* Depois eu ponho na ordem
e zipo tudo em algum lugar

hitofdasummer2003
Óculos escuros e cabelos ao vento *

»  "Roadhouse Blues", Doors
»  "Ball of Confusion", Temptations
»  "Rainmaker", Grenade
»  "Good Day", Jimi Tenor
»  "Diabos", Wado
»  "See You", Depeche Mode
»  "O Tolo dos Tolos", Ira!
»  "Addicted to Love", Robert Palmer
»  "Na Pista", Casino
»  "Snip Snap ", Goblin
»  "Walking on Thin Ice", Yoko Ono
»  "Medicine Man", Playgroup
»  "Cross-Eyed and Painless", Talking Heads
»  "Argent Trop Cher", Tarace Boulba
»  "Highagain", Stereo Maracanã
»  "Say Hello to Angels", Interpol
»  "19 Rebellions", Asian Dub Foundation + Edy Rock
»  "We Rock Hard", Freestylers
»  "Faz Tempo", Nação Zumbi
»  "Catete Beats", Gerador Zero
»  "Astawesalehu", Lemma Demissew
»  "Uptown Top Rankin", Althea & Donna
»  "Things Are Getting Better", N*E*R*D
»  "Pasta Al Burro", Bugo
»  "Mysteries of Love", Fingers Inc.
»  "Walking on Sunshine", Katryna & the Waves

* Idem, ibidem

carrossel
"Estamos envoltos por som"

»  Banda de Pífanos de Caruaru
No Século XXI, no Pátio do Forró

»  Dub Side of the Moon
Vários

»  Superbug
Holt Milk EP

»  Girls Against Boys
House of GVSB

»  Marcelo D2
À Procura da Batida Perfeita

»  Walter Wanderley
Sucessos Dançantes em Ritmo de Romance

»  Eugene McDaniels
Headless Heroes of the Apocalypse

»  Nara Leão
A Opinião de Nara

»  Pipodélica
Simetria Radial

»  Grenade
Grenade (rough mix

carnavaldeluz
Filmes da vez

»  Ghost in the Shell
Masamune Shirow

»  Naked Lunch
David Cronenberg

»  Videodrome
David Cronenberg

»  Dead Zone
David Cronenberg

»  Crash
David Cronenberg

»  Dead Ringers
David Cronenberg

»  Scanners
David Cronenberg

»  The Fly
David Cronenberg

»  Nueve Reinas
Fabián Bielinksy

»  The Wicker Man
Robin Hardy

»  Straight Story
David Lynch

»  Matrix Reloaded
Andy e Larry Wachowsk

50 de 2002
Aos poucos eu vou
colocando as resenhas

  1. In Search of... - N*E*R*D

  2. Nação Zumbi - Nação Zumbi

  3. Blazing Arrow - Blackalicious

  4. The Private Press - DJ Shadow

  5. The Eminem Show - Eminem

  6. Ciclo da De.Cadência - Cidadão Instigado
    Rock clássico e épico nordestinos fundem-se nos trocadilhos de Fernando Catatau e no caldo jazz-rock de sua banda. Nem de raiz, nem diluidor, o Cidadão não apenas retoma a linha evolutiva da música nordestina abandonada entre Paebirú e Todos os Olhos como acende o farol para a nova música cearense, em plena ebulição.
  7. Cinema Auditivo - Wado

  8. Deadringer - RJD2

  9. Playgroup - Playgroup
    O Roxy era uma boate nova-iorquina que queria reinventar o princípio da disco num ponto de vista entre o electro, a new wave, o hip hop e a world music. O Playgroup é como um parque temático musical sobre o Roxy. Sem soar retrô.

  10. Nada Como Um Dia Após o Outro Dia - Racionais MCs

  11. Fantastic Damage - El-P
    O papa da Def Jux não está pra brincadeira e transforma seu disco solo em um combate entre as forças do bem e do mal - embora quase nunca saibamos quem é quem. Entre robôs que dançam break e gangues de rua ciborgues, o produtor chega a apenas uma conclusão: que a fusão homem-máquina vai nos dar uma dor-de-cabeça dos infernos.

  12. Mind Elevation - Nightmares on Wax

  13. Start Breaking My Heart - Manitoba

  14. Geogaddi - Boards of Canada
    Música eletrônica étnica ou um documentário em áudio sobre a vida selvagem dos loops e beats sintéticos? Provavelmente, as duas coisas.
  15. Angles Without Edges - Yesterday's New Quintet

  16. Antigamente Quilombos Hoje Periferia - ZÁfrica Brasil
    Equilíbrio hip hop, atitude HC, sagacidade homem-fumaça: o rap de São Paulo aos poucos ganha novos contornos...

  17. EP - Casino

  18. In Between - Jazzanova

  19. Murray Street - Sonic Youth
    Depois de tomarem diversos rumos pelos anos 90 (da experimentação erudita ao hardcore, passando pela música aleatória, o lo-fi, o krautrock, o grunge e a indústria fonográfica), Thurston, Kim, Lee e Steve voltam à sua marca registrada, o noise rotatório e melancólico criado entre 86 e 89. Com meia hora de duração, Murray... é o Kiss Me Kiss Me Kiss Me tardio da banda, que finalmente se reconhece, à sua maneira, pop.
  20. All of the Above - J-Live

  21. Walking With Thee - Clinic

  22. Contraditório? - DJ Dolores

  23. Scorpio Rising - Death in Vegas

  24. Evil Heat - Primal Scream

  25. Sea Change - Beck
    Beck divide-se entre discos coloridos e monotônicos - estes últimos tendem a cair pro folk. E se One Foot in the Grave era azul escuro e Mutations era cinza-furta-cor, Sea Change mistura uma sépia quase classicista com um violeta lúdico, psicodélico, mas cético. Sinal de maturidade ou apenas mais uma máscara?
  26. Concrete Dunes - Grandaddy

  27. Outubro ou Nada! - Bidê ou Balde
    O grupo gaúcho larga de vez a jovem guarda e volta às suas raízes (indie) rock, cobrando parentesco com a safra Strokes, Hives e Interpol, mas sem esquecer que o DNA do rock brasileiro carrega Ultraje a Rigor e Léo Jaime nos cromossomos.

  28. As Heard on Radio Soulwax, Pt. 2 - 2 Many DJ's
    Um dos pais da geração bastarda, a dupla inglesa prova que é possível discotecar hits batidos, clássicos imbatíveis e batidões de diferentes idiomas numa festa irrepreensível.
  29. Are You Passionate? - Neil Young

  30. Amanhã É Tarde - Fellini
    A maturidade fez a dupla Cadão e Thomas perder um tanto da espontaneidade ingênua que era um dos charmes do grupo. Mas com ela, veio uma segurança musical inédita, colocando o Fellini ao lado de seus contemporâneos europeus. Para exportação.

  31. Out of Season - Beth Gibbons & Rustin Man

  32. Yoshimi Battles the Pink Robots - Flaming Lips

  33. Kittenz and thee Glitz - Felix da Housecat

  34. Handcream for a Generation - Cornershop
    Música de protesto para a geração pós-disco, o grupo indo-britânico  propõe que a rave é a uma passeata psicodélica que caminha memeticamente.

  35. Coleção Nacional - Instituto
    A intenção original era montar um coletivo sem fronteiras com o mais instigante pop nacional. Mas a megalomania do Instituto peca ao tratar, como coadjuvantes, pesos pesados como BNegão, Zero Quatro e Kid Koala - erro semelhante ao Orquestra Klaxon, de Max de Castro. Mas o grupo paulistano tem o tutano musical que falta ao filho de Simonal e, mesmo com solavancos (o dub do final é insuportavelmente vazio), o disco de estréia funciona. Resta enxugar a gordura e mirar o alvo.

  36. Combatente - Stereo Maracanã

  37. Original Pirate Material - The Streets

  38. Déjà-Vu - Metrô

  39. Gerador Zero - Gerador Zero

  40. Life On Other Planets - Supergrass

  41. I Might Be Wrong - Radiohead
    Depois de dois discos "difícies" (ou seria melhor dizer "vagos"? - Kid A tem momentos brilhantes, mas Insomniac dá sono), Thom Yorke e sua tchurma voltam ao ponto progressivo (Floyd + Genesis) de sua carreira e retomam as faixas da fase cabeça como se tivessem parado em OK Computer. Um best-of (sem eletrônica) da fase eletrônica.

  42. Hate - Delgados

  43. Title TK - Breeders

  44. Panzertúnel - Objeto Amarelo

  45. The First Album - Miss Kittin & The Hacker
    Nojenta, vulgar, barata... A Madame Hollywood se esforça pra baixar o nível em tom blasé e bases de funk carioca minimal. Electro? Azedo demais pra rotularmos disso. Tente algo como "coluna social muderninha em dias de ressaca".

  46. Now You Know - Doug Marstch

  47. Come with Us - Chemical Brothers
    Longe do big beat dos primeiros discos, a dupla desacelera o funk rumo ao electro (apontando a bússola para os Áfricas - o continente e Bam) e abraça o lado folk e pastoril da psicodelia. O som de festa cede ao da cabeça e os BPMs caem, mas a bola continua no alto. Mais alto que o sol.
  48. Disco novo - Kiko Zambianchi
    Um pouco de rock anos 80, um pouco das melodias do Teenage Fanclub, um acabamento Gallagheriano. Tudo que o Astromato devia ter tentado, se quisesse ir para a rádio.

  49. Yankee Hotel Foxtrot - Wilco

  50. Everyone Who Pretended to Like Me Is Gone - Walkmen
    Um dos poucos clones do Radiohead que não lembram o Toto.

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